O projecto dos "100 dias"

01.01.'08 - Apresentação e arranque do projecto ............ SIC
12.05.'08 - Primeiras conclusões aos 80 dias ................... SIC 02.07.'08 - Transportes amigos do ambiente .................. RTP2
18.09.'08 - Conclusões finais aos 130 dias ....................... TVI 22.09.'08 - Dia Europeu da Mobilidade 22.09.2008 ........ RTP1
02.11.'08 - Caia Quem Caia e as bicicletas ....................... TVI 30.12.'08 - Fim do Projecto dos "100 dias" ...................... RCP
01.01.'09 - Fim do projecto dos "100 dias" ...................... SIC 06.01.'09 - 100 dias na Prova Oral .......................... Antena 3


1 Outra reportagem
2 Outra reportagem
3 Outra reportagem
4 Outra reportagem
5 Carmona Rodrigues


Tese de mestrado "Contribuição do modo BICI na gestão da mobilidade urbana" - Descarregar PDF »»

Dia 142 - 29.09.2008

De Santos às Amoreiras, de bicicleta eléctrica
Da cota 05m à cota 110m, 3.5 + 3.5 + 2 + 5 + 3 + 2 + 7 km

Já perceberam que hoje, com a eléctrica, andei de um lado para o outro, pela cidade de Lisboa. E pelas 08:00h bati mais um record: 12 minutos de bicicleta, de Santos às Amoreiras (Rua de Artilharia I, na EPCG). O tempo com a convencional era de 35 minutos. Menos de um terço do tempo. Como é possível?

Em primeiro lugar, a volta que dava com a convencional era maior. Cerca de 5 km passando pela Baixa, para tornar as inclinações mais suaves. Com a eléctrica, segui directamente pela Rua de São Bento, Rato, Castilho e Artilharia I. Uma volta mais curta em 30%. E assim reduzi um percurso de 35 para 12 minutos, reduzindo 1.5 km de distância.

Em segundo lugar, com o apoio do motor eléctrico, a velocidade média é maior: 14 km/h a subir a Rua de São Bento, contra os 08 km/h na convencional. E o suor: ZERO.


(A eléctrica estacionada na Escola Profisional de Ciências Geográficas, EPCG, onde dou aulas. Notem que a escola fica num dos pontos mais altos da cidade, a 110m de altitude)

Ficam aqui os meus restantes destinos a pedalar pela cidade:

09:30h - Rêgo, a 3.5 km
12:00h - Cantina da Cidade Universitária, a 2km
14:00h - Regresso às Amoreiras, à EPCG, para uma reunião, a 5km
15:00h - Regresso ao Rêgo, ao gabinete de engenharia, a 3.5km
19:10h - Cantina da Cidade Universitária, a 2km
20:30h - Regresso a Santos, a 7km

Não há dúvida que esta bicicleta me dá uma liberdade muito maior em termos de mobilidade. Permite-me fazer maiores distâncias, em menos tempo e com um esforço físico muito reduzido.

A ver vamos quando a tiver de devolver .... :(

Paulo Santos
144 km de bicicleta eléctrica, em Lisboa, desde 19.09.2009

Dia 141 - 26.09.2008

De Santos ao Marquês, de bicicleta convencional
Da cota 05m à cota 60m, 4 + 4 km

Um record pessoal: 16 dias consecutivos a utilizar a bicicleta como meio de transporte na cidade de Lisboa. E esta série de dias a andar de bicicleta só será interrompida porque irei passar o fim-de-semana fora de Lisboa. A marca pessoal anterior ficava-se pelos 9 dias.

Hoje combinei um encontro pelas 10:30h com um jornalista do 24 horas, e respectivo repórter fotográfico, no Marquês de Pombal, para ceder uma entrevista e falar sobre o projecto dos "100 dias", a cidade de Lisboa e as bicicletas.

(A minha bicicleta convencional, ao cimo da Av. da Liberdade. Vejam o trânsito, àquela hora da manhã)

A entrevista acabou por demorar 4 horas, com almoço incluído. A troca de ideias e a partilha de experiências acabou por nos "prender" durante todo aquele tempo. É curioso como dois estranhos podem de repente ter tanto em comum.

A reportagem deverá ser publicada no próximo sábado.

Paulo Santos
1582 km de bicicleta convencional, em Lisboa, desde 01.01.2008

Dia 140 - 25.09.2008

De Santos ao Rêgo, Cidade universitária e Bairro Alto
Da Cota 05m às cotas 80m, 100m e 65m. 7+2+2+2+7+5 km

O dia de hoje a andar na bicicleta eléctrica comprovou os tempos de ontem ... e também os baixos níveis de suor. De salientar apenas a paragem na “box” (entenda-se, na loja da Biclas) para mudança da câmara de ar na roda de trás. A que tinha perdia ar com facilidade, provavelmente devido a um furo.
E ainda bem que aconteceu, pois descobri que devido ao conjunto “roda + travão + motor eléctrico” ,torna-se complexa a mudança da câmara de ar na roda de trás, o que praticamente exige a intervenção de mão-de-obra especializada. Por isso coloquei uma câmara de ar que já tem o líquido auto-reparador de furos, por 6€, de forma a garantir uma maior durabilidade e que, mesmo com furo, me permite chegar a uma oficina ou regressar a casa em segurança.


(O Paulo, mecânico da Biclas, a testar a eléctrica. Ficou convencido :))


(Um trabalhador da C.M. Lisboa, a testar a eléctrica, enquanto falava ao telemóvel)

De resto, o dia de trabalho hoje foi “normal”, em que o horário laboral foi passado inteiramente no gabinete de engenharia do Rêgo, a 7 km de casa. Pelo almoço, ida até à cantina da Cidade Universitária (ida e volta 4 km) e ao final do dia, retorno à cantina para jantar (mais 2 km). Regresso a casa pelas 20:30h, pela Av. 5 de Outubro, Fontes Pereira de Melo, Marquês de Pombal, Rato e Santos.

(A eléctrica, no alto da Av. das Forças Armadas. Notem o trânsito parado, ao fundo da foto)

À noite, a temperatura amena convida a um passeio pela Baixa, Chiado e Bairro Alto. Conversa casual com um casal de Brasileiros, em turismo pela primeira vez na cidade de Lisboa, sobre o Brasil e as cidades por onde se anda de bicicleta. No miradouro de São Pedro de Alcântara, umas turistas Russas estavam encantadas com a bicicleta e não paravam de fazer perguntas.

(Na Baixa, à noite)

Paulo Santos
118 km de bicicleta eléctrica em Lisboa, desde 19.09.2008

Dia 139 - 24.09.2008

De Santos ao Rêgo e Cidade Universitária
Da cota 05 à cota 100m, 7 + 2 + 2 + 4 + 5 km

Hoje foi um dia de descobertas fantásticas com a eléctrica. No passado dia 131 deste projecto, coloquei o estudo dos tempos que demorei porta-a-porta, de casa ao trabalho, neste mesmo percurso, usando a minha "BH" convencional. Coloco agora aqui os dados de um dia semelhante, mas com a eléctrica:

08:05h - Saída de casa (porta de casa)
08:08h - Saída em bicicleta do portão da garagem
08:14h - Praça do Município
08:17h - Rossio
08:18h - Restauradores
08:23h - Marquês de Pombal
08:30h - Praça de Espanha
08:34h - Estacionamento no piso -2 do edíficio, no Rêgo
08:36h - Entrada no escritório

Caríssimos, 26 MINUTOS !!!!!! Um tempo excepcional para percorrer os 7 km que separam o portão da garagem do meu prédio do estacionamento subterrâneo do edifício de escritórios onde trabalho. Contra os cerca de 45 que demoro em média com a convencional.

16.2 km/h de média, para subir da cota 05m à cota 80m. ZERO suor. É curioso que hoje, no escritório, cumprimentei todos os (as) colegas, ainda antes de ir trocar de camisola à casa de banho. E nem precisei de passar a toalha pelo tronco.

Este é sem dúvida um veículo que permitirá a muita gente deslocar-se de bicicleta para o trabalho, sem ter a preocupação do suor. E os consumos? 1€ de electricidade, por cada 250 km percorridos :)

(A eléctrica, estacionada no piso -2, num edifício de escritórios no Rêgo)

Pelas 12:00h, aproveito a proximidade, para ir almoçar à Cantina I da Cidade Universitária. Vejam como 2km é "proximidade", quando se anda de bicicleta.

Regresso ao gabinete pelas 13:00h. 4 km ida e volta, que agora na eléctrica se fazem em metade do tempo.

Ao final da tarde, combinei com o Hugo van Zeller (outro utilizador de bicicleta) um café no Picoas Placa. 12 minutos bastaram para fazer o percurso do Rêgo até Picoas, passando pelo túnel do Rêgo, Gulbenkian e Saldanha.


(Eu e o Hugo, junto das nossas máquinas, nos estacionamentos para bicicleta do Picoas Plaza)

Pelas 20:00h, descida até casa, acompanhado pelo Hugo até à Baixa. A faixa do BUS, na Av. Fontes Pereira de Melo era "nossa", percorremos a Rotunda do Marquês na 2ª faixa da direita, praticamente à mesma velocidade que o restante tráfego, e descemos a Av. da Liberdade, ora por estrada, ora por passeio, que aqui é largo o suficiente e com muito pouco tráfego de peões.

Paulo Santos
93 km de bicicleta eléctrica por Lisboa, desde 19.09.2008

Dia 138 - 23.09.2008

Da Santos a Alfama
Da cota 05m à cota 40m, 4 + 6 km

Hoje vi-me forçado a utilizar o meu veículo automóvel, numa deslocação para fora da cidade de Lisboa. Mas à noite, com as temperaturas fantásticas que ainda vamos tendo, aceitei o convite de um amigo para ir tomar um café a uma tasca: a "Típica de Alfama".

O percurso, pelas 22:30h, foi: Santos, Rua da Boavista, Rua de São Paulo, Rua do Arsenal, Baixa, Rua da Alfândega, Campo das Cebolas, Rua do Terreiro do Trigo, Museu da Marinha e Santa Apolónia. Sempre em plano até aqui, a 22 km/h, sem esforço. Depois lá subi pela estreitas e íngremes ruas de Alfama, até à "Típica". Sem esforço, sem suor.


(A bicicleta eléctrica, estacionada em frente à "Típica de Alfama")

Regresso a casa pela meia noite, pelo mesmo percurso, não sem antes andar perdido num sobe e desce pelas ruas de Alfama :)

Paulo Santos
73 km de bicicleta eléctrica, por Lisboa, desde 19.09.2008

Dia 137 - 22.09.2008

De Santos à RTP, em Chelas, de bicicleta convencional
Da cota 05m à cota 85m, 31 km

O dia Europeu sem carros motivou um grande interesse por parte da comunicação social por projectos ligados à mobilidade sobre veículos não poluentes. Vai daí, e a RTP convidou-me para ir falar durante uns minutos no programa Portugal no Coração, apresentado pelo João Baião e a Tânia Ribas de Oliveira. Levei a minha convencional, e pedi a outra pessoa para me levar a eléctrica. Estiveram as duas em estúdio.

O dia começou bem cedo, com a deslocação de bicicleta até ao gabinete de engenharia no Rêgo, pelas 08:00h. 6.7 km pela fresca da manhã.

(Curiosidade: esta bicicleta amarrada, no Rêgo, era novinha em folha. Acabadinha de comprar. Tinha até 2 cadeados, por segurança. Conclusão: alguém começou agora a usar a bicicleta como meio de deslocação para o trabalho. Mais um bom exemplo a juntar-se aos muitos que já o fazem)

Almoço na cantina da cidade universitária pelas 12:00h, a 1500m, e pelas 13:00h lá pedalei até Chelas, para ir ao ISEL falar com colegas e professores, antes de ir para os estúdios da RTP. 5 km percorridos pelas Av. do Brasil e Marechal Gomes da Costa.

(Esta estava amarrada no interior do campus do ISEL, junto à residência universitária)

Pelas 15:00h já estava nos bastidores do estúdio 2 da RTP (a RTP fica mesmo em frente ao ISEL), na sala de maquilhagem. Entrada em estúdio pelas 15:55h e 6 ou 7 minutos bastaram para ter feito mais um adepto das bicicletas na cidade: o João Baião, que ainda mesmo durante o "directo" não se conseguiu conter e deu umas voltas de bicicleta pelo estúdio de gravação do Portugal no Coração.

(O João aqui a testar a "eléctrica", num dos intervalos da gravação, depois da minha entrevista)

Ao final da tarde, passagem pela cidade universitária para jantar na cantina com a "rapaziada" e posterior regresso a casa, pelas 20:30h, até a Santos.

Curiosidade: após 3 dias de testes com a eléctrica, foi bom voltar à minha "urbana", assistida exclusivamente a pernas, e verificar que estou perfeitamente adaptado a ela, tendo até sentido a sua falta. Claro que a eléctrica tem uma série de vantagens, e é optima para determinado tipo de pessoas, mas para mim ...... Acho que me estou a tornar num "purista" :) perfeitamente adaptado a dar ao pedal ... para o trabalho.

Maiores cumprimentos

Paulo Santos
1574 km de bicicleta convencional, em Lisboa, desde 01.01.2008

Dia 136 - 21.09.2008

De Santos, ao Parque Eduardo VII ... de bicicleta eléctrica.
Da cota 05m à cota 115m, 15 km

Ao domingo Lisboa é cada vez mais excepcional. Gente, gente e mais gente nas ruas.

Animação na Praça do Comércio, teatro de rua, folclore e ... muitos turistas. São cada vez mais a encher de gente as ruas da Baixa. E claro, muitos são oriundos de paises por onde se anda de bicicleta. Por ora, ainda não têm as condições de segurança, mas em breve, esperemos que já possam também eles usar a bicicleta como forma de conhecer melhor tudo o que de belo a cidade tem para oferecer.

(A bici, junto ao rio, num domingo sem carros)


(eu, montado na bicicleta eléctrica, da "MVP, veículos eléctricos")

Depois, passeio de bicicleta eléctrica até mesmo ao ponto mais alto do Parque Eduardo VII. Para apreciar a vista, e retirar mais algumas informações sobre o desempenho desta máquina.

E assim se retiram mais uns dados para esta tese de mestrado "contribuição do modo bici na gestão da mobilidade urbana.

(Eu e a eléctrica num dos pontos mais altos da zona urbana central da cidade, 115m)

Paulo Santos
63 km de bicicleta eléctrica em Lisboa, desde 21.09.2009

Dia 135 - 20.09.2009

De Santos a Chelas
Da cota 05m à cota 90m, 27 km de bicicleta eléctrica

Hoje saí de casa pelas 11:30h, com destino ao ISEL, em Chelas. Mas primeiro passei pela Biclas, para assistir à inauguração dos estacionamentos para bicicletas, mesmo em frente à loja.


(Numa pequena brincadeira, retirámos as fitas de obra que ainda envolviam os novos estacionamentos colocados pela câmara, em frente à loja. Na foto pode ver-se a bicicleta eléctrica que ando a testar)

Depois montámos um ciclómetro com fio (gentilmente cedido pela Biclas.com) nesta bicicleta, pois devido ao "ruído" electro-magnético, o meu ciclómetro sem fios não funciona :(

Pouco depois meti-me a caminho até Entrecampos, num percurso feito sem qualquer suor, graças ao motor eléctrico da bike.

(O Ernesto, um colega com 60 anos, que apesar de há anos não andar de bicicleta, subiu sem dificuldade a Av. das Forças Armadas, com o auxílio do motor eléctrico)

Depois de almoço, a ida até ao ISEL fez-se a uma velocidade média de 19 km/h. A Av. do Brasil tem inclinação suave, e a Av. Marechal gomes da Costa, nos primeiros 300m a seguir à Rotunda do Relógio, fazem-se sem esforço a 11 km/h.

Recordo que esta bicicleta tem um motor eléctrico no eixo da roda de trás, alimentado por uma bateria com autonomia para 50 km.

Ao final da tarde, de volta a Entrecampos para jantar e depois regresso a casa pela Av. 5 de Outubro, Fontes Pereira de Melo, Braancamp, Rato e Rua de São Bento.

Velocidades comparativas entre a bicicleta convencional e a eléctrica, a subir, sem esforço do ciclista

Rua/Avenida (inclinação) - Convencional (km/h) - Eléctrica (km/h)
Av. Liberdade (4.5%) - 9.0 - 16.5
Fontes P. Melo (3.5%) - 12.0 - 20.0
Av. Brasil (1% a 3%) - 15.0 - 22.0
Mar. Gomes Costa (6.0%) - 7.0 - 13.0
Parque Eduardo VII (10.0%) - 6.0 - 11.0

Gasto energético: 0.10€ (1€ por cada 250 km)

Paulo Santos
47 km de bicicleta eléctrica em Lisboa, desde 19.09.2009

Dia 134 - 19.09.2008

De Santos ao Castelo ... de bicicleta eléctrica.
Da cota 05m à cota 90m, 5 km de manhã, 20 km à noite (aprox.)

Hoje foi o primeiro dia de testes à bicicleta eléctrica, cedida por um empresário português, durante umas semanas.

De manhã necessitei de ir às finanças e ao banco, à Baixa. 2 km até lá, em plano, nesta bicicleta, fazem-se a 25 km/h, com o auxílio do motor eléctrico. Nada de especial, tendo em conta que na minha bicicleta, em plano, sem grande esforço, atinjo os 20 km/h facilmente.

(A eléctrica estacionada e trancada na Rua dos Correeiros, na Baixa, junto às Finanças)

Ao passar pela Câmara Municipal, deparei-me com as obras para a colocação destes 2 conjuntos de estacionamento para bicicletas. Um primeiro passo, dos muitos que a Câmara ainda terá de dar. A melhorar, o tipo de estrutura, pois esta tem limitações ao nível do apoio e encosto da bicicleta, principalmente os modelos urbanos, como a minha.

À noite, saída até ao Bairro Alto, para um encontro com amigos que, para variar, estavam atrasados, pelo que resolvi dar uma volta um pouco maior: ir ao Saldanha na eléctrica.

Caríssimos, a facilidade que esta máquina tem em me transportar mais aos meus alforges, sem praticamente esforço na subida, é uma coisa excepcional. Ainda não tenho velocímetro nesta, pelo que não tenho ainda dados concretos, mas de certeza que ultrapassam as expectativas.

Regresso a descer a Fontes Pereira de Mello e a Avenida da Liberdade, pela central.

Aproveitei estar na Baixa, e resolvir ir ao Castelo, para ver a nível de esforço. Caríssimos: ZERO. Esta máquina consegue, quase sem o meu auxílio, subir a calçada até à Sé, e daí até ao topo, antes de se virar para o Castelo, onde voltei para trás. Fica aqui a promessa de ir mesmo ao Castelo, num dia destes.

(A eléctrica, no Miradouro de São pedro de Alcântara, depois de ter ido ao Marquês, Saldanha, Sé e Castelo, sem me exigir grande esforço:))

Paulo Santos
25km de bicicleta eléctrica por Lisboa, desde 19.09.2008

Dia 133 - 18.09.2008

De Santos ao Rêgo, Saldanha e Praça do Chile
Da cota 05m à cota 105m, 20 km no total do dia

De manhã: ida até ao gabinete de engenharia no Rêgo, para uma reunião com o responsável de projectos. A 6.7 km
Ao almoço: ida até à cantina da cidade universitária, a 1500m.
À tarde: encontro com a equipa de reportagem da TVI, que, com grande profissionalismo, realizaram mais uma reportagem na área da mobilidade urbana, em particular, no uso da bicicleta como meio de transporte. Foi transmitida hoje, à noite, no Jornal Nacional.

(A equipa de reportagem da TVI, a Raquel e o Filipe, a definirem a estratégia para as filmagens, no Saldanha)

Ao final da tarde: ida à Praça do Chile, ao centro de formação.

O regresso a casa fez-se a descer a Av. Almirante Reis até à Baixa, e depois Santos.

Paulo Santos
1543 km de bicicleta em Lisboa, desde 01.01.2008

Dia 132 - 17.09.2008

De Santos ao Rato .... de bicicleta eléctrica.
Da cota 05 à cota 60m, 5 km sem qualquer esforço ou suor.

E finalmente chegou. Como prometido, um empresário Português que comercializa bicicletas eléctricas por cá, trouxe-me um dos seus modelos de bicicletas assistidas electricamente, para a testar em Lisboa durante umas semanas.

Resolvi testá-la imediatamente, com uma subida do Largo de Santos atá ao Rato, subindo a Rua de São Bento, que, para quem não conhece, é longa (mais de 1 km) e com inclinação média (até 5%).

E fiquei logo convencido das potencialidades deste tipo de bicicletas. É muito semelhante à minha "BH", modelo de cidade, apenas tem um motor eléctrico no eixo da roda de trás, alimentada por uma bateria.

O motor é activado com o movimento dos pedais, e numa subida com a Rua de São Bento, sem qualquer esforço por parte do ciclista, esta máquina coloca-me no Rato sem uma única gota de suor. É interessantíssimo sentir o impulso que o motor eléctrico dá à bicicleta, no arranque. Em plano atinge 25 km/h, e numa subida de 4 ou 5% de inclinação, transporta-me a cerca de 12km/h. Quando lhe instalar o ciclómetro, terei dados mais concretos.

Nos próximos dias vou usá-la, e estou convencido que as distâncias percorridas vão aumentar, e os tempos gastos vão diminuir.

Paulo Santos

Dia 131 - 16.09.2008

De Santos ao Rêgo e Cidade Universitária
Da cota 05m à cota 105m, 17 km no total

Palavras para quê. Ficam aqui os dados técnicos, em tempo e distância, do meu dia de trabalho de hoje, com deslocação de bicicleta.

08:15h - Saída de casa (instante em que tranquei a porta)
08:18h - Saída da garagem do prédio, montado na bike.
08:24h - Praça do Comércio
08:26h - Rossio
08:28h - Restauradores
08:39h - Chegada ao Marquês de Pombal.
08:50h - Praça de Espanha
09:00h - Estacionei a bike no piso -1 do Edifício América, no Rêgo.
09:02h - Entro no elevador depois de trancar a bicicleta e pegar nos 2 alforges que transporto.
09:04h - Entro no gabinete de engenharia.
09:05h - Monto o computador portátil (que transportei num dos alforges) e ligo-o.
09:06h - Vou ao wc, onde passo uma toalha humida no tronco, em particular por baixo dos braços e nas costas. Coloco um pouco de spray desodorizante.
09:10h - Começo a trabalhar.

55 minutos no total, incluindo higiene pessoal, pois transpirei um pouco a fazer estes 6.5 km, uma boa parte em subida. Mas o tempo de deslocação de bike reduz-se a 45 minutos, do chamado movimento porta-a-porta.

Se utilizasse o automóvel, com o tempo na procura de estacionamento (não tenho lugar para o carro neste edifício de escritórios) demoraria cerca de 25 a 30 minutos, no percurso porta-a-porta. Lembro-me uma vez em que andei exactamente 7 minutos às voltas para arranjar lugar ... a uns 500m. A este tempo junte-se o percurso a pé, de escadas e elevador até à porta do escritório. Mais uns 6 minutos.

No total, praticamente o mesmo tempo de bicicleta ou de automóvel. Mas a custo ZERO, e com poupanças indirectas, tendo em conta que tenho ginásio gratuito neste 6.5 km, percorridos de bike pela cidade de Lisboa.

(A minha bicicleta, no alto da Av. das Forças Armadas, a caminho da cantina I, na Cidade Universitária)

Junte-se mais a vantagem, por ter a bicicleta comigo, de ir almoçar a 1500m do local de trabalho. 6 minutos contra os 15 a pé. Mais 6 minutos no regresso ao gabinete. Aqui poupo mais uns minutos, no total do dia, comparativamente com o uso do automóvel.

Como sabem, o regresso a casa é bem mais rápido, pois estando no planalto central, qualquer percurso é praticamente plano ou a descer. 25 minutos para chegar a casa ao final do dia.

82 minutos gastos nas minhas deslocações, num dia de trabalho.
Se andasse de automóvel, gastaria uns 50 a 60 minutos de carro, mai uns 30 a pé, ao almoço.

80 a 90 minutos. Tal como de bicicleta.

É aqui que a bicicleta ganha uma grande vantagem. Quando, ao final do dia, se faz o somatório de todos os tempos gastos em deslocações, ora de carro e a pé, ora de bicicleta.

Agora imaginem ainda que gastam 60 minutos por dia num ginásio, com o objectivo de perder peso. Carro+pedonal+ginásio dá quase o dobro do tempo que eu gasto a fazer tudo isso, mas de bicicleta . Num só dia !

Agora multipliquem pelos dias de trabalho e de ginásio, num ano!!!!
Andar de bicicleta é, acima de tudo, um grande gozo por saber que se tem a capacidade intelectual para ultrapassar estigmas, preconceitos e mitos sobre a cidade de Lisboa e as bicicletas, como meio de transporte.

Maiores cumprimentos.

Paulo Santos
1523 km de bici em Lisboa, desde 01.01.2008

Dia 130 - 15.09.2008

Da Santos ao Largo do Camões
Da cota 05m à cota 40m, 3 km

Hoje de manhã tinha combinado com uma jornalista do Jornal SEXTA encontrarmo-nos no Largo do Camões para uma entrevista. Este gratuito vai publicar (em princípio na próxima sexta-feira) uma reportagem com muitas das conclusões sobre o projecto dos "100 dias", que na realidade já vai nos 130.

Pelas 10:00h, como combinado, lá nos encontrámos. Seguimos atá ao Chiado, onde na esplanada da Brasileira passámos duas boas horas à conversa, gravada em cassete.

É curioso como a comunicação social continua cada vez mais empenhada nas questões ligadas à mobilidade, ambiente, economia e qualidade de vida.
Sobre o projecto dos "100 dias de bicicleta em Lisboa" são já às dezenas os artigos, notas e entrevistas publicados na imprensa escrita, TV, Rádio e on-line .

Assim continue, pois é com informação que se consegue colocar as pessoas a falar e a pensar sobre seja o que for. E esta questão está cada vez mais na ordem do dia.

Paulo Santos
1506 km de bicicleta em Lisboa, desde 01.01.2008

Dia 129 - 14.09.2008

De Santos à Baixa e ao Miradouro de São Pedro de Alcântara
Da cota 05m à cota 65m, 9km de passeio.

Ao domingo é cada vez mais agradável percorrer as ruas de Lisboa. Depois de almoço, desço até à garagem do prédio, onde tenho a bike estacionada, coloco-lhe o ciclómetro, e subo até ao piso zero do prédio. É curiosa a sensação que tenho, ao ver o portão automático a abrir-se, estando eu montado na bicicleta. Muitas vezes as pessoas que passam na rua naquele instante ficam surpreendidas com o "insólito" par, veículo+condutor. Um sorriso de parte-a-parte, um educado "bom dia" e lá arranco eu.

As ruas são sempre as mesmas: Largo do Conde Barão, Rua da Boavista e de São Paulo, por onde circulo pela via de BUS. Rua do Arsenal e Praça do Comércio, que aos domingos das 10:00h às 17:00h não tem automóveis. Só pessoas. Muitas pessoas.



(A minha bici muito próximo do - quase pronto - Cais das Colunas)

Umas voltas pela Rua Augusta e Rossio e lá me decido a ir até ao Miradouro de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto.


Subindo pela Ruas do Carmo e Garrett e depois, porque estava com tempo, apeado da bici, percorri algumas das ruas do Bairro Alto, que em pleno dia parece outro :), até ao miradouro.

Depois de apreciar as vistas e ler mais um pouco de um livro, voltei a casa, ao final da tarde.

Paulo Santos
1503km de bicicleta em Lisboa, desde 01.01.2008

Dia 128 - 13.09.2008

De Santos a Santa Apolónia, Av. de Roma e Entrecampos
Da cota 05m às cotas 20m, 80m e 100m, 20 km no total

Hoje é sábado, mas nem por isso é um dia em que dou descanso à bicicleta.

Pelas 14:30h saí de casa para ir tomar um café com um amigo, à Tasca da Rosa, na Calçada dos Cesteiros, bem por trás da estação de comboios da Santa Apolónia. É uma das ruas mais íngremes da cidade de Lisboa. A Tasca fica a meio da rua, mas nem assim me arrisco a pedalar até lá. No início da rua, apeio, e levo-a à mão.

Pelas 16:30h fui até à Av. de Roma, também para me encontrar com um outro amigo. De Santa Apolónia sigo até à Baixa, Rossio, Restauradores, Marquês, Saldanha, Instituto Superior Técnico e Praça de Londres. Da cota 05m à cota 80m. A cerca de 10 km/h, pois que é a subir.

(A minha bicicleta, em frente ao cinema Londres e na Av. de Roma, bastante calma ao sábado)

Às 19:00h, sigo até à Cantina II da Universidade de Lisboa, ao cima da Av. das Forças Armadas, que subo pelo passeio largo, num dia calmo praticamente sem peões.

Depois do jantar, regresso pela Av. 5 de Outubro (já com a luz de trás ligada, a da frente anda sempre acesa), uma via com inclinação bastante suave.

Passagem pelo Saldanha Residence, para ir até à Valentim de Carvalho, tomar um café e ler os jornais do dia.

(A minha bike amarrada junto à entrada sul daquele centro comercial)

Hoje aventurei-me a "fazer" a Rotunda do Marquês, que normalmente faço pelas ruas e passeios laterais, e desta vez a 43 km/h senti-me um verdadeiro veículo. Com todos os cuidados e sempre avisando os automobilistas das minhas intenções, quer para me manter na rotunda, quer para sair dela em direcção à Rua Braancamp e seguir até ao Rato.

E hoje bati um record pessoal: 51.3 km/h a descer a Rua de São Bento.

É graças às descidas de Lisboa que a minha velocidade média de circulação de bicicleta é de quase 14 km/h, pouco inferior à de um veículo automóvel que circule pelo centro da cidade em hora de ponta (15 a 20 km/h), e que compensam a velocidade de subida, cerca de 10 km/h.

Nas subidas anda-se mais devagar para minimizar o suor e o cansaço, mas nas descidas compensa-se. E que bom que é sentir o vento na cara, nas descidas de Lisboa.

Paulo Santos

1494 km de bicicleta em Lisboa, desde 01.01.2008

Dia 127 - 12.09.2008

De Santos ao Saldanha
Da cota 05m à cota 80m, 5km+5km

Já algum tempo que ultrapassei os 100 dias de bicicleta em Lisboa, contudo só agora enviei à comunicação social as principais conclusões. A Agência Lusa de Informação convidou-me para uma entrevista no Saldanha, e vai colocar em linha esta reportagem, de forma a que os seus associados a possam publicar.

Demorei 30 minutos de casa, em Santos, até ao Saldanha. Sem pressas, para suar o menos possível. Como são 09:30h, mesmo de verão, a temperatura ainda está fresca (20ºC) a esta hora, ainda para mais hoje está um pouco de vento, o que ajuda a minimizar o suor. Pelo caminho, "apanhei" um outro ciclista, o David, um Luso-descendente que está em Portugal de sabática, e que já trabalhou nestas questões de mobilidade nos Estados unidos, durante vários anos. Também ele participou na entrevista.

40 minutos bastaram para que a jornalista gravasse a informação necessária e segui de volta, desta vez pelo Rato, Príncipe Real e Largo do Camões até à Rua da Emenda, para ir ao IEFP, onde me fui inscrever no curso de Formação Contínua de Formadores. O meu certificado de formador caduca no final do mês, por isso, toca a frequentar mais 60 horas nesta matérias da pedagogia.

Um professor também tem de se actualizar com as novas realidades e técnicas pedagógicas.

A bicicleta, essa, ficou amarrada a um sinal de trânsito, coisa a que já está perfeitamente habituada.

Maiores cumprimentos.

Paulo Santos

1474 km de bicicleta em Lisboa, desde 01.01.2008

Dia 126 - 11.09.2008

De Santos à Baixa e ao Chiado
Da cota 05 à cota 40m, 5.6 km

As noites Lisboetas continuam a ser apetecíveis, mesmo com uma pequena baixa da temperatura. 18ºC pode já ser fresco para algumas pessoas, mas não para quem se faz deslocar pela cidade de ...... bicicleta.

Se há coisa que eu não senti ainda este ano, foi frio. Pedalar para ir para o trabalho, dar aulas, para a universidade, ao supermercado, ao cinema, ao encontro dos amigos, ou simplesmente vaguear pela cidade, tem destas vantagens.

Esta noite, depois de jantar não me apetecia estar em casa. Com a Baixa mesmo aqui ao lado (1500m), 6 minutos a pedalar colocam-me na Rua Augusta numa ápice. Os carris do eléctrico já não metem medo, principalmente com a minha urbana de roda 28" que atravessa tudo sem problemas, e até mesmo a calçada da Rua do Arsenal se tornou suportável, já que a utilizo quase todos os dias.

Depois de umas voltas pelo Rossio e pela Praça da Figueira, sigo até ao Chiado, subindo na mudança mais leve que tenho na bicicleta, pelas Ruas do Carmo e Garrett.
A 5 km/h, sem pressas, o esforço é reduzido ao mínimo indispensável para fazer avançar a minha bicicleta naqueles cerca de 8 a 9% de inclinação e uns 800m de distância. Estas são das ruas mais inclinadas que subo nas minhas pedaladas pela cidade.

Tirando ruas deste género, todas as outras têm inclinações muito inferiores, abaixo do 5%. Av. da Liberdade, Fontes Pereira de Mello, Av. da República (muito suave), Av. António de Augusto de Aguiar que muitas vezes me leva à Praça da Espanha, são todas avenidas mais suaves que estas ruas, que subo ocasionalmente.

Mas o gozo de andar de bicicleta pela zona histórica da cidade supera o esforço. E não sou o único. Vi talvez uma dezena de utilizadores de bicicleta esta noite, e mais uma meia dúzia equipados a rigor para a prática de desporto ciclistico. Uma criança inclusivé. Todos com luzes, como deve ser à noite. Eu chego mesmo a andar com as luzes ligadas durante o dia. Estudos indicam que assim reduzo em muito as probabilidade de acidente.


(A minha máquina no Largo do Camões. Reparem nos reflectores deste tipo de pneus, que "devolvem" a luz do flash. Excelentes para circular à noite, pois os automobilistas vêem-me melhor. Para além é claro, das luzes à frente e a trás)

Apesar de ter saído sozinho de casa, rapidamente arranjo companhia para conversar. Um casal de espanhóis que acha graça à bandeira que identifica o meu projecto. Rapidamente trocamos impressões sobre as bicicletas e a sua cidade natal, Barcelona, totalmente rendida às bicicletas.

Um grupo de estudantes Gregos que vieram de Braga para conhecer a capital. Indico-lhes o caminho para as ruas do Bairro Alto, onde se podem divertir.

3 Cabo Verdianos animam o Largo do poeta Chiado, com musicas da sua terra natal.

E assim se passa 1:30h, numa Lisboa a que alguns ignorantes* teimam em apelidar de confusa, barulhenta e poluída, pois a única coisa que conhecem é a 2ª circular e o eixo Norte-Sul em horas de ponta.

Mas Lisboa é isto: cultural, divertida, animada, fresca pela noite, e romântica ao seu próprio estilo, proporcionando relações humanas e estimulando os sentidos.

*ignorantes - aqueles que falam daquilo que não sabem, daquilo que desconhecem ou do qual não têm experiência.

Paulo Santos
1464 km percorridos de bicicleta, como meio de transporte, em Lisboa, desde 01.01.2008

Press Release - Setembro 2008

Após mais de 100 dias e 1200 km de bicicleta como meio de transporte em Lisboa, investigador conclui:

“Lisboa é uma cidade ciclável, para uma grande parte da população que nela vive, estuda e trabalha.”

Deitando por terra os vários mitos que serviram de desculpa durante décadas para não se usar a bicicleta como meio de transporte, Paulo Santos salienta: “As 7 colinas são apenas uma parte de toda a área urbana da cidade, que no último século cresceu urbanisticamente para além da zona histórica, tendo-se expandido até aos seus limites concelhios”.

Actualmente, aos 18 km planos de toda a frente ribeirinha, junta-se o planalto central, uma extensa área praticamente plana, que ocupa mais de metade da área urbana da cidade (ver mapa de altitudes).
De Belém ao Parque das Nações, do Saldanha ao Lumiar, da Praça de Espanha às Olaias, de Carnide a Sete Rios, do Campo Grande ao Aeroporto, são milhares as pessoas que não precisam de suar muito para chegar ao seu destino a pedalar.

“A bicicleta é vantajosa também a todos os que moram em zonas altas e trabalham ou estudam em zonas de cota inferior, já que de manhã não necessitam de fazer esforço, pois é sempre a descer. No regresso ao final do dia, é um facto que têm de subir, e talvez até suar um pouco, mas aí já vão a caminho de casa, onde o suor se resolve com um refrescante duche. E convém não esquecer que metade da população portuguesa é obesa ou tem excesso de peso, pelo que o uso diário da bicicleta, juntamente com o esforço necessário nas subidas, pode ser bastante útil no controle do excesso de peso, como provam os 6 kg de gordura que já perdi, desde que a adoptei como meio de transporte, em 1 de Janeiro deste ano”, acrescenta Paulo Santos.

A mobilidade e a qualidade de vida na cidade de Lisboa passa obrigatoriamente pela criação de alternativas à utilização do veículo automóvel de uso privado, permitindo aos cidadãos optarem por um meio de transporte económico e amigo do ambiente, seguro, rápido em termos urbanos, saudável física e psiquicamente, e acima de tudo tão divertido e motivador de relações sociais, como é a bicicleta.

Só falta mesmo, diz este Engenheiro Civil especializado em Vias de Comunicação e Transportes, a criação de corredores exclusivos para bicicletas nas principais ruas e avenidas da cidade, que na maioria dos casos se resolve com uma pintura no pavimento e alguns sinais verticais, medidas a ser complementadas com ligeiras modificações no código da estrada.

“Com o aumento do número de utilizadores de bicicleta que se verificou nos últimos meses, e que se prevê continue a aumentar, é fundamental a criação de corredores para bicicletas para que se possa verdadeiramente democratizar e garantir a segurança rodoviária no seu uso, como meio de transporte na cidade de Lisboa. ”
Para além de que a bicicleta, mostram os estudos noutras cidades europeias, tem um contributo importante na gestão da mobilidade urbana, contribuindo para uma melhoria significativa a este nível, quer para peões, quer para automobilistas.

Paulo Santos afirma que continua a usar a sua bicicleta como meio de transporte, nas suas deslocações diárias pela cidade.

Mapa de Altitudes da cidade de Lisboa.
As cores mostram as zonas com altitudes dentro do mesmo intervalo (ver legenda do mapa).






Alguns dados sobre a cidade de Lisboa

Este mapa de altitudes permite observar, a título de curiosidade, que é possível ir do Aeroporto à Graça, com pouca variação de altitude (zona de cor 3).

Área total da cidade: aprox. 84 km2
Área urbana (exclui Monsanto e Pista do Aeroporto): aprox. 70 km2

Altitudes na cidade (aprox.):
Zona ribeirinha - 5m
Rossio - 9m
Restauradoures - 16m
Marquês de Pombal - 55m
Sete Rios - 70m
Praça de Espanha - 70m
Campo Pequeno - 75m
Campo Grande - 75m
Alvalade - 80m
Olaias - 80m
Saldanha - 80m
Graça - 82m
Lumiar - 85m
Rotunda do Aeroporto - 90m
Campo de Ourique - 95m
Carnide - 100m
Luz - 105m
Amoreiras - 110m

Ponto mais elevado em toda a cidade
- 228m, em Monsanto

Ponto mais elevado na zona histórica
- 110m, no Miradouro da Senhora do Monte

Paulo Santos é Engenheiro Civil, especializado em Vias de Comunicação e Transportes, sendo professor e investigador nestas matérias. Encontra-se a realizar a sua tese de mestrado “Contribuição do modo Bici na gestão da mobilidade urbana” e é o autor do projecto “100 dias de bicicleta em Lisboa”.

Dias 124 e 125 - 06 e 07.09.2008

De Santos a Santa Apolónia, à Cinemateca, e pela Baixa de Lisboa.
Da cota 05m à cota 45m, 24km + 8km pelo centro da cidade.

Este sábado, excepcionalmente, não tive trabalho para fazer. De maneira que foi totalmente dedicado para lazer. Um amigo telefonou-me para ir tomar um café com ele, na "Tasca da Rosa", localizada na inclinadíssima Calçada dos Cesteiros, nas traseiras da estação de Santa Apolónia.

(Podem ver aqui a inclinação da rua, pois a máquina fotográfica estava na horizontal. Uns bons 20%)

O percurso até Santa Apolónia é plano, a 3.5km de casa, mas os últimos 50m na Calçada dos Cesteiro (a caminho da Feira da Ladra) intimidam até o Armstrong, pelo que a bicicleta vai "à mão". Sem stresses, sem pressas, poie é fim-de-semana.

O dia estava tão bom, que depois do café, fomos dar uma volta pela lindíssima Alfama, agora mais recuperada e de cara lavada que nunca. Um bairro excepcional, com gente típica, muito típica. Os turistas adoram isto. E eu também ... de bicicleta pelas vielas e travessas.

À noite ... "woodstock". O documentário de Scorcese, de 1970, sobre o mítico concerto que moveu milhões e juntou ídolos num espaço único. Na Cinemateca, claro.


(A minha máquina, estacionada no átrio da Cinemateca, com autorização dos porteiros, e vigiada por estes).

De salientar que estas sessões de verão da cinamateca são ao ar livre, na esplanada interior. 3€ por 2 horas de cinema de excelente qualidade, com direito a uma cerveja :)

No final da noite, pelas 01:00h, passagem pelo Bairro Alto, que fica logo ali ... em cima :)

Hoje, domingo, passeio pela Baixa para ir ver a exposição sobre o Terramoto de 1755 e a recuperação urbanística da cidade. Uma exposição excepcional na Praça do Comércio, sobre o passado, o presente e o futuro desde espaço e da cidade. Grátis aos domingos :)


(A minha bicicleta estacionada e trancada no interior do espaço, junto às casa de banho, espaço vigiado pelos porteiros)

Nesta fase em que não existem parques para bicicletas, a melhor alternativa é estacionar a bicicleta em zonas seguras e vigiadas. De preferência, visíveis todo o tempo, como no Picoas plaza.


Ao final da tarde, passeio pela Baixa da cidade, Rossio e zonas circundantes.

Um fim-de-semana cultural, divertido, e de baixíssimo custo. Chama-se a isto "qualidade de vida". Ainda para mais com bom tempo. De aproveitar, antes da chegada definitiva do outono

Paulo Santos
1459 km de bicicleta na cidade de Lisboa, como meio de transporte, desde 01.01.2008

Dias 122 e 123 - 02 e 04.09.2008

De Santos ao Campo Grande e à Cinemateca
Da cota 05 às cotas 90m e 45m, 14km + 8km nestes dois dias de bicicleta em Lisboa

É extraordinário o clima por esta altura numa cidade como Lisboa. A temperatura amena (a rondar os 25º) estimula a actividade ao ar livre, numa cidade que se afirma cada vez mais turistica, e com opções para todos os gostos.

Ainda me lembro dos primeiros dias deste projecto, em pleno inverno. Comparativamente, esta época do ano é de longe a melhor para se andar de bicicleta, exceptuando dias de ondas de calor extremamente quentes, que este ano não se verificaram.

Dia 2 fui jantar à cantina da Faculdade de Ciências, no Campo Grande. 14 km ida e volta, por percursos já habituais, incluindo a ciclovia do Campo Grande, onde assisto de cada vez que lá passo a um aumento do tráfego de bicicletas.

(Bicicleta amarrada em Picoas, pelas 19:00h)


(A minha bicicleta, amarrada a um Sobreiro, junto à Faculdade de Ciências da U.L., no Campo Grande)


(Outra bike amarrada, no Campo grande)

Dia 05, pelas 22:30h, fui à Cinemateca de Lisboa, assistir ao primeiro de muitos documentários sobre os concertos que marcaram a geração de 60 e 70: Hoje vi o "Monterey Pop". De Santos até à Baixa, e daí pela Av. da Liberdade, até à Cinemateca, na Rua Barata Salgueiro. Sem stresses, à noite, com luzes na bicicleta para ser bem visto.

Cumprimentos a todos.

Paulo Santos
1427 km de bicicleta pela cidade de Lisboa, como meio de transporte, desde 01.01.2008

Dia 121 e meio - 31.08.2008

De bicicleta eléctrica .... por Sintra.
15 km pelas ruas e parques da romântica e inclinada Vila de Sintra.

Este domingo fui convidado por um empresário português para testar dois dos veículos que este comercializa em Portugal, na gama de veículos não poluentes: uma bicicleta assistida electricamente e uma scooter também totalmente eléctrica.

Para ficar a conhecer a capacidade deste tipo de veículos só há mesmo uma forma: EXPERIMENTÁ-LOS !!!

(bicicleta assistida electricamente, junto ao Palácio Nacional de Sintra)

Como funciona então uma bicicleta destas?

No eixo da roda de trás está acoplado um motor eléctrico, alimentado por uma bateria, com autonomia para 50 a 60km. Assim que começamos a pedalar, o sistema automaticamente arranca com a tracção eléctrica. Na maioria dos casos, nem precisamos de fazer esforço nas pernas, apenas o movimento necessário para girar os pedais, e deixar o motor eléctrico fazer o resto. Em plano, esta bicicleta atinge os 25km/h, só com a energia do motor. Em subidas de até 4 ou 5% (p.e. a Av. da Liberdade, no troço final), avança por volta dos 12 km/h e até 10%, conseguimos subir a 5 km/h, sem fazer esforço. Claro que se quisermos ir um pouco mais depressa, poderemos dar uma ajudinha ao motor eléctrico, pedalando com maior intensidade. A bicicleta dispõe de 6 mudanças, para facilitar a marcha.

Acessórios de origem: Luzes dianteira e traseira; luzes de stop; descanso, porta bagagens, espelhos retrovisores; cesto no guiador; 6 mudanças de punho; chave de segurança na bateria; carregador.

Peso: aprox 30 kg com bateria, que são anulados pela capacidade do motor eléctrico de 250w.
Preço: 890€, com tudo incluído.
Carregamento: aprox. 3h
Consumo: aprox. 0,40€ por cada 100 km :)

(outra perspectiva da bicicleta assistida electricamente)

Após um passeio de 15 km pelos parques de Sintra, este empresário sugeriu-me utilizar uma destas bicicletas durante umas semanas, em Lisboa, para a pôr à prova. Naturalmente aceitei o convite, pelo que em breve irei pedalar pela cidade de Lisboa, diariamente, com um novo veículo que me vai permitir melhorar em dois aspectos a minha prestação de ciclista: (i) percorrer maiores distâncias com (ii) muito menos esforço, e consequentemente menos suor :)

Outro dos veículos testados, foi esta Scooter Eléctrica. Com um motor de 1500w, esta máquina atinge os 45 km/h em plano, e numa inclinação acentuada de 10%, atinge os 15 km/h partindo do zero, ou os 25 km/h com balanço. É um veículo com matricula, pelo que vem equipado com todos os acessórios obrigatórios de segurança, incluindo a mala.

Preço: 1500€
Autonomia: 50-60km
Nº de lugares: 1

E assim se aumenta o leque de opções para se atingir uma liberdade plena de escolha, na nossa mobilidade diária, na cidade de Lisboa.

Maiores cumprimentos.

Paulo Santos

Relatos de quem já pedala pela cidade de Lisboa .............

São cada vez mais aqueles que usam a bicicleta como meio de transporte em Lisboa ( 29 testemunhos) ....................................... ver mais »

Engenharia Civil - Vias de Comunicação e Transportes

Intermodalidade de Transportes na cidade de Lisboa
Quanto lhe custa TER e USAR o seu automóvel ?
Os "100 dias" nos media

FAQs, Links, e informações de interesse para o ciclista ..........................

O código da estrada e os velocípedes ....................................
Rede de zonas cicláveis em Lisboa .....................................
Estacionamento para bicicletas, na cidade de Lisboa .............. brevemente
Rede de lojas e oficinas de bicicletas em Lisboa ............ brevemente
Transporte de bicicletas no metropolitano de Lisboa ...............
Transporte de bicicletas nos comboios da CP .....................
Transporte de bicicletas nos comboios da Fertagus ................
Transporte de bicicletas nos barcos da Transtejo e Soflusa ............
Custos comparativos com o uso do automóvel ............................ brevemente
Revistas da especialidade ......................................................... brevemente
Associações e grupos de entusiastas ........................................ brevemente
Eventos ................................................................................... brevemente

C.V. resumido


Currículo Vitae
Paulo Manuel Guerra dos Santos, Eng.º Civil.
Contacto: guerradossantos@gmail.com

Dados Pessoais
Nascido em 1973

Experiência Profissional
1995 a 2007 – Colaborador em diversas empresas de Projecto de Estradas e Consultoria (Proplano, Triede, Tecnofisil, Consulógica), onde desenvolveu competências na área do desenho e projecto de estradas, em particular com recurso às aplicações informáticas: AutoCAD, SMIGS e CIVIL 3D.

Experiência Pedagógica
1994 a 2007 – Mais de 6000h de formação ministradas em diversas escolas, centros de formação e empresas do continente e ilhas, nas áreas de Robótica Industrial, CAD, Topografia e Projecto de Estradas Assistidos por Computador.

Estágios Profissionais e Projectos Internacionais
2007 – Participação em projecto académico europeu na área da engenharia hidráulica, na Alemanha.
2007 – Estágio na Finnish Road Administration (Instituto de Estradas Finlandês), na cidade de Turku, na Finlândia.
2006 – Participação em projecto académico europeu na área da engenharia hidráulica, na Holanda.
1993/ 94 – Estágios na área da Robótica Industrial, em empresa tecnológica do sector metalomecânico, em Portugal.

Formação Académica
2007 – A preparar a tese de mestrado sob o tema “100 dias a ciclar na cidade de Lisboa”, com início previsto para 01 de Janeiro de 2008.
2007 – Conclusão da Licenciatura bi-etápica em Engenharia Civil, Ramo de Vias de Comunicação Rodoviárias, ISEL, com média de 15 valores.
1999 – Conclusão do Bacharelato em Engenharia Civil, ISEL, com média de 14 valores.

Formação Profissional em Novas Tecnologias de Informação
1995 a 2006 – Diversas acções de formação profissional nas áreas de Robótica Industrial, CAD, SIG, Topografia, Engenharia de Estradas, Design Gráfico e Criação de páginas de Internet.
1992 a 1994 – Curso de Robótica Industrial, CENFIM, com 3000h.

Formação Pedagógica
1994 a 2003 – Diversas acções de Formação Pedagógica de Formadores e Meios Audiovisuais.

Certificações Pedagógicas
Desde 2000 – Certificado pela AutoDESK, como formador autorizado em tecnologias de desenho e projecto assistidos por computador.
Desde 1998 – Certificado pelo IEFP como Formador, com CAP.

Resumo da situação actual
Actualmente exerce actividade em regime de freelancer como Técnico Especialista e Formador nas áreas de:

- Desenho Técnico Assistido por Computador (AutoCAD), para Arquitectura, Engenharia e Construção, a 2D, 3D e 4D.
- Modelação Digital de Terrenos, para Topografia (CIVIL 3D).
- Cálculo de Vias de Comunicação Rodoviárias Assistido por Computador (CIVIL 3D).

Outras informações
Disponibilidade total. Flexibilidade de horários. Habituado a viajar pelo país e pelo estrangeiro.
Muito bom nível de inglês falado e escrito. Excelentes capacidades de comunicação.
Não fumador. Dador de sangue. Praticante de desportos de combate.