O projecto dos "100 dias"

01.01.'08 - Apresentação e arranque do projecto ............ SIC
12.05.'08 - Primeiras conclusões aos 80 dias ................... SIC 02.07.'08 - Transportes amigos do ambiente .................. RTP2
18.09.'08 - Conclusões finais aos 130 dias ....................... TVI 22.09.'08 - Dia Europeu da Mobilidade 22.09.2008 ........ RTP1
02.11.'08 - Caia Quem Caia e as bicicletas ....................... TVI 30.12.'08 - Fim do Projecto dos "100 dias" ...................... RCP
01.01.'09 - Fim do projecto dos "100 dias" ...................... SIC 06.01.'09 - 100 dias na Prova Oral .......................... Antena 3


1 Outra reportagem
2 Outra reportagem
3 Outra reportagem
4 Outra reportagem
5 Carmona Rodrigues


Tese de mestrado "Contribuição do modo BICI na gestão da mobilidade urbana" - Descarregar PDF »»

Dias 022 e 023 - 28 e 29/01/2008

Estou a atravessar um fase de trabalho com um pico sem precedentes nos últimos 5 ou 6 anos. De repente parece que a crise acabou e veio a época de abundância. Pelo menos de trabalho. Nestes últimos 3 dias tenho saído de Lisboa em trabalho, regressando pelas 17:00h a casa. Mas mesmo assim ainda tenho oportunidade de utilizar a minha bicicleta, usando-a para me deslocar de casa até à Baixa, onde estou a dar formação de Topografia Assistida por Computador, das 18:00h às 22:00h. Demoro 6 minutos, seguindo pela Rua de São Paulo (via de BUS e linha de eléctrico), Rua do Arsenal e Praça do Município até à Rua de São Julião. A pé, de carro ou eléctrico, demoraria muito, mas muito mais tempo. 1600m a pedalar para lá, 3200m com a volta incluída, pelo Chiado.

(A bina estacionada na escada do prédio, no piso do centro de formação)



(Rua Augusta pelas 22:15h, no regresso a casa)

O tempo tem estado fantástico por estes dias. Temperatura amena, céu limpo. Menos uma desculpa para os que as gostam de inventar, como justificação para não andar de bicicleta.

Um abraço a todos.

Dias 020 e 021 - 25 e 26/01/2008

É curioso como a nossa vida pode, de repende, mudar. A sério !! Ter abraçado este projecto naturalmente que me mudou um pouco. Menos stress, menos gastos, mais amigos (como os 4 empresários que ontem me convidaram para almoçar, para falarem das suas experiências como utilizadores diários da bicicleta :).

(Os 4 fantásticos, empresários, engenheiros e utilizadores diários da bicicleta na cidade de Lisboa)


(As nossas binas, amarradas a qualquer coisa, na Av. 5 de outubro, antes de irmos todos almoçar)

Até a forma como me reencontro com as pessoas na cidade mudou, tal como esta sexta-feira, em que ouvi alguém a chamar-me no Marquês de Pombal: " stôr, stôr". Eram os alunos da EPCG, acabadínhos de sair da escola e eu, a caminho da Baixa para dar aulas. Já agora, 16 minutos do Bairro de Santos (Rêgo) ao Marquês. De carro não fazia melhor, a esta hora do dia (17:00h).
E é fantástico como, às 22:00h, quando "despego" do centro de formação, a Rua Augusta, a Rua do Carmo e a Rua Garret têm um fascínio que me passou despercebido todos estes anos. Eu sei que vivo no centro da cidade, e muitos outros não. Mas isso não são só vantagens. Antes pelo contrário. Morar numa zona baixa da cidade dificulta a vida a quem quer andar de bicicleta.

Cada um de vós deve analisar bem a sua própria situação perante a sua vida diária, a cidade e as bicicletas. Ter espírito crítico contra sí mesmo, vontade própria e coragem para agir, vontade para continuar e força para lutar e resistir, mesmo nos momentos mais difíceis. Tal como a mim, também a todos vós que tentam (e conseguem) ser diferentes, vos passam pela cabeça milhões de pensamentos. Uns, reagem e continuam, outros simplesmente não arriscam ou acabam por desistir.

Comecem ao fim-de-semana. Façam com eu neste sábado. Usem a bicicleta integrada com o metro ou o comboio. Assim, começa-se pelo mais fácil, e se necessário, recorre-se a uma ajudinha nas subidas.

Um grande abraço a todos.

Dia 019 - 24/01/2004

É curioso que, como engenheiro e professor, tenho dias em que estou em 3 ou 4 sítios diferentes. Colaboro com 2 gabinetes de engenharia na área do projecto de estradas assistido por computador e dou aulas, na mesma área, numa escola profissional e em vários centros de formação, públicos e privados. Moro num ponto baixo da cidade, e desloco-me para os pontos mais altos, nomeadamente as Amoreiras.
Eu, mais do que muitas outras pessoas, tenho todas as razões e mais algumas para andar de carro. A sério !!! Mas não o faço. Por uma razão simples: não gosto de inventar desculpas para justificar o meu comodismo. QUERO andar de bicicleta pela cidade, nas minhas deslocações diárias. Por isso FAÇO-O. Ponto final. Os outros, que continuem a gastar 25% ou mais do dinheiro que ganham anualmente, com os seus veículos a motor. É verdade, meus caros! A maioria de vós anda a trabalhar 3 meses do ano para sustentar o carro. Será que vale mesmo a pena?

Voltando ao que interessa, hoje voltei a sentir a liberdade que é andar de bicicleta pela cidade. Ora vejamos: 08:00h já estava na EPCG, nas Amoreiras, para dar aulas. 12:00h estava a Av. 5 de Outubro, a almoçar com 4 bons rapazes que me convidaram para me contarem as suas aventuras diárias com as suas bicicletas. É que eles, como eu, também usam a inteligência em proveito próprio e usam as suas máquinas nas deslocações diárias de casa para o trabalho.
13:30h, já estava no Bairro de Santos (Rego) no gabinete de engenharia. Às 18:00h, já estava a dar aulas de Topografia Assistida por Computador num centro de formação na Baixa.

Agora digam lá, se isto não é razão mais do que suficiente para andar de bicicleta? É que só desta forma consigo, em apenas 16 minutos, em plena hora de ponta (17:30h), chegar do Bairro de Santos à Baixa.

Caríssimos, votos de boas pedaladas para quem o faz, e desejos de melhoras, para quem ainda teima em dizer que o carro é o melhor meio de transporte dentro da cidade.

Um abraço a todos.

Dia 018 - 23/01/2008

Um dia um pouco diferente. Almoço na cantina do ISEG, em Santos, pelas 12:00h.

(Estacionamento para motos e bikes, no ISEG)


Pelas 13:00h, subida para as Amoreiras. Mas já aprendi: agora vou sempre pela Baixa, subo a Av. da Liberdade, páro no cimo durante 10 minutos para baixar a temperatura do corpo, onde tomo um cafézinho na Confeitaria Marquês de Pombal. Depois subo pela lateral do Parque Eduardo VII, mais suave, até à Artilharia I. E assim se vencem 100 metros de altitude. Desta vez sem mala às costas. Que diferença meus caros. Suor, quase nem vê-lo. Tenho mesmo de comprar as malas laterais para a bina.

(Rampeamento de lancil no Parque Eduardo VII. Apesar de ter feito para carros, é um exemplo de como se pode corrigir os lancis na cidade, e adaptá-los para bicicletas)

(Bina estacionada junto ao Liceu Maria Amália)


De regresso a casa pelas 17:00h depois de dar aulas na EPCG, é sempre a descer pelo Rato e Rua de São Bento. De caminho passei pelo supermercado para fazer umas compras e fui novamente à cantina do ISEG para jantar. Mais 8 km a pedalar por Lisboa.

(Outra bicicleta estacionada onde é possível, junto ao ISEG).

Há cada vez mais gente a aderir a este meio de trasporte. Sinto-me cada vez menos só nas ruas da cidade. Ainda bem. É assim que se constrói algo. Com pequenos passos, mas todos os dias das nossas vidas. Um abraço a todos.

Dias 016 e 017 - 21 e 22/01/2008

Dois dias exactamente iguais em termos de trabalho, e de pedaladas. Saída de casa pelas 08:00h para chegar antes das 09:00h à zona da Cidade Universitária, onde colaboro na área da engenharia de estradas com uma empresa multinacional. Gosto de seguir pela Rua de São Paulo pela manhã pois, sendo plana, serve para, sem grande esforço ou suor, aquecer o corpo e despertar alguns musculos que a esta hora do dia ainda dormem. Gosto de passar em frente da Câmara, para ver e ser visto por aqueles lados.


(Praça do Município, pela manhã)

Sigo até ao Rossio pela Rua Augusta e subo a Avenida da Liberdade até ao Marquês, praticamente sempre por estrada (na lateral). Ao cimo páro para tomar um cafézinho numa pastelaria tradicional e arrefecer um pouco o corpo, sempre na tentativa de suar o menos possível. 10 minutos depois avanço até à Av. António Augusto de Aguiar, seguindo em direcção à Praça de Espanha. Daí até ao Bairro Santos é um pulinho. 6600 metros, de casa ao trabalho. 50 minutos a pedalar, pois subir da Baixa até ao El Corte Inglés tem de ser devagar. Não por causa do esforço, que não é muito, mas porque o objectivo é suar o menos possível. Se bem que, assim que chego ao gabinete de engenharia, passo sempre pelo wc para passar uma águinha pelos braços e trocar de camisola.

Às 12:00, pego na máquina e vou até à cantina (1200 metros) almoçar e faço o percurso de volta em 5'30" minutos. A pé demoro 16'.

Ao fim do dia, voltar para casa é uma pequena maravilha. 24 minutos pelo mesmo percurso, excepto no El Corte, onde desvio para o Parque Eduardo VII, para apreciar a vista e descer a Rua de Artilharia I até ao Rato. É que daí do alto, é sempre a descer até minha casa. Da cota 109m, até à cota 9m. E que bem que se faz a Rua de São Bento de bicicleta. A descer claro !!!!! :)


(Parque Eduardo VII, ao final da tarde)

E assim terminaram mais dois dias de bicicleta na cidade de Lisboa. Um abraço a todos.

Dia 015 - 20/01/2008

Neste belo dia de domingo, decidi pedalar pela zona da Expo, coisa que já não fazia há anos. Pela 10:00h lá saí de casa, pedalei até ao metro da Baixa-Chiado, e aí enfiei-me no metro até à Gare do Oriente.
(A minha bike na contraporta do metro)

No Parque das Nações, encontrei-me com outra rapaziada adepta da utilização diária da bicicleta, que estavam ali à espera de uma concentração que não chegou a acontecer. Algumas das pessoas que lá conheci escrevem regularmente no meu blog e acompanham este projecto. Na volta, vim mais o Luís (que havia acabado de conhecer) pela marginal e a meio do percurso juntou-se a nós o Filipe, mais um adepto da bicicleta.

(Estrada interior na marginal junto a Marvila. Dezenas de pessoas pedalam por aquele percurso ao fim-de-semana)

Pedalámos até à Baixa, conversámos mais um pouco e lá nos despedimos, isto pelas 14:00h. Depois do almoço, resovi ir ao Terreiro do Paço comprar mais uns discos de Vinil, a seguir passei pelo supermercado para comprar pão e regressei a casa. Confesso que pela primeira vez, em Lisboa, senti a sensação de grande mobilidade e liberdade que se tem quando nos deslocamos de bicicleta para fazer actividades do dia-a-dia. Que bom que foi!! Lisboa é uma cidade igual a tantas outras: perfeitamente ciclável em muitos dos seus percursos. Seja por estrada, por passeio ou usando a intermodalidade do fim-de-semana.

(Uma das actividades de fim-de-semana no Terreiro do Paço: levantar voo num balão de ar quente)


(supermercado na Rua de São Bento)

(Miradouro de Santa Catarina (Adamastôr), já no final do dia)


Boas pedaladas

Dia 014 - 19/01/2008

Hoje, sábado, é tão fácil andar de bina que não há desculpas para não a usar. A não ser o comodismo :) Lá fui até à Baixa, 1,5 km, e apanhei o metro até ao Campo Grande. Daí ao Estádio Universitário de Lisboa é um pulinho. Treino de futebol e deslocação atá à cantina II, na Avenida das Forças Armadas (1 km). Uma curiosidade: fui abordado por um senhor, de uma forma muito calorosa : "Olha o homem dos 100 dias". Era o "Delta", um adepto das bicicletas e comentador aqui no blogue. Conversámos calorosamente sobre o projecto, e lá nos despedimos com um até amanhã, que ele também deve ir à "manif" de amanhã, pelas 11:00h no Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações.

Depois de almoço, regresso de metro até ao Marquês e descida de bina pela Av. da Liberdade até ao Rossio. Passei pela Fnac para imprimir as fotos do novo logo que fiz para este projecto. Depois, Chiado e Calçada do Combro até casa. Nem se dá pelo tempo a passar.




Esteve um dia óptimo hoje. Aproveitei para passear um pouco pela Baixa.

Um abraço a todos.

Dia 013 - 18/01/2008

E ao 13º dia aconteceu .... o primeiro furo :) Mas nada de stress, pois a rapaziada da Biclas.com (que me tem emprestado as binas para testar) artilhou-me a "trek" com câmara de ar supelente e ferramentas.

Tirando o furo, o dia foi calmo: saída de casa por volta das 11:00h e chegada à cantina da Cidade Universitária antes das 12:00h. Mas desta vez com algumas modificações, aconselhadas pela rapaziada que comenta no blogue: roupa leve (apenas uma T-shirt e um casaco de malha fina, em vez do tradicional blusão de inverno), assento mais baixo (para uma posição de condução mais cómoda e urbana), e sem capacete (eu sei, isso vai contra as regras de segurança). Suei metade do que costumava suar. Ah!! E claro, nem pensar ir pelo Parque Eduardo VII :) Fui pela Fontes Pereira de Mello. Sem stress por aí.


(Bina estacionada na Fontes Pereira de Mello, junto do C.C. Imaviz)

Pelo caminho, já na Cidade Universitária, fui abordado por duas moças que me reconheceram, tendo-lhes respondido a uma série de questões que me colocaram sobre a cidade, as bicicletas e a minha tese. Já agora, se me virem por aí, não hesitem em falar comigo. Tenho muito gosto em partilhar esta experiência com todos, e em partilhar das vossas experiências.


(Binas estacionadas na Cidade Universitária: Faculdade de Direito e Cantina Velha)

Depois de almoço segui para o gabinete de engenharia no Bairro Santos (mesmo ali ao lado), à noite voltei à cantina para jantar e, como já passava das 20:30h, voltei para casa de metro. Mobilidade Integrada meus caros. Aproveitar o que temos de melhor na cidade. 6 km de bina, 4 km de metro.


(Cais da estação de metro da Cidade Universitária)

Um abraço a todos.

Dia 012 - 16/01/2008

Hoje voltei a utilizar a bicicleta nas minhas deslocações diárias. Casa - Gabinete de Engenharia (manhã) - Cantina (almoço) - Escola Profissional (tarde) - Casa. Cerca de 11 Km divididos em 4 percursos. Já me apercebi que sou, dos utilizadores diários de bicicleta, daqueles que mais sofre: vivo a 9 metros acima do nível do mar, e vá para onde for, tenho de começar o dia a subir. A escola profissional fica mesmo num dos pontos mais altos da cidade: 109 metros. Sempre que estou a subir para estas cotas, vêm-me à ideia uma série de soluções que existem noutras cidades do mundo, desde elevadores a teleféricos, para apoiar as subidas de peões e ciclistas. Que pena a cidade de Lisboa não ter um teleférico como o que há em Guimarães (com suporte para bicicletas), a ligar os Restauradores ao alto do Parque Eduardo VII. Unia um dos pontos mais baixos a um dos pontos mais altos da cidade. Com uma vantagem: é que dali do alto, consigo ir para praticamente qualquer ponto da cidade, com declives muitíssimo mais suaves. Logo, sem suar :) Até mesmo para zonas como a Graça. Ou Bairro Alto. Digam-me a vossa opinião sobre este assunto, e dêem sugestões, por muito excêntricas que até possam parecer.

(A minha bina amarrada a uma grade, na Escola Profissional de Ciências Geográficas, onde dou aulas)



(Mais dois ciclistas que foram almoçar à cantina, de bina, na Cidade Universitária)


Sinto-me cada vez menos só nestas andanças. Já encontro bicicletas estacionadas por essa cidade fora. De gente que, como eu, gostaria de ver mais zonas definidas como cicláveis, mais estacionamento para bicicletas, e gente com outro espírito: o espírito aberto a novas formas de viver A cidade.

(Bicicleta estacionada na Av. 5 de Outubro. Curiosamente, com um design bastante urbano. Fez-me lembrar uma que usei na Alemanha, no passado mês de Novembro)

Um grande abraço a todos.

Dia 011 - 15/01/2008

Ontem fui, pela primeira vez, prestar serviços de engenharia a uma empresa multinacional com escritório no Bairro Santos, próximo da Cidade Universitária. Sendo a primeira vez, desconhecendo a localização, a zona e o próprio edifício, decidi utilizar o autocarro e o metro. Mas logo ao fim do dia, pedi autorização à portaria para deixar a bicicleta na garagem. Autorização concedida de imediato !!!!!! :) Hoje, lá fui então de bina, pelas 07:30h.




(Rua Augusta, pela manhã)

O percurso já não era novo de todo: Santos, Baixa, Marquês, Parque Eduardo VII, Praça de Espanha e Bairro Santos. Fácil. 5 Km. 40 minutos (ainda demoro 20 minutos da baixa ao alto do Parque). E claro suor. Mas isso já não assusta. Leva-se uma camisola para trocar, depois de uma passagem pelo wc do escritório. A receptividade dos técnicos e responsáveis da empresa a este projecto é fabulosa. 100% de apoio e admiração. Ainda bem. Assim provo que, seja qual for a profissão ou cargo que se ocupa, a bicicleta é uma boa maneira de dar um bom exemplo de um modo de vida com muita iniciativa, vontade própria, auto-estima e claro, flexibilidade de espírito.
(garagem do edifício de escritórios, na Bairro Santos, junto à Cidade Universitária)

A volta para casa fez-se às 17:00h, pela Av. 5 de Outubro, Av. de Berna, El Corte Inglés, Marquês e Rato. Que bem que se desce a rua de São de Bento, à mesma velocidade dos automóveis, ou mais depressa até :)

Dificuldade do dia: o Suor, ao chegar ao alto do Parque Eduardo VII e alguma chuva, pela tarde. Cumprimentos.

Dia 010 - 13/01/2008

Mas que belo dia de Domingo. Chuva, chuva e mais chuva. Mas miudinha. Belo dia para ir até à Praça do Comércio, pela primeira vez deste o início do projecto. Tomar um café com a Laura, jornalista, e utilizadora de bicicleta :) É verdade, mais uma voz a somar a tantas outras. Lá aproveitei uma aberta por volta 14:00 e em 6 minutos, sem stress e sem carros, lá cheguei. Fomos tomar um cafézinho algures na Rua da Vitória, deixando as binas encostadas à parede, mas visíveis da mesa onde estávamos sentados.

Por volta das 16:00, numa aberta, lá pedalei de volta para casa, mas não sem antes passar pela mini feira de antiguidades e artesanato do domingo sem carros da Praça do Comércio. Acabei por comprar 6 verdadeiras relíquias por 2€ cada: 6 Albuns em Vinil, dos quais destaco Iron Maiden, Guns e AC/DC. Décadas de 80. Que giro é ouvir I Used to Love Her na versão original, semi-acústica e com um ligeiro ruído de "batata-frita" :) Não teria descoberto estas relíquias, se não andasse de bicicleta pela cidade. Bons momentos que tenho passado. E mais 4 km a juntar a este projecto. Um abraço a todos.

Dia 009 - 12/01/2008

Ora aqui está um belo dia de Sábado. Dia de prática desportiva no Estádio da Cidade Universitária. Saída de casa pela 09:20, subida até ao Rato para entrar no metro, mas o elevador pregou-me um partida: estava fora de serviço. Não me estava a apetecer muito descer aquela escadaria enorme com a bina às costas. Solução: avançar até ao Marquês de Pombal, a pouco mais de um minuto de bina e lá, com muito menos degraus, apanhar o metro até à cidade universitária.





Vejam como a rapaziada está a aderir cada vez mais à bicicleta, talvez estimulada pelos que dão o exemplo: 4 binas, só na minha aula, lá no estádio.

Depois, às 12:30, almoço na cantina da Av. das Forças Armadas, e regresso a casa pelas 13:45. Desta vez, apesar de me sentir um pouco cansado do futebol, decidi pedalar. Mas pedalar ao ritmo a que eu chamo de "urbano". Pedalar sem esforço, ao ritmo natural do corpo (entenda-se, das pernas) pela Av. 5 de outubro. Surpresa: não só não me ressenti do esforço dedicado durante hora e meio à pratica de futebol 11, como não me cansei rigorosamente nada. Nem suor. Foi bom este teste, em que resolvi pedalar ao ritmo a que já tinha feito na Holanda, Finlandia e Alemanha. Senti pela primeira vez que pedalar em Lisboa pode ser tão simples como noutras cidades Europeias.

Depois, perto de casa, fui tomar um café com o Pedro, um jovem que me contactou para me falar da sua tese de mestrado em Design Industrial, onde está a estudar a implementação em Lisboa de um sistema de aluguer de bicicletas semelhante aos que existem em Paris ou na Alemanha. Mais uma voz que se junta a tantas outras. Estimo que não faltará assim tanto para ver Lisboa com zonas ciclaveis definitas por aí, agora que foi considerada como o 3º melhor lugar no mundo para visitar durante o ano de 2008. A responsabilidade é cada vez maior. Temos de tornar esta cidade cada vez mais urbana e Europeia. E nós temos a responsabilidade de dar o exemplo. Pedalem meus caros, e verão que aos poucos, as infraestruras irão aparecendo. Um grande abraço.

Dia 008 - 10/01/2008

Ora mais um dia a pedalar, que já começa a ser normal. Quase 20 Km percorridos, em 4 troços.
Às 07:15 da manhã, lá fui eu de casa outra vez, à semelhança de ontem, até à Escola Profissional de Ciências Geográficas, onde, já vos disse, sou professor (a aula das quintas começa às 08:15). Mas desta vez fui preparado. Levei um camisola interior na mochila. A voltinha desta vez foi: Santos, dirijo-me à Baixa pela Rua de São Paulo, Rua do Arsenal, Rua Augusta (já disse que gosto de passar por esta rua), Rossio, Restauradoures, Av. da Liberdade (pelas vias laterais, que tem perfeitamente largura para um autocarro e um ciclista), e resolvi desta vez pedalar pela alameda do Parque Eduardo VII. E ainda bem que o fiz. O esforço da subida é compensado pelo prazer de não ter ruído automóvel à volta. E que segurança. E claro, chegado lá acima, o prazer de olhar para trás, e ver bem do alto, conquistado com esforço, uma das mais belas perspectivas da capital da The West Coast of Europe (já agora, acho este slogan fantástico. A sério que sim. Não só é totalmente verdade, como quebra com aquele preconceito que os outros Europeus como nós têm, acerca dos países do sul). Daí até à escola, na Rua de Artilharia I, sem stress. Mas claro, cheguei lá suado. Solução: dar um saltinho ao wc, despir a camisola suada, lavar o sovaco bem lavadinho no lavatório, secar-me com toalhetes de papel (desculpem-me os ecologistas e o ambiente. Para a próxima, levo uma toalhita) e voilá, ninguém se queixou com o cheiro a suor. Parece-me uma boa alternativa, esta.

Apesar de a aula terminar às 10:15, normalmente há sempre alguma rapaziada que gosta de ficar a conversar comigo. Um pouco sobre tudo. E como acho que um professor tem o dever de formar, não só tecnicamente, mas também moral e socialmente, tento ser, apesar de tudo, um bom exemplo do tipo de vida que eles podem seguir. Por isso mesmo, acabo por sair da escola por volta das 11. Daí, sigo até à cidade universitária, descendo até ao El Corte Inglés, sigo pela 5 de Outubro, Entrecampos, e desta vez decidi subir a Av. das Forças Armadas. 25 minutos, sem pressas claro. De carro costumava demorar cerca de 15, dependendo do trânsito e do tempo que demorava a arranjar lugar para estacionar. Mais uns 4 Km feitos.


(Cantina "Velha" da Cidade Universitária)


Nota para mais uma bicicleta estacionada junto à cantina. Acho que um dia destes vou combinar com esta malta irmos todos almoçar no mesmo dia, à mesma hora, para trocarmos impressões e para se verem muitas bicicletas lá estacionadas. Que bonito que seria. Contactem-me rapazes (e raparigas) para combinarmos um almoço todos juntos, com as nossas binas a fazer vista à entrada da cantina, a dar o bom exemplo aos outros.

Depois do almoço, lá segui por um percurso que já me é familiar: a Av. do Brasil. Confesso que o tenho feito sempre pelo passeio. Mas com um propósito: testar a reacção das pessoas, enquanto peões, a mim, ciclista. Como vou extremamente devagar, por vezes atrás de um grupo de pessoas que ocupam a largura disponível do passeio (ocupado em 80% por automóveis mal estacionados) e à mesma velocidades delas, e porque nunca faço "razias" às mesmas, e muitas vezes faço um sorriso de agradecimento quando se desviam para me deixar passar, ainda não obtive nenhuma reacção de animosidade. Talvez tenham todos visto a reportagem da SIC, talvez estejam mais atentos a este meio de transporte, ou talvez estejam mesmo mais preocupados com o estacionamento caótico na zona. Parece-me que, para eles, peões, um ciclista não é uma ameaça directa à sua segurança.
Relógio, Av. Marechal Gomes da Costa, Chelas (ou Cabo Ruivo, como alguns lhe chamam), ISEL.
Mais 30 minutos percorridos em cima da bina.

(Junto à sala de estudo, no ISEL)

Pelas 17 horas, pirei-me do ISEL, ainda fui cumprimentar uma amiga que trabalha em Xabregas, depois marginal, Baixa, Cais do Sodré, Av 24 de Julho, pela lateral (pouco tráfego, baixa velocidade, largura suficiente para todos), IADE e casa. Cerca de 9 ou 10 km. Na maioria plano. 35 minutos. Mais um dia de experiência com a bicicleta. Para a semana, vou começar com a engenharia a sério. A Sério !!! Até agora estive em fase de adaptação e transição. Como começo a sentir-me cada vez mais confortável com a bicicleta, as coisas agora vão tornar-se mais sérias.

Um grande abraço a todos os que apoiam e comentam este projecto, quer no blogue, quer nas dezenas de e-mails que recebo de congratulações.

Dia 007 - 09/01/2008

Caríssimos, aqui está a prova em como é possível praticar a inter-modalidade dos diferentes meios de transportes da cidade. Ontem (08/01/2007), pelas 20:25, lá estava eu a entrar na estação de metro de Chelas para seguir até ao Cais do Sodré. Nota positiva para o responsável da estação, que me deixou entrar pelas cancelas uns minutinhos antes da hora permitida, 20:30 :) Nota negativa para a estação do Cais do Sodré. Tantas escadas, e nenhum elevador. Mas enfim, a desvantagem de subir uns degrauzitos não se compara com o benefício de fazer vários quilómetros com a bina, sem cansaço :)



Hoje, pela primeira vez, fui de bicicleta de casa para a Escola Prof. de Ciências Geográficas, onde sou professor, bem no alto da Rua de Artilharia I. Para terem uma ideia, a cota (altitude) da porta de entrada do meu prédio é de 9 metros. A cota do portão de entrada da EPCG é de ...... 109 metros. Isso mesmo, nada mais nada menos que um desnível a vencer de 100 metros. De um dos pontos mais baixos da cidade, para um dos pontos mais altos da cidade, as Amoreiras. Lá fui então, depois do almoço, devarinho claro, para tentar não suar muito. Mas é complicado quando se transporta uma mochila com uma carga de 5 Kg, bem coladinha às costas.



Calçada da Estrela, Santa Isabel, zona do Rato e Campo de Ourique. Num troço de cerca de 500 metros resolvi levar a bina à mão. É uma alternativa quando não se quer suar muito, ou se está realmente cansado. Na Rua Ferreira Borges, parei para conversar com a rapaziada da MegaAventura, mais uma loja dedicada às bicicletas. Depois, lá segui para a Rua de Artilharia I, onde entrei na escola, com o porteiro a desconfiar se eu seria mesmo um professor da escola :) Mas é assim que se mudam mentalidades, provocando-as e chocando com os velhos preconceitos do fato e gravata. Os responsáveis da escola, colegas e alunos apoiam incondicionalemte o projecto, apesar de alguns lá rematarem "isto das bicicletas não é para mim". Claro que não, isto não é mesmo para todos. É só para alguns, para os que podem e para os que querem contribuir para um ambiente melhor na cidade. Cumprimentos a todos os meus alunos, colegas e responsáveis da EPCG.


Depois da aula é que foi bom: 100 metros de desnível em altitude, mas desta vez a favor da força da gravidade. Que bom que é quando todos os santos ajudam.

Dia 006 - 08/01/2008

E eis mais um dia, em que a cidade teve mais um cidadão a andar de bicicleta. Confesso que já me levantei tarde, pelo que decidi ir almoçar à Cantina Velha da Cid. Universitária. Subi a Rua de São Bento, do Largo do Rato segui para a Rua Castilho, subi-a até ao alto do Parque Eduardo VII, Av. A.A. Aguiar (a do El Corte Inglés), Praça de Espanha, virei pelo Bairro de Santos (ao Rego) e subi até ao alto da Av. das Forças Armadas, sendo daí 2 minutos até à Cantina. 30 minutos de percurso. 5 km. 10 km/h. Desta vez, para teste, decidi circular unicamente pelas vias de circulação automóvel. Só num troço me senti um pouco apertado, por circular numa via que não é decididamente para ciclistas: nas obras do metro junto à estação de São Sebastião. Devido àqueles desvios temporários, a estrada estrangula, e as vias reduzem em largura. Mas pelo menos tem um impacto positivo: reduz a velocidade dos veículos automóveis.

Lá tranquei a bina na porta principal da cantina e pedi ao porteiro para ir dando uma vista de olhos. Assim sinto-me mais seguro em deixar a máquina por uns 30 minutos, enquanto almoço descansado, na companhia de excelentes amigos. Curiosidade: não era o único a ter ido almoçar à cantina de bicicleta. Outros 2 estudantes universitários tiveram a mesma ideia. Pena que não haja estacionamento próprio para as binas. Talvez junto à escadaria principal da cantina fosse um excelente sítio. Visível, acessível e próximo da entrada.

Depois de almoço segui, tal como ontem, para o ISEL, em Chelas (junto à RTP), pela Av. do Brasil, claro. E desta vez tirei fotos. Fotos a uma rua com um passeio que tenho a certeza, será num futuro próximo, uma zona ciclável. Tem 6 ou 7 metros de largura, uma inclinação bastante suave mas um senão para já: não há regras no estacionamento. E que simples que era, com uns pinos, impedir a utilização abusiva do passeio pelos utilizadores de automóveis. Beneficiávamos todos: peões, ciclistas, cidadãos de mobilidade reduzida, senhoras com carrinho de bebé, moradores, etc... Pelo menos de um dos lados da Avenida, era possível isolar o passeio de forma a este poder ser utilizado, sem aqueles obstáculos de 4 rodas.

Desta vez, depois de contornar a Rotunda do Relógio, entrei na Av. Marechal Gomes da Costa pela via de circulação automóvel. E nem usei a mudança mais leve. Acelerei por ali acima para testar a minha resistência fisica. Cheguei ao topo (cerca de 400m), naturalmente cansado, e desta vez, claro, suei :). Dali ao ISEL é um percurso bastante fácil, seguindo pela antiga rua onde se realizava a semanal Feira do Relógio.


Hoje, como só tenho de estar às 21:00h em casa, aproveito para ficar um pouco mais aqui pelo ISEL, janto cá, e pelas 20:30 regresso a casa ... de metro. Apartir desta hora posso andar com a bina no metro, nos dias úteis. Que pena não a poder usar a outras horas do dia. Nem que fosse só das 10:00 às 12:00 e depois das 14:00 às 16:00. A estas horas, geralmente, pela experiência que tenho a andar de metro, há sempre um espaço onde levar a bina, sem incomodar os restantes passageiros. Quem sabe se num futuro próximo, o horário de utilização de bicicletas no metro não é alargado. Esperemos que sim.

Até amanhã

Dia 005 - 07/01/2008

Mais um dia de bicicleta pela cidade. Saída pelas 10:15h, pois tinha reunião na CM Lisboa, na Rua Alexandre Herculano, com o responsável pelo Departamento de Segurança e Tráfego. Segui com é hábito pela Rua de S. Paulo, pois naquele sentido é apenas para BUS, o que reduz imenso o tráfego, e graças ao piso irregular, reduz a velocidade média dos veículos. Passei em frente aos Paços do Concelho, parei na without stress para cumprimentar aquela rapaziada que me está a apoiar incondicionalmente e segui pela Rua Augusta. Gosto particularmente desta rua da cidade. Tem carisma, história e gente. Segui pelo Rossio, Restauradores e subi a Av. da Liberdade pelas vias laterais. É curioso como um erro construtivo pode tornar-se numa vantagem para um ciclista: a via lateral que sobe, é demasiado larga para um carro, mas demasiado estreita para 2. O que faz com que o espaço que sobra seja mais que suficiente para se pedalar com segurança em plena via. Nota positiva para todos, repito, TODOS os que se cruzaram comigo de carro sem me dificultarem uma única vez a marcha. No edifício da câmara estacionei o bólide mesmo em frente à portaria do prédio, e tranquei-o nas grades do passadiço. Pedi ao porteiro para ir dando uma vista de olhos :) A reunião demorou quase 2 horas e foi simplesmente excepcional. É curioso verificar como existe uma vontade enorme de todos os técnicos da câmara com quem já reuni. Acreditem que é mesmo verdade. Acho que só falta mesmo mais gente a andar nas ruas a pedalar.

Dali segui para a cidade universitária, indo pela Rua Castilho, alto do Parque Eduardo VII, onde parei um pouco para apreciar a vista, segui dali para a Av. 5 de outubro, Campo Grande e Cidade Universitária. A Cantina Velha continua a ser um dos espaços mais agradáveis da cidade para se almoçar. E por 2€, qualquer estudante universitário tem uma refeição completa.
Depois de almoço, decidi aventurar-me pela primeira vez até ao ISEL (em chelas, junto à RTP). Segui pela Av. do Brasil, Rotunda do Relógio, Av. Marechal Gomes da Costa e voilá, avisto o ISEL em menos de 30 minutos de percurso. Cerca de 5 km. O que dá uma média de 10 km/h de bina. Nada mal para um principiante como eu.

Já percorri cerca de 10 km hoje. E estou a cerca de 8 km de casa (distância Santos - ISEL). Daqui a pouco vou seguir pela Rua de Xabregas até lá baixo à marginal. Sempre a descer. Pois só se sobe num sentido :) Depois, Santa Apolónia, Praça do Comércio, Cais do Sodré e Santos. Plano. Quase 20 km num só dia. Começo a ganhar mais à vontade e confiança nesta deslocações por Lisboa, de bicicleta. É curioso como no início do projecto, não sabendo o que iría encontrar, tinha um pouco aquela ideia pré-concebida de que era difícil deslocar-me pela cidade de bicicleta. Cada vez que dou ao pedal, descubro exactamente o contrário. Uma cidade lindíssima, com gente fabulosa, que afinal apenas aguarda há séculos que a tratêmos com a dignidade que esta senhora de 2000 anos merece. Cumprimentos a todos.

Dia 004 - 05/01/2007

Sábado. Dia de aulas de Futebol no estádio universitário. Meio de transporte habitual: o carro, claro! Mas não hoje. Hoje é dia de avançar, aos poucos, de bicicleta. Como devem imaginar, para quem como eu nunca, repito, NUNCA andou de bicicleta pela cidade, esta experiência tem de ser realizada com passos pequenos. Pelo que hoje, ainda por cima com esta chuva miudínha, me fez querer experimentar aquilo que chamo de "Mobilidade Integrada para Cicilistas". Lá saí eu de casa com a bina. Na realidade, da garagem. Tenha a máquina estacionada mesmo em frente do carro, pendurada num suporte de parede. Subi a Rua de São Bento até ao Rato (coisa para 1 km) e meti-me no metro para experimentar. É fantástico a facilidade com que nos deslocamos com a bina pelo metro. Os elevadores são largos, as cancelas mais largas permitem a passagem em simultâneo da bina e do ciclista, as carruagens permitem encostar a bina de forma a não cair nas curvas ou nas travagens. Uma experiência muito interessante. Um senhor de idade meteu conversa comigo, pois tinha visto a entrevista na SIC. Desejou-me boa sorte para o projecto, rematando com um "quero ver se também compro uma". Saí na Cidade Universitária e desci até aos campos de futebol de relva sintéctica.
Depois do treino, continuava a chuver, pelo que arranquei até à cantina II, na Av. da Forças Armadas, onde costumo almoçar com a rapaziada que já conheço há anos. Uma hora de agradável conversa. Tinha planeado voltar de bicicleta pela Av. 5 de Outubro, mas um amigo convenceu-me a ir de metro com ele até ao Rato e visitar o Museu de Ciência, onde ele trabalha. Assim o fiz e no final segui pelo Príncipe Real, até ao Largo do Camões, Calçada do Combro (a descer) e assim cheguei a casa.


Mais uma vez, as dificuldade foram poucas ou nenhumas, apesar de ter feito uma parte do percurso de metro. Mas é isto mesmo o meu projecto: estudar a mobilidade para ciclistas, mas integrando-a com outros meios de transporte, por vezes mesmo com o veículo privado. O carro não é o inimigo público. É mais um meio de transporte ao dispor das pessoas. Apenas tem de ser utilizado com moderação. E claro, reduzido ao máximo no centro das cidades.
Domingo vou trabalhar com um colega, na área do projecto de estradas, em Cascais. Ele costuma apanhar-me com o seu carro no Largo de Santos. Cascais é longe. Mas é fim-de-semana. O trânsito é pouco. Por isso, não vou andar de bina.

Dia 003 - 04/01/2007

Desde já os meus agradecimentos a todos os que têm participado no blogue com os seus preciosos comentários, a todos os que me mandam e-mails com sugestões e a todos os que como eu andam de bicicleta por Lisboa, porque realmente amam a cidade de uma forma diferente.
Hoje de manhã ouvi a notícia acerca do cancelamento do rali Lisboa-Dakar e resolvi dar um salto ao final da tarde a Belém para ver as máquinas, de bicicleta, claro. Saí de Santos, onde moro, e fui até aos Paços do Concelho (CM Lisboa) devolver à Biclas.com a bicicleta dobrável que gentilmente me emprestaram para testar e utilizar no dia de arranque do projecto. Aí emprestaram-me uma outra, mais urbana e com outra estrutura mais adaptada às vias de comunicação de cidade. Segui até ao Cais do Sodré onde entrei pela estrada interior junto ao rio. Fiquei incrivelmente surpreendido com a facilidade com que se pedala nessa via, mesmo em troços cujo pavimento é de blocos de granito (paralelos). Em ritmo lento (15 km/h) demorei 20 minutos a chegar a Belém. É uma via onde, no início, está feita de forma que estimula os condutores a andar devagar (Mais à frente, neste blogue, começarei a dar informação técnica detalhada sobre projecto de estradas e segurança rodoviária. Parece-me interessante para que todos possam perceber porque por vezes se fazem as vias de determinda forma, ou por que se tomam determinadas opções na sua execução). Se bem sabem, sou especializado em Vias de Comunicação e Transportes, ou de quiserem, Engenharia de Estradas. A determinada altura do projecto, desviei-me da estrada e segui junto às docas do rio, que como sabem, tem muito boas condições de segurança, rapidez e conforto para ciclistas. Em Belém, para surpresa minha, mesmo em frente ao CCB, encontrei um estacionamento para a bina :) Aproveitei imediatamente, para andar pelo recinto um pouco mais solto do meu veículo de transporte.

A volta fez-se pelo mesmo percurso, desta vez até à Baixa. Subi a Rua do Carmo (sem esforço), a Rua Almeida Garrett (sem esforço), Largo do Camões, desci a Calçada do Combro (em breve irei medir a sua inclinação) e cheguei a casa.

Como já disse, não senti quanlquer tipo de esforço para fazer todo este trajecto. Confesso que transpirei um pouco no percurso de ida para Belém, pois quis experimentar acelerar um pouco o ritmo, para testar a minha capacidade física. De resto, acho que apenas será necessário melhorar as condições de drenagem de alguns troços da via entre o Cais do Sodré e a Administração do Porto de Lisboa, pois a inclinação transversal destas (ou a falta dela) cria algumas poças de água na berma ... e esta bina não tem guarda lamas :). Até amanhã.

Dia 002 e meio - 03/01/2008

Das várias actividades profissionais que tenho, uma delas é a de professor de Topografia Assistida por Computador, na Escola Profissional de Ciências Geográficas, bem ao cimo da Rua de Artilharia I, às Amoreiras. Hoje de manhã, às 07:15h, resolvi sair de casa levando a bicicleta. 300 metros mais à frente, começou a chover torrencialmente. Lembrei-me então que ainda não tenho equipamento para a chuva, como um blusão e umas calças impermeáveis. Fui vencido desta vez. Tive de voltar para trás, arrumar a "bina" (esta é uma expressão que encontro muito na net para referir bicicleta) e apanhar o autocarro. Desta vez fui vencido pelos elementos, mas acreditem, por morrer uma andorinha não se acaba a primavera. Estou já a tratar de arranjar o devido equipamento. Só a experiência nos ensina estas coisas e ..... desistir é para os fracos de espírito. Entretanto aproveitei para fazer alguns percursos de metro e autocarro (comprei o passe 30 dias metro/carris) e estudar os tempos (deslocação a pé, espera, deslocação em transporte público) para comparar depois com os tempos em bicicleta, nos mesmos percursos. Claro que este dia não vai contar para os 100. Bom, e amanhã há mais ...

Dia 002 - 02/01/2008

Reconhecimento de bicicleta das vias próximas da zona onde moro, Santos e Assembleia da República. As maiores dificuldades sentidas são alguns pavimentos em calçada grossa muito desgastada, e os lancis não rampeados nos passeios, que uso com bastante frequência. De resto, é uma zona onde o tráfego, normal para aquela zona, se processa com relativa acalmia, sem grandes excessos de velocidade ou manobras perigosas.

Dia 001 - 01/01/2008


Arranque oficial do projecto "100 dias de bicicleta na cidade de Lisboa", pelas 11.00h, na Praça do Comércio. O objectivo era o de ir tomar um café ao Saldanha. Fomos pela Rua Augusta, Rossio, Restauradores, Av. da Liberdade, Av. Fontes Pereira de Mello, Saldanha e parámos na Estefânia para beber um café. A volta foi pelo Campo Mártires da Pátria, descemos ao Martim Moniz e regressámos à Baixa. Foram cerca de 10 Km em pouco mais de uma hora e meia.

Relatos de quem já pedala pela cidade de Lisboa .............

São cada vez mais aqueles que usam a bicicleta como meio de transporte em Lisboa ( 29 testemunhos) ....................................... ver mais »

Engenharia Civil - Vias de Comunicação e Transportes

Intermodalidade de Transportes na cidade de Lisboa
Quanto lhe custa TER e USAR o seu automóvel ?
Os "100 dias" nos media

FAQs, Links, e informações de interesse para o ciclista ..........................

O código da estrada e os velocípedes ....................................
Rede de zonas cicláveis em Lisboa .....................................
Estacionamento para bicicletas, na cidade de Lisboa .............. brevemente
Rede de lojas e oficinas de bicicletas em Lisboa ............ brevemente
Transporte de bicicletas no metropolitano de Lisboa ...............
Transporte de bicicletas nos comboios da CP .....................
Transporte de bicicletas nos comboios da Fertagus ................
Transporte de bicicletas nos barcos da Transtejo e Soflusa ............
Custos comparativos com o uso do automóvel ............................ brevemente
Revistas da especialidade ......................................................... brevemente
Associações e grupos de entusiastas ........................................ brevemente
Eventos ................................................................................... brevemente

C.V. resumido


Currículo Vitae
Paulo Manuel Guerra dos Santos, Eng.º Civil.
Contacto: guerradossantos@gmail.com

Dados Pessoais
Nascido em 1973

Experiência Profissional
1995 a 2007 – Colaborador em diversas empresas de Projecto de Estradas e Consultoria (Proplano, Triede, Tecnofisil, Consulógica), onde desenvolveu competências na área do desenho e projecto de estradas, em particular com recurso às aplicações informáticas: AutoCAD, SMIGS e CIVIL 3D.

Experiência Pedagógica
1994 a 2007 – Mais de 6000h de formação ministradas em diversas escolas, centros de formação e empresas do continente e ilhas, nas áreas de Robótica Industrial, CAD, Topografia e Projecto de Estradas Assistidos por Computador.

Estágios Profissionais e Projectos Internacionais
2007 – Participação em projecto académico europeu na área da engenharia hidráulica, na Alemanha.
2007 – Estágio na Finnish Road Administration (Instituto de Estradas Finlandês), na cidade de Turku, na Finlândia.
2006 – Participação em projecto académico europeu na área da engenharia hidráulica, na Holanda.
1993/ 94 – Estágios na área da Robótica Industrial, em empresa tecnológica do sector metalomecânico, em Portugal.

Formação Académica
2007 – A preparar a tese de mestrado sob o tema “100 dias a ciclar na cidade de Lisboa”, com início previsto para 01 de Janeiro de 2008.
2007 – Conclusão da Licenciatura bi-etápica em Engenharia Civil, Ramo de Vias de Comunicação Rodoviárias, ISEL, com média de 15 valores.
1999 – Conclusão do Bacharelato em Engenharia Civil, ISEL, com média de 14 valores.

Formação Profissional em Novas Tecnologias de Informação
1995 a 2006 – Diversas acções de formação profissional nas áreas de Robótica Industrial, CAD, SIG, Topografia, Engenharia de Estradas, Design Gráfico e Criação de páginas de Internet.
1992 a 1994 – Curso de Robótica Industrial, CENFIM, com 3000h.

Formação Pedagógica
1994 a 2003 – Diversas acções de Formação Pedagógica de Formadores e Meios Audiovisuais.

Certificações Pedagógicas
Desde 2000 – Certificado pela AutoDESK, como formador autorizado em tecnologias de desenho e projecto assistidos por computador.
Desde 1998 – Certificado pelo IEFP como Formador, com CAP.

Resumo da situação actual
Actualmente exerce actividade em regime de freelancer como Técnico Especialista e Formador nas áreas de:

- Desenho Técnico Assistido por Computador (AutoCAD), para Arquitectura, Engenharia e Construção, a 2D, 3D e 4D.
- Modelação Digital de Terrenos, para Topografia (CIVIL 3D).
- Cálculo de Vias de Comunicação Rodoviárias Assistido por Computador (CIVIL 3D).

Outras informações
Disponibilidade total. Flexibilidade de horários. Habituado a viajar pelo país e pelo estrangeiro.
Muito bom nível de inglês falado e escrito. Excelentes capacidades de comunicação.
Não fumador. Dador de sangue. Praticante de desportos de combate.