O projecto dos "100 dias"

01.01.'08 - Apresentação e arranque do projecto ............ SIC
12.05.'08 - Primeiras conclusões aos 80 dias ................... SIC 02.07.'08 - Transportes amigos do ambiente .................. RTP2
18.09.'08 - Conclusões finais aos 130 dias ....................... TVI 22.09.'08 - Dia Europeu da Mobilidade 22.09.2008 ........ RTP1
02.11.'08 - Caia Quem Caia e as bicicletas ....................... TVI 30.12.'08 - Fim do Projecto dos "100 dias" ...................... RCP
01.01.'09 - Fim do projecto dos "100 dias" ...................... SIC 06.01.'09 - 100 dias na Prova Oral .......................... Antena 3


1 Outra reportagem
2 Outra reportagem
3 Outra reportagem
4 Outra reportagem
5 Carmona Rodrigues


Tese de mestrado "Contribuição do modo BICI na gestão da mobilidade urbana" - Descarregar PDF »»

Dia 057 - 30/03/2008

Apesar de algumas nuvens ameaçarem a manhã, fui até à Praça do Comércio tirar umas fotos. 1500m de casa até lá, pela via do BUS da Rua de S. Paulo e Rua do Arsenal (com mais trânsito ao fim-de-semana que nos dias úteis devido ao desvio do tráfego). Como é natural, diversas caras conhecidas apareceram por lá. Parece que o encerramento do trânsito na Praça do Comércio, ao domingo, criou o hábito nas pessoas de passarem por lá para verem quem encontram. Passou a ser uma espécie de ponto de encontro, com toda a naturalidade e sem nada combinado. Ciclistas e não ciclistas cruzam-se por ali. E claro, conhecem-se outras pessoas, a pé ou de bicicleta, que acham curiosidade à bandeirinha pendurada na minha bike e que identifica o meu projecto.


Caríssimos, vou ausentar-me de Lisboa durante toda a próxima semana. Vou a Barcelona, conhecer a cidade e pedalar por lá. Quero identificar o que aquela gente teve de fazer na cidade para a adaptar às bicicletas, bem como estudar o sistema de aluguer de bicicletas que por lá existe. Faz parte da minha tese de mestrado estudar o que de melhor se fez e faz por essa Europa fora, em matéria de mobilidade urbana e modos suaves de transporte.

Por isso, não irei actualizar o blogue durante esta semana, pois vou fazer uma pausa ao projecto dos "100 dias".

Na volta, conto-vos tudo sobre o Bicing de Barcelona.

Maiores cumprimentos.

Paulo Santos.

Dia 056 - 28/03/2008

DE SANTOS A CHELAS (outra vez)

Mais um dia igual ao de terça- feira. Mais 24.5 km percorridos.

Santos - Cidade Universitária - Chelas (ISEL) - Rêgo - Santos

Só uma diferença: Na rotunda do Relógio, cruzei-me com um outro utilizador diário de bicicleta, que se dirigia ... para o ISEL. Era um colega, mas do curso de Engenharia Mecânica, que já há 4 anos faz Av. de Roma - ISEL de bicicleta. Cerca de 5 km, na sua maioria planos ou muito suaves, excepto aqueles 400m na Av. Marechal Gomes da Costa, a subir do Relógio para Chelas. Uma excelente surpresa e um boa conversa naqueles cerca de 1500m até ao ISEL.

Hoje encontrei-me com o meu orientador de mestrado para definirmos definitivamente o índice da minha tese. Deixo-vos aqui as linhas orientadores desta tese:

Contribuição do modo bici na gestão da mobilidade urbana.

Cap 1 – Enquadramento do problema.
Cap 2 – Estado da arte.
Cap 3 – Casos de estudo em diversas cidade europeias.
Cap 4 – O veículo .
Cap 5 – Estudo comparativo dos tempos de percurso (modo rodoviário, fluvial e ferroviário)

Inquéritos – Preferência declarada por este novo meio de transporte.

Cap 6 – Conclusões. Aportações do presente trabalho. Futuras linhas de investigação

Bibliografia

Anexo I– 100 dias de bicicleta em Lisboa.
Anexo II – Mapa de zonas cicláveis.

Um abraço a todos.

Dia 055 - 25/03/2008

DE SANTOS A CHELAS

Hoje de manhã fui dar um entrevista para a Rádio Antena 1 (podem ouvi-la amanhã entre as 13:15h e as 14:00h), com a jornalista Paula Carvalho, ela também uma pessoa com experiência a pedalar em meio urbano, mas na Alemanha. Saí de casa em Santos e segui pela zona plana da cidade, nas cotas mais baixas. mas em vez de seguir pela marginal, resolvi pedalar pelas ruas interiores: Rua de São Paulo, Rua do Arsenal. Campo das Cebolas, Santa Apolónia, Xabregas, Poço do Bispo. 7.5 kms planos, a 20 km/h sem esforço. Aqui virei para cima, para Chelas, para a RTP. 2.5 km a subir até à cota 85m. Aqui naturalmente reduzi a velocidade, para uns 10 km/h. Dos 40 minutos que demorei de casa à RTP, em 25 minutos fiz 7.5 km e os restantes 2.5 (a subir) fiz em 15 minutos. Média total de 16 km/h para um percurso de 10 km, em 40 minutos. As ruas interiores da marginal de Lisboa têm tráfego e velocidades muito mais reduzidas comparadas com a Av. Infante D. Henrique. Mais uma vez, taxistas e motoristas da Carris foram excepcionais na sua condução em ultrapassagem a um ciclista.

Depois da entrevista, mais 6 km até à Cantina de Entrecampos, seguindo pela Marechal Gomes da Costa até ao Relógio (pelo passeio que não tinha rigorosamente nenhum peão), Av. do Brasil pela estrada, que a descer atinjo os 35 a 40 km/h, Cidade Universitária e Av. Forças Armadas.

Depois de almoço, mais 1 km até ao Bairro do Rêgo, para trabalhar em Engenharia até às 17:00h.

Ao final da tarde, descida até à Baixa (6 km) para trabalhar com outro cliente na área do projecto de estradas atá às 20h. Percurso pela Praça de Espanha, Ant. Aug. de Aguiar, Marquês e Av. da Liberdade pela lateral poente, que num pequeno troço estava cortada ao trânsito, mas não para mim, pois o polícia autorizou-me a avançar :)

Depois, 1.5 km até casa.

24.5 km percorridos em 5 troços distintos. 1:40h gastos com estas deslocações. Velocidade média de 15 km/h. Relembro que a velocidade média de um automóvel em centros urbanos não ultrapassa os 20 km/h.

Hoje circulei por zonas que ainda não tinha explorado de bicicleta. Ruas secundárias, com menos trânsito e velocidades reduzidas.

Estive em dois gabinetes de engenharia diferentes, dei uma entrevista à Radio Antena 1, e ainda almocei com os amigos. Pelo meio, fiz desporto, sem gastar um único tostão, e ao ar livre.

Cumprimentos a todos.

Dias 053 e 054 - 17 e 18/03/2008

DE SANTOS A PICOAS

Esta segunda-feira fui convidado pela Câmara Municipal de Lisboa para falar um pouco sobre este projecto, num seminário sobre Modos Suaves de Transporte nas Cidades, no Picoas Plaza. Naturalmente que me desloquei até lá de bicicleta. Pelas ruas do costume: Ruas de São Paulo e do Arsenal (via do BUS) até à Praça do Município, Rua Augusta, Rossio, Restauradores, Avenida da Liberdade (pela lateral - menos tráfego e menores velocidades) e Av. fontes Pereira de Melo até Picoas. 5Km percorridos, sem stress. Um dia bem passado, junto de especialistas de Portugal, Espanha e Itália.

Na terça, desloquei-me depois do almoço à loja do cidadão nos Restauradores. Depois fiz as malas, pois na quarta fui passar a Páscoa junto da família, na Serra da Estrela. Meio de transporte até lá: o Intercidades da CP, que chega a Mangualde em 3:15h, praticamente o mesmo tempo que de automóvel, ou até mais rápido, nestas alturas de aperto. Vantagens: de longe mais barato que o automóvel; posso ir a trabalhar no portátil ou a ler; e até dá para ir tomar um cafézinho à carruagem-bar, sem ter de parar. Rápido e confortável.

Espero que tenha passado uma boa Páscoa. Os acontecimentos destas últimas semanas no que diz respeito à promoção deste meio de transporte na cidade de Lisboa, pela comunicação social, estão a aumentar a responsabilidade para com este projecto, pelo que a partir de hoje irei actualizar o blogue com maior regularidade e sempre que possível, com mais informação técnica detalhada.

Cumprimentos a todos.

Dia 052 - 15/03/2008

DE SANTOS AO ALTO DO PARQUE EDUARDO VII

Mesmo a recuperar de uma valente constipação (eu apanho sempre duas por ano, uma no Outuno e outra na Primavera), acedi ao pedido de uma jornalista do jornal Público para fazer uma entrevista sobre o projecto e tirar umas fotos. Pediu-me para escolher 2 pontos emblemáticoas da cidade. Escolhi naturalmente o Alto do Parque Eduardo VII. Emblemático por várias razões: históricas, urbanísticas, ambientais e claro .... de altitude :) É um dos pontos mais altos da cidade atingindo uns fenomenais 105m :) Após uma sessão de fotos lá descemos ao Marquês (outro ponto emblemático por razões históricas, urbanísticas e ... pela quantidade de trânsito que tem) e duas horas e meia a conversar na Confeitaria do Marquês deram certamente muito material à jornalista para publicar.

Já agora, ontem saíu um artigo no Destak sobre bicicletas e sobre este projecto. É assim que se chega à população: a FAZER e a COMUNICAR o que se faz, nestas matérias de mobilidade urbana, na cidade de Lisboa. É preciso por mãos à obra (Fazer e não apenas Falar) e partilhar a informação com todos, em rede. Só assim, as pessoas terão meios para tomar as decisões acertadas sobre qual o melhor meio de transporte a utilizar, para além do automóvel.

10 km percorridos, ida e volta, com o nariz a pingar :)

Cumprimentos.

Dia 051 - 13/03/2008

DE SANTOS AO CAMPO GRANDE

Santos - Amoreiras - Cidade Universitária - Campo Grande - Santos

Mais 17 km a somar a este projecto. De resto, a minha média diária. Entre 15 a 18 km por dia, em 3 ou 4 percursos.
Velocidade Média: 13 a 14 km/hora, registada no meu ciclómetro.
Distância total: 526 km, desde o inicio do projecto.
Cerca de 2500m escalados, desde 01 de Janeiro. Um pouco mais que a altitude da serra mais alta de portugal, a Serra do Pico (2300m), na Ilha do Pico, Açores.

Duas nota positivas:
O cruzamento com uma rapariga a pedalar, em Entrecampos, com uma criança montada numa cadeira nas traseiras da bike. Foi a primeira vez que vi tal coisa, num dia útil, na cidade.

E o encontro imediato com outro utilizador diário de bicicleta na capital, na Av. da República. Pela primeira vez pedalei com companhia pela Fontes Pereira de Melo, até ao Marquês.

Encontros que me fizeram lembrar dos primeiros dias deste projecto, em que cheguei a sentir solidão e isolamento, pelo facto de não ver mais ninguém de bike a não ser eu. Mas esses sentimentos já estão há muito ultrapassados. Agora, já me começo a sentir apenas mais um. Igual a tantos outros.

Boas pedaladas a todos.

Press Release - Março 2008

Por Hugo Jorge, Psicólogo e utilizador de bicicleta.
Enviado a diversos orgãos de comunicação social, no dia 13 de Março 2008.

No dia 1 de Janeiro de 2008, Paulo Guerra dos Santos, iniciou o ano com o projecto 100 Dias de Bicicleta em Lisboa. Este Engenheiro Civil, Projectista de Vias de Comunicação e Transportes, e investigador nestas matérias, pretendia analisar o potencial ciclável de Lisboa e apresentar medidas concretas para favorecer este meio de transporte mais eficiente e amigo do ambiente, em articulação com outros meios de transporte (transportes públicos e automóvel).

No blog que criou para dar a conhecer o seu trabalho (http://100diasdebicicletaemlisboa.blogspot.com/), faz o relato das suas viagens pela cidade de Lisboa, descrevendo as dificuldades e as facilidades que vai descobrindo, estas ultimas, surpreendentemente, em maioria.

Neste projecto destaca como maiores dificuldades para quem anda de bicicleta em Lisboa os pavimentos em mau estado; a desconfiança das pessoas em geral, como por exemplo "o episódio de um porteiro numa escola que parecia não acreditar que eu era professor, uma vez que me deslocava de bicicleta"; a falta de locais para estacionar bicicletas em segurança; o excesso de carros na cidade e a circulação dos mesmos em velocidades por vezes excessivas, muito para além dos limites legais.

Por outro lado, Paulo Guerra dos Santos, confessa estar surpreendido pela facilidade em circular de bicicleta na cidade de Lisboa, destacando os seguintes aspectos:
- Facilidade com que se desloca com a bicicleta pelo metro.
- Excelente receptividade de colegas de trabalho e alunos.
- Olhar para a cidade com outros olhos, estando mais atento e civicamente activo.
- Aumento da interacção social (diariamente conhece outras pessoas, encontra na rua amigos com mais frequência e tem oportunidade para parar e conversar). A bicicleta é motivo de conversa mesmo com estranhos – é um facilitador social.
- Aumento do bem-estar físico e psicológico.
- Descoberta que existem muitas outras pessoas a utilizar diariamente a bicicleta em Lisboa.
- Maior rapidez nas deslocações.
- Poupança no combustível. Não abastece o carro desde Dezembro 2007.
- Sentimento de maior liberdade nas deslocações e na vivência da cidade.

Segundo o investigador: "É curioso como no início do projecto, não sabendo o que iria encontrar, tinha um pouco aquela ideia preconcebida de que era difícil deslocar-me pela cidade de bicicleta. Cada vez que dou ao pedal, descubro exactamente o contrário. Uma cidade lindíssima, com gente fabulosa, que afinal apenas aguarda há séculos que a tratemos com a dignidade que esta senhora de 2000 anos merece." Acrescenta que "em Portugal, temos muitos mais dias de sol ou sem chuva, do que por exemplo na Holanda, onde milhares de pessoas vão de casa para o trabalho ou para a escola de bicicleta. Aqui em Lisboa temos óptimas condições climatéricas" – conclui.

50 dias depois de iniciar as suas pedaladas pela cidade de Lisboa, Paulo Guerra dos Santos conclui, com o apoio de vários documentos técnicos, que "Lisboa não são 7 colinas, mas sim um grande planalto. Mais de 2/3 da cidade (67.4% para ser mais exacto) tem inclinações inferiores a 10%, o que representa boas condições para pedalar diariamente."

Com 50 dias ainda pela frente, este investigador e utilizador diário de bicicleta em Lisboa, deseja que mais pessoas tomem consciência que este é o momento perfeito para fazerem da bicicleta o seu meio de transporte diário e o momento certo para que a autarquia concretize medidas sérias e eficazes para promover deslocações de bicicleta na cidade.

= = FIM ==

Dias 049 e 050 - 11 e 12/03/2008

DE SANTOS AO CAMPO GRANDE E AMOREIRAS

14 km no dia 049. 8km no dia 050

Uma marca simbólica: metade do projecto cumprido. Atingi os 50 dias a pedalar pela cidade de Lisboa, ao 72º dia do ano. Uma taxa de utilização da bicicleta de quase 70%. Dos 22 dias que não utilizei a bicicleta, 7 foi porque choveu intensamente, 10 porque me ausentei da cidade (em trabalho ou em passeio) e os restantes porque, por qualquer outra razão, não me apeteceu andar de bicicleta.

O dia-a-dia é mesmo isto: optar em função das necessidades e do estado de espírito, qual o meio de transporte mais adequado.

Resumo das dificuldades sentidas:
- Algumas vias da cidade com inclinação superior a 6-7% e com grande comprimento.
- Desnível da mais de 100 metros de altitude, entre a minha casa e alguns pontos da cidade.
- Lancis não rebaixados nos passeios junto às passadeiras.
- Inexistência de zonas próprias para ciclistas (excepto no jardim do Campo Grande).
- Falta de estacionamento seguro para bikes, por toda a cidade.
- Os tempos de alguns semáforos completamente desajustados para não-automobilistas.
- Misturar-me nas vias com os automóveis faz-me sentir inseguro (definitivamente, em cidade, o lugar da bicicleta não é misturada com o automóvel)
- Em dias de chuva torrencial (dos poucos que houve) muitas vias ficam "inundadas" nas bermas.

Resumo das facilidades sentidas:
- O esforço físico não é de maneira nenhuma elevado, mesmo nas ruas mais íngremes por onde circulo.
- Apesar de um cultura de "condução agressiva", não senti animosidade por parte dos condutores na cidade. Talvez a mentalidade esteja a mudar :)
- A paciência e simpatia dos condutores profissionais de Taxis, Autocarros, Eléctricos e Polícia quando circulo na "sua" via.
- Os peões que até hoje nunca se queixaram de me ver em alguns passeios (largos) da cidade
- As fabulosas descidas da cidade, em que todos os santos ajudam :)
- O clima fabuloso que tivemos este inverno, com temperaturas primaverís.


Desvantagens no uso da bicicleta:
- Investimento inicial, em euros (mas recuperado em poucos meses)
- Período de adaptação, a este meio de transporte. Pode ser difícil ao início.
- Desconhecimento das melhores vias para circular de bicicleta pela cidade.
- Alguma solidão sentida durante os percursos, por não ver mais bicicletas (isto tem vindo a mudar, pois começo a ver cada vez mais bikes pela cidade).
- Suor devido a algumas subidas mais íngremes e longas


Vantagens no uso da bicicleta:
- 3.5 kg de redução do peso, em 50 dias a pedalar
- Redução do nível de stress, na mente e no corpo.
- Aumento da temperatura média corporal. Não senti frio este inverno, mesmo às 07:00h da manhã.
- Redução dos tempos gastos diariamente em deslocações, mesmo comparado com o automóvel em certas situações.
- Redução dos custos com transportes públicos e privados.
- Realização pessoal pela conquista de um meio de transporte com alguma dificuldade de adaptação.
- Usufruto da cidade em pleno.
- Aumento da interacção com outras pessoas, nas ruas da cidade.

Um grande abraço a todos e coragem para continuar.

Dia 048 - 08/03/2008

DE SANTOS À CIDADE UNIVERSITÁRIA

Um sábado típico. Ida até ao treino de futebol no Estádio Universitário. Mais uma vez, já saí tarde de casa pelo que optei por pedalar até à Baixa e apanhar o metro. Para cá, depois de almoço, por volta das 14:30h, tive uma agradável surpresa: o trânsito estava cortado do Saldanha para baixo, devido à manifestação de professores. E isto deu-me a conhecer mais uma vantagem em utilizar a bicicleta: é que enquanto os condutores de carros e motos eram obrigados a desviar caminho pela polícia, em segui a direito, mesmo pelo meio da multidão. Dei uma volta à rotunda do Marquês e desci a Av. da Liberdade, pela via central. Sem trânsito, só pessoas. Mesmo que isto fosse a um dia de semana (como já tem acontecido), um utilizador de bicicleta não seria afectado nos seus tempos de deslocação.

Mais 10 km de bicicleta a somar a este projecto que está quase a meio caminho.

Obrigado pelas vossas opiniões com (muito) espírito crítico. É disso que preciso para explorar ao máximo todo o tipo de informação útil a este projecto.

Dias 046 e 047 - 06 e 07/03/2008

DE SANTOS ÀS AMOREIRAS, CIDADE UNIVERSITÁRIA, CAMPO GRANDE

Nada que nunca tivesse feito.

17 Km na quinta-feira. De casa para as Amoreiras, de manhã. Almoço na Cidade Universitária e formação na parte da tarde no Campo Grande. Que bom que é demorar 6 minutos depois do almoço para chegar ao local de trabalho. Ao final do dia, regresso a casa, pela lateral da Av. da República, saturada de trânsito. Sem grandes perigos, sem agressividade por parte dos condutores, ou dos peões, pois em alguns troços é mais rápido andar pelo passeio. Isto, respeitando sempre quem por eles anda a pé, pois aqui, os peões têm prioridade.







(Passagem pelo Parque Eduardo VII, "between jobs")


16 Km na sexta-feira. Saída de casa às 11:00h para ir até à cantina na Cidade Universitária, e depois novamente até ao Campo Grande, para dar formação. Ao final do dia, jantar na cantina e regresso já de noite para experimentar pela primeira vez este tipo de condução. Confesso que não fiquei habituado a conduzir a bike de noite. Razões: a luz artificial dos candeeiros não é suficiente para me aperceber das irregularidades do pavimento, as luzes dos veículos que vêm por trás atrapalham-me a visibilidade, e claro, sei que de noite sou muito menos visto pelos condutores. Por isso, todos os cuidados são poucos e, quando necessário, conduzir fora das vias de circulação automóvel é a melhor solução em termos de segurança. Mais vale prevenir ... e sem dúvida que o seguro há-de morrer de velho.



Alguma informação técnica sobre Lisboa:

Área da cidade (concelho): 84.08 km2
Altitude máxima: 228m (Monsanto)
Altitude média: 76.7m
Altitude mínima: Nível do mar

Mapa dos declives da cidade


Neste mapa de declives podemos perceber que dos 84 km2 da cidade, 36.7% (30.86 km2) tem inclinações inferiores a 5% (facilmente ciclável) e 30.7% tem inclinações entre 5 e 10% (ciclável). Ou seja, 67.4% da cidade é ciclável em termos de esforço físico dispendido. E isto inclui Monsanto. Se o retirássemos esta área deste estudo de declives, estas percentagens mudariam a favor do ciclista.

Mais informação técnica nos próximos dias.

Um grande abraço, e boas pedaladas.

Dia 045 - 04/02/2008

DE SANTOS AO CAMPO GRANDE

Ontem, segunda-feira, fui dar aulas, pela primeira vez, a um Centro de Formação no Campo Grande. Naturalmente, não levei a bicicleta. Porquê? Porque não conhecia bem o local, nem que condições tinha para estacionar e amarrar a bike, etc ... Claro que dei uma volta pelo sítio para perceber como poderia levar a máquina. Rapidamente, conversando com a portaria, descobri que o edifício tinha estacionamento subterrâneo. Foi-me concedida autorização imediata para entrar com a bike pelo estacionamento e amarrá-la no piso -1. É este tipo de treino mental que temos de ter para procurar formas de podermos utilizar a bicicleta, e estacioná-la em segurança. O mais fácil, era disistir logo à primeira, e não levar a bike porque não se tem, à partida, condições para o fazer. É muito fácil inventar desculpas como "Não tenho onde deixar a bicicleta". Eu também não tinha ontem, mas hoje, por iniciativa própria, já tenho. Procurei, informei-me, pedi autorizações. Qualquer um consegue fazer isto.

Hoje saía de casa (Santos) às 10:00h, pois tinha combinado com o Psicólogo Hugo Jorge, um encontro na Cidade Universitária, às 11:00h, para conversarmos sobre as vantagens de utilizarmos a bicicleta. Ele próprio, é um utilizador assíduo da bicicleta. E vem da Amadora !!!
Uma conversa excepcional de 2 horas. Este profissional consegue justificar tecnicamente, as emoções que eu só empiricamente me apercebo. Vou contar com o apoio dele, no que respeita a
dar a sua opinião de especialista nesta matérias da mente. Um contributo excepcional para este projecto.

Depois, às 13:30h, ida para o centro de formação no Campo Grande, a 7 minutos da cantina. Desci ao -1, amarrei a bike, e às 13:50h já estava na sala a ligar os computadores, para começar a aula às 14:00h.

Às 18:00h, regresso a casa, pela lateral da Av. da República, Saldanha (a partir daqui é sempre a descer até casa :)), Marquês, Rua Braancamp, Rato e mais uma vez, o privilégio de descer a Rua de São Bento quase a transgredir o código da estrada, no que diz respeito à velocidade máxima naquela via.

16 km percorridos, em 3 troços. 1:15h de tempo total gasto com deslocações. ZERO Euros de custos directos. Mais exercício físico, que tem contribuído para os 3,5 Kg que já perdi de peso desde o dia 01 de Janeiro. Quilos que tinha a mais :), claro!

Um abraço.

Dias 044 e 045 - 01 e 02/03/2008

DE SANTOS À FEIRA DA LADRA

Este sábado deu-me a moleza de manhã e acabei por não ir ao treino de futebol. Mas depois do almoço recebi um convite inédito: ir tomar um café para os lados da Feira da Ladra. Depois de me informar com amigos sobre a melhor forma de lá chegar, lá segui de Santos, Terreiro do Paço, Campo das Cebolas, Santa Apolónia (sempre pelas ruas interiores) e ... com a bike à mão, lá subi a Calçada do Cesteiros. É que ainda são uns bons 20% de inclinação :) Que bom foi reviver velhos tempos em que ía lá, não para comprar, mas para vender objectos usados e ganhar uns trocos. Já foi há uns bons 17 ou 18 anos. Percorri toda a feira com a bike na mão e não me faltaram propostas para a vender :) Ali compra-se e vende-se de tudo. Uma tarde bem passada.

Lá pelas 16:00h voltei para casa, passando pela Baixa e pela loja da Biclas. 9 km de percurso.



(Uma bike amarrada junto a um carro da polícia, na Feira da Ladra)

À noite, ao sábado, é o dia que eu tiro para andar (propositadamente) com o carro. Como não se mexe durante a semana, opto por fazer 15 ou 20 km com ele, pelo menos uma vez por semana. E em boa hora o fiz, pois cruzei-me em Entrecampos com o nosso companheiro de pedaladas, o Helder Carneiro, também ele de carro. E esta é a prova que o carro não é o inimigo público a abater. É um objecto de grande utilidade que, usado com moderação, nos permite deslocarmo-nos com rapidez e segurança, por exemplo, a um sábado à noite, pela cidade.

Só por curiosidade, a última vez que atestei o meu depósito foi no ano passado, no dia 30 de Dezembro. E ainda tem gasóleo para mais umas voltitas. Os 400 km que já percorri de bike desde 1 de Janeiro, são os mesmo que já poupei em combustível.


Hoje, domingo, resolvi armar-me em turista e fui almoçar à Baixa. Dei uma voltinha à procura de uma tasquinha com preços acessíveis (à boa maneira Portuguesa) e lá descobri uma em plena Rua Augusta, com doses a 4€ no interior, e 7€ na esplanada. Mas nada com um bom regateio para conseguir o preço de balcão, sentadinho na esplanada, no meio de dezenas de turistas e viradinho para o sol :) 2000 metros é a distância que separa a minha casa do Rossio, pelo que os percorri sem dificuldade com um livro debaixo do braço. O mesmo que li na esplanada até, por casualidade, passar por mim o Manuel Quental, meu ex-aluno do curso de AutoCAD na Ilha de São Miguel, Açores, e que por cá andava a passear. Uma boa e inesperada hora de conversa que partilhei com ele. Mais um encontro proporcionado, em parte, pela utilização da bicicleta como meio de deslocação diária. Mesmo ao fim-de-semana.



Um abraço a todos e obrigado pelos vossos testemunhos pessoais.

Dias 042 e 043 - 28 e 29/02/2008

Quinta-feira. Dia de levar o carro à inspecção (matrícula de Fevereiro). Mais uma chatice, despesa e tempo perdido por causa do automóvel. Mas é um mal necessário, para garantir que a máquina não seja nenhum perigo para a via pública. Depois deste stress, pelas 16:00h decidi ir pedalar pela Baixa. Em boa hora o fiz. Lisboa está realmente cada vez mais bonita. Só pode, que estes milhares de turistas que nos invadem diariamente. A Rua Augusta com tanta gente que mal dá para me movimentar de bicla. Mas estes turistas estão habituadíssimos a ver ciclistas nos seus países. Até estranham é em ver tão poucos. Lisboa só peca por aí.
(Arco da Rua Augusta, junto ao Terreiro do Paço)

(a minha bike no Rossio)

Páro para apreciar uns quadros feitos por pintores de rua. Converso com um deles. É do Paquistão. Tiro uma foto a um casal de turistas da Hungria. Conheço um casal de lésbicas da Austrália e tomo um café numa das muitas pastelarias da rua. Rua esta que não há muitos anos tinha trânsito automóvel. Lembram-se da polémica que foi fechá-la aos carros? Hoje, não passaria pela cabeça de ninguém voltar a ver carros por lá. Por isso, não façam grande alarido quando a Câmara resolver cortar mais umas ruas e torná-las pedonais ou ..... cicláveis. É para belprazer de todos !!! Portugueses e estrangeiros. E 8 Km percorridos para cima e para baixo, nesta Baixa Pombalina.

Sexta-feira, depois de almoço, dia para tratar de questões fiscais. Passagem pelas finanças da Rua dos Correeiros, saltinho à loja do cidadão dos Restauradores e passagem pelo Banco para um depósito de cheques. Depois aproveitei o tempo para mais um passeio pela Baixa, e passar pelo supermercado para comprar alguns haveres. Sem stresses, sem correrias, sem trânsito, sem pára-arranca, sem CO2 emitido para a atmosfera, sem custos directos. Só eu, a minha bike e a cidade. E mais 9 km percorridos pela capital da West Coast of Europe (adoro este slogan, a sério !!!!!).

(a minha bike amarrada a um semáro, bem visível, junto da loja do cidadão dos Resturadores)


Cumprimentos a todos.

Relatos de quem já pedala pela cidade de Lisboa .............

São cada vez mais aqueles que usam a bicicleta como meio de transporte em Lisboa ( 29 testemunhos) ....................................... ver mais »

Engenharia Civil - Vias de Comunicação e Transportes

Intermodalidade de Transportes na cidade de Lisboa
Quanto lhe custa TER e USAR o seu automóvel ?
Os "100 dias" nos media

FAQs, Links, e informações de interesse para o ciclista ..........................

O código da estrada e os velocípedes ....................................
Rede de zonas cicláveis em Lisboa .....................................
Estacionamento para bicicletas, na cidade de Lisboa .............. brevemente
Rede de lojas e oficinas de bicicletas em Lisboa ............ brevemente
Transporte de bicicletas no metropolitano de Lisboa ...............
Transporte de bicicletas nos comboios da CP .....................
Transporte de bicicletas nos comboios da Fertagus ................
Transporte de bicicletas nos barcos da Transtejo e Soflusa ............
Custos comparativos com o uso do automóvel ............................ brevemente
Revistas da especialidade ......................................................... brevemente
Associações e grupos de entusiastas ........................................ brevemente
Eventos ................................................................................... brevemente

C.V. resumido


Currículo Vitae
Paulo Manuel Guerra dos Santos, Eng.º Civil.
Contacto: guerradossantos@gmail.com

Dados Pessoais
Nascido em 1973

Experiência Profissional
1995 a 2007 – Colaborador em diversas empresas de Projecto de Estradas e Consultoria (Proplano, Triede, Tecnofisil, Consulógica), onde desenvolveu competências na área do desenho e projecto de estradas, em particular com recurso às aplicações informáticas: AutoCAD, SMIGS e CIVIL 3D.

Experiência Pedagógica
1994 a 2007 – Mais de 6000h de formação ministradas em diversas escolas, centros de formação e empresas do continente e ilhas, nas áreas de Robótica Industrial, CAD, Topografia e Projecto de Estradas Assistidos por Computador.

Estágios Profissionais e Projectos Internacionais
2007 – Participação em projecto académico europeu na área da engenharia hidráulica, na Alemanha.
2007 – Estágio na Finnish Road Administration (Instituto de Estradas Finlandês), na cidade de Turku, na Finlândia.
2006 – Participação em projecto académico europeu na área da engenharia hidráulica, na Holanda.
1993/ 94 – Estágios na área da Robótica Industrial, em empresa tecnológica do sector metalomecânico, em Portugal.

Formação Académica
2007 – A preparar a tese de mestrado sob o tema “100 dias a ciclar na cidade de Lisboa”, com início previsto para 01 de Janeiro de 2008.
2007 – Conclusão da Licenciatura bi-etápica em Engenharia Civil, Ramo de Vias de Comunicação Rodoviárias, ISEL, com média de 15 valores.
1999 – Conclusão do Bacharelato em Engenharia Civil, ISEL, com média de 14 valores.

Formação Profissional em Novas Tecnologias de Informação
1995 a 2006 – Diversas acções de formação profissional nas áreas de Robótica Industrial, CAD, SIG, Topografia, Engenharia de Estradas, Design Gráfico e Criação de páginas de Internet.
1992 a 1994 – Curso de Robótica Industrial, CENFIM, com 3000h.

Formação Pedagógica
1994 a 2003 – Diversas acções de Formação Pedagógica de Formadores e Meios Audiovisuais.

Certificações Pedagógicas
Desde 2000 – Certificado pela AutoDESK, como formador autorizado em tecnologias de desenho e projecto assistidos por computador.
Desde 1998 – Certificado pelo IEFP como Formador, com CAP.

Resumo da situação actual
Actualmente exerce actividade em regime de freelancer como Técnico Especialista e Formador nas áreas de:

- Desenho Técnico Assistido por Computador (AutoCAD), para Arquitectura, Engenharia e Construção, a 2D, 3D e 4D.
- Modelação Digital de Terrenos, para Topografia (CIVIL 3D).
- Cálculo de Vias de Comunicação Rodoviárias Assistido por Computador (CIVIL 3D).

Outras informações
Disponibilidade total. Flexibilidade de horários. Habituado a viajar pelo país e pelo estrangeiro.
Muito bom nível de inglês falado e escrito. Excelentes capacidades de comunicação.
Não fumador. Dador de sangue. Praticante de desportos de combate.