O projecto dos "100 dias"

01.01.'08 - Apresentação e arranque do projecto ............ SIC
12.05.'08 - Primeiras conclusões aos 80 dias ................... SIC 02.07.'08 - Transportes amigos do ambiente .................. RTP2
18.09.'08 - Conclusões finais aos 130 dias ....................... TVI 22.09.'08 - Dia Europeu da Mobilidade 22.09.2008 ........ RTP1
02.11.'08 - Caia Quem Caia e as bicicletas ....................... TVI 30.12.'08 - Fim do Projecto dos "100 dias" ...................... RCP
01.01.'09 - Fim do projecto dos "100 dias" ...................... SIC 06.01.'09 - 100 dias na Prova Oral .......................... Antena 3


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2 Outra reportagem
3 Outra reportagem
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5 Carmona Rodrigues


Tese de mestrado "Contribuição do modo BICI na gestão da mobilidade urbana" - Descarregar PDF »»

Dias 040 e 041 - 26 e 27/02/2008

Após um regresso às pedaladas na segunda-feira, com 25 km percorridos depois de uma semana parado, notei no final do dia algum cansaço nas pernas. Mas nada de extraordinário.

Dois dias mais calmos compensam isso.
Na terça, 15 km percorridos nos percursos casa (Santos) - Cidade Universitária - casa. Passei lá a tarde a actualizar este blogue e a fazer algumas pesquisas para a tese.
Na quarta, uma escalada de 100m de altitude até às Amoreiras, depois do almoço, para ir dar aulas à EPCG. Claro que ao final da tarde, aguardava-me a mesma escalada, mas no sentido inverso. 10 minutos para chegar a casa. Das Amoreiras a Santos, é sempre, SEMPRE, a descer. Pela Artilharia I, Rato e Rua de São Bento. 10 minutos que contrastam com os 30 gastos a subir :)
Duas notas:
Quando ía a subir a Rua Augusta (bem devagar devo salientar, pois aí é para respeitar os peões) apercebi-me a determinada altura que estava a ser seguido. Quando olhei para o lado reparei em dois agentes da Polícia Munipal, nos seus Segways. Mas não se assustem. Queriam apenas cumprimentar-me e dar dois dedos de conversa. Conheço-os, pois costumam estar na loja da Biclas. É que também eles são grandes adeptos da bicicleta. Um deles vai dar em breve o seu testemunho como utilizador diário de bicicleta na cidade de Lisboa.

E quando ía a meio da Av. da Liberdade oiço alguém a gritar "PAULO... PAULO...". Era um colega do ISEL (e de aventuras Europeias :)), o Flávio, que estava por ali a passear e não quis deixar passar esta oportunidade de me falar. Também ele já pedalou diariamente (como eu) na Alemanha. Vai ser um dos meus convidados para experimentar deslocar-se de casa (Moscavide) para o ISEL (Chelas) e dar o seu testemunho dessa experiência.

Estes encontros casuais são umas das mais valias desta forma de deslocação. Dificilmente aconteceriam se me deslocasse de automóvel.
Além disso, agora saio sempre de casa com tempo, ou seja, dou uma margem temporal maior para me deslocar, o que tem duas consequências imediatas: nunca ando atrasado ou com pressa (o que reduz o stress) e tenho sempre tempo para falar com as pessoas que encontro pelo caminho.

Boas pedaladas a todos.

Dia 039 - 25/02/2008

E finalmente retomei as minha pedaladas pela cidade, diariamente, como meio de transporte. O prazer enorme que me dá, a condição física que melhora, o stress que reduz a cada dia que passa, o "estatuto" que me confere pelo facto de ser diferente mas socialmente cada vez mais aceite (refiro-me às vozes críticas que tive por parte de amigos e familiares quando lhes disse que ía fazer esta tese de mestrado) são argumentos de força que me impelem a continuar. Isso, e o facto de ter 2 mui exigentes orientadores de mestrado :)

Em vez de vos maçar com o descritivo do costume, vou começar agora a dar alguns dados técnicos dos meus percursos, que tenho retirado do velocímetro.

Hora inicial: 09:30h
Hora final: 17:30h
Distância total percorrida: 24.8 km
Altitude máxima: 100m
Altitude escalada: 120m
Número de viajens: 5 (casa - loja da biclas - Cidade Universitária - ISEL (Chelas) - Xabregas - casa)

Tempo total de viajem: 01:37h
Tempo médio por viajem (01:37h/5): menos de 20 minutos
Velocidade média: 15.5 km/h
Velocidade máxima: 50.75 Km/h (record pessoal, numa rua íngreme de Chelas :))

Batida cardíaca média: 107/minuto
Batida cardíaca máxima: 157/minuto (propositadamente "puxei" por mim numa subida no Bairro de Santos)

Outros dados curiosos:

Nos Restauradores coloquei todos os valores do velocímetro a zero e fiz algumas medições:
Dos Restauradores ao Marquês: 10':20", com uma batida cardíaca de 95, Vmédia de 12 km/h
Do Marquês ao topo da António de Augusto de Aguiar: 6':30', com uma batida de 115, Vmédia de 13km/h
Temperatura: 20.7º

Se tivesse usado o automóvel, teria emitido cerca de 4000g de CO2 para a atmosfera, bem como outros gases toxicos e particulas inaláveis. Teria gasto cerca de 2 litros de gasóleo, ou seja €2,40 bem como aumentado o desgaste do carro em mais 25 km.

Todos estes percursos foram percorridos a um ritmo calmo, com um esforço pouco superior ao de um peão. Como peão, a minha batida cardíaca ronda as 80 a 90 pulsações por minuto.

Percorri cerca de 75% do trajecto em estrada (Rua de São Paulo, laterais da Av. da Liberdade, Av. A.A.A., Bairro de Santos, Chelas, Santa Apolónia). Em passeio, zona pedonal ou jardim, na Rua Augusta, Av. Fontes P. Mello (um pequeno troço de 150m), da Praça de Espanha ao Bairro de Santos e na Cidade Universitária e Av. do Brasil. Considero estas 2 últimas, zonas 100% cicláveis fora de estrada. Têm passeios largos, áreas verdes e zonas pedonais em quantidade suficiente para peões e ciclistas co-habitarem em harmonia.
(passeio que circunda todo o campus do ISEL. 100% pedonal-ciclável)

Na marginal, percorri o troço da fábrica da Nacional até Xabregas por passeio, na Av. Infante D. Henrique.
(passeio na Av. Infante D. Henrique, na fábrica da Nacional. 100% pedonal-ciclável)

A lateral nascente (a que sobe) da Av. da Liberdade é uma via de tráfego com velocidades bastantes reduzidas e frequentadas maioritariamente por condutores profissionais (Carris, Táxi, Cargas), para além de ter na maioria da sua extensão largura suficiente para veículos e bicicletas em simultâneo, como já experiênciei com um autocarro.

Hoje, incrivelmente, os passeios da Av. do Brasil estavam "limpinhos". Não existiam carros indevidamente estacionados. Que bem que se circula por aqueles passeios com uns 7 ou 8 metros de largura (sem carros claro). Será que a polícia anda a "limpar" aquela zona? Se assim é, espero que continuem.

(passeio na marginal, próximo do Jardim do Tabaco. 100% pedonal-ciclável)

Um situação estranha. Por baixo do viaduto, em Santa Apolónia, alguém se esqueceu de deixar uma abertura para peões, obrigando as pessoas a saltar por cima do murete, e os ciclistas a pegar na bike. Curiosamente, aquela zona é usada como depósito e estacionamento de materiais e veículos da própria Câmara Municipal de Lisboa. Será que não se podia derrubar, nem que fosse apenas um daqueles blocos de betão? Mesmo sem querer? :)

Para terminar, sinto que andar de bicicleta pelas ruas da cidade de Lisboa não é de forma nenhuma impossível ou de extrema dificuldade. Nem sequer é radical. É perfeitamente possível utilizar as vias com tráfego e velocidades mais reduzidos, e em determinadas situações os passeios, zonas pedonais e jardins. Não é necessário sermos grandes atletas, até porque para determinado tipo de pessoas (obesos, p.e.) é menos cansativo andar de bicicleta do que a pé.

Posso andar mais ou menos depressa, consoante a vontade ou a necessidade. Um peão circula a 5km/h no seu ritmo médio. Na bicicleta posso circular a 20 km/h (em plano) ou a 10 km/h (a subir) no meu ritmo médio. A descer, posso atingir as velocidades que pretender, sem esforço.

O ritmo que imponho a mim próprio é independente do ritmo do tráfego automóvel ou dos peões. Sou eu que controlo o ritmo das minhas deslocações, e controlo o tempo a 100%. Não sou controlado, nem pelo tráfego automóvel, nem pelas horas de ponta.

Cumprimentos a todos.

Dia 038 e 3/4 - 23/02/2008

A CIDADE EM NÚMEROS - Altitudes e Declives

Este período de chuva que se tem abatido em Lisboa, juntamente com um novo pico de trabalho na minha área de engenharia, algumas saídas para fora da cidade, bem como a necessidade de resolução de algumas questões burocráticas relacionadas com a minha tese de mestrado, ditaram uma suspenção temporária nas pedaladas pela cidade.

Contudo consegui, no site do Instituto Superior Técnico, descobrir em formato digital a topografia tri-dimensional da cidade de Lisboa, à escala 1/10 000, o que me permitiu fazer já alguns estudos sobre a cidade, nomeadamente as áreas, as várias altitudes bem como os declives mais e menos acentuados.

E após algumas análises, penso que vou conseguir provar aquilo que já suspeitava à algum tempo: a cidade de Lisboa não são 7 colinas, mas sim um grande planalto. 3/4 da cidade estão acima da cota 50m.
Uma grande percentagem da cidade assenta em zonas com menos de 5% de inclinação, e mais de 2/3 da cidade (67.4% para ser mais exacto) tem inclinações inferiores a 10%. Apenas 8% da área da cidade tem inclinações superiores a 20%. O ponto mais alto fica em Monsanto, a 228m, e sem contar com este, as Amoreiras assumem-se como o ponto mais alto da zona central da cidade, a 120m. E se nos afastarmos um pouco mais, a Alta de Lisboa tem alguns pontos a ultrapassar a cota de 150m de altitude.

Se analisarmos apenas as zonas da cidade com maior fluxo de gente, no fundo toda a marginal da cidade, do Parque das Nações a Belém, e todo o eixo que vai da Baixa ao Lumiar, estes números mudam drasticamente a favor dos utilizadores de bicicleta. Apenas o percurso da Baixa ao Alto do Parque Eduardo VII (e Amoreiras) se revela mais cansativo e moroso de percorrer de bicicleta. Mas uma vez chegado a um destes pontos, meus caros, temos a cidade por nossa conta, e bem abaixo dos nossos pés.

E é aqui que penso que a Câmara Municipal de Lisboa poderá dar um grande contributo para estimular o aumento do número de utilizadores de bicicleta na cidade de Lisboa. Ajudar a vencer este desnível de cerca de 100m de altitude. Soluções há sempre muitas, desde teleféricos a elevadores, mas o dinheiro é sempre um problema e não queremos endividar ainda mais a cidade. Por isso, que tal uma solução a CUSTO ZERO?

Se eu vos dissesse que a Câmara de Lisboa tem tudo o que é necessário para tornar operacional um sistema de apoio ao ciclista, que o ajude a "escalar" da Baixa para o alto do Parque Eduardo VII, em pouco tempo (4 a 5 minutos) e sem esforço? E a custo zero, em termos de investimento. Existe apenas um custo de operação, mas muito reduzido.

Parece estranho? :) Deixem-me apresentar a ideia a algumas pessoas de alguns departamentos da câmara, muito receptivas e apoiantes desta nova maneira de nos deslocarmos pela cidade, bem como aos meus orientadores, que depois conto-vos tudo.

Entretanto, continuem por favor a mostrar as vossas bicicletas diariamente aos outros Lisboetas, dando o exemplo. Mesmo debaixo de chuva :) como alguns me têm dito que o fazem. Eu, confesso, ainda tenho de ganhar alguma coragem para o fazer :)

Boas pedaladas a todos.

Dia 038 e meio - 21/02/2008

Nem só de pedaladas se faz esta Tese de Mestrado. Como já perceberam, desde segunda-feira que optei por não circular pelas estradas de Lisboa de bicicleta. Várias razões: a principal, as condições climatéricas adversas com chuvadas fortes, longas ou por vezes inesperadas. As secundárias, todas as consequências que daí advêm, como o aumento caótico do tráfego, ruas inundadas com buracos escondidos, aumento do número de acidentes, alguns fatais, etc ...
Mas isto são apenas uns dias. Pesquisas que fiz na net, no site do INMG, http://www.meteo.pt/, mostram que são poucos os dias de chuva em Lisboa ao longo do ano, e muitos desses dias nem são significativos.
Neste recente dulúvio que se abateu em Lisboa, ouvi comentários a comparar-nos com a Holanda: "Imaginem se chuvesse tanto como chove na Holanda. Aí seria ainda mais desastroso"
É curioso como há pessoas que só usam a parte da informação que mais lhes convém, para fazerem valer o seu ponto de vista. Sem dúvida que, num ano, chove muitíssimo mais na Holanda que em Portugal. A grande diferença, é que na Holanda, de inverno, chove praticamente todos os dias, a toda a hora. Mas na maioria das vezes essa chuva é "miúda". Em Portugal chove muito menos, mas mais concentrado no tempo. Em poucas horas pode cair em Portugal a mesma quantidade de chuva que cai numa semana na Holanda. E visto isto pela perspectiva oposta, em Portugal, temos muitos mais dias de sol ou sem chuva, do que na Holanda. E isso, é razão mais que suficiente para se poder andar de bicicleta pela cidade de Lisboa, mas muito mais confortável e seco, do que na Holanda (falo por experiência própria :)).

Penso que no sábado voltarei a pedalar pela cidade. Entretanto, outros tipos de estudos tenho feito, sobre as bicicletas e as zonas cicláveis. Desta vez, sentado à frente do computador, pois nem só de pedaladas se faz esta Tese de Mestrado.

Volterei em breve. Cumprimentos

Dia 038 - 17/02/2008

Concentração e passeio de utilizadores de bicicleta, com início e término no Terreiro do Paço, passando pelo Parque das Nações. Cerca de 20 km, sob uma chuva intensa. Durante uma hora, experienciei pela primeira vez a condução de bicicleta, completamente encharcado. Como não tenho equipamento de inverno, senti o gostinho de ter todo o corpo molhado. Vantagem: o longo duche de água quente que se seguiu foi um dos melhores momentos do fim-de-semana.
De qualquer forma, este passeio fez-me perceber que, um dia que mais pessoas utilizem a bicicleta diariamente em Lisboa, não me sentirei tão só como agora. Que agradável que é ter companhia nas pedaladas.

Bem, espero que o tempo melhore rapidamente. Um abraço a todos.

Dia 037 - 16/02/2008

Os sábados são sempre complicados. O cansaço acumulado de uma semana cheia de trabalho faz-nos querer ficar na cama até mais tarde. Mais o treino de futebol chama e por isso ... toca a pedalar ... com uma ajudinha do metropolitano. De Santos à estação de metro da Baixa-Chiado são 7 minutos e quase 2000m. Daí sigo até à estação da Cidade Universitária, onde pedalo mais 1000m até aos campos de futebol de relvado sintético. Aqui poupo imenso tempo, se comparado com o mesmo percurso pedonal. 2 minutos de bike, 8 a 10 minutos se fosse a pé.
Depois do treino, 1500m até à cantina da Av. das Forças Armadas para almoçar, não sem antes conversar com o "Delta" sobre bicicletas. Encontro-o com frequência ao sábado de manhã por estas paragens.
Depois do almoço, regresso a casa também de metro. Ao final da tarde, passagem pela loja da Biclas para me darem uma afinação na roda pedaleira. Já sabem como é, material novo necessita de algumas afinações e adaptações no início da sua utilização, pois as afinações de fábrica são por vezes desajustadas. 1700m para lá, outros tantos para cá.
Mesmo assim, sem estresses, fiz 6900m de bicicleta pela cidade de Lisboa. Nem dei por eles, pois foram em 5 troços, separados no tempo. Além disso, começo a habituar-me aos 15 a 17 km que faço diariamente durante a semana, em 3 ou 4 troços, pela cidade.

Encontramo-nos amanhã no Terreiro do Paço, pelas 11:00h, para a concentração de utilizadores de bicicleta. Cumprimentos a todos.

Dias 035 e 036 - 14 e 15/02/2008

As quintas-feiras de manhã são sempre agradáveis para eu iniciar o dia: tenho de estar às 08:15h no topo da Rua de Artilharia I para dar aulas. Começar o dia a pedalar pelas 07:00h (ainda escuro nesta altura do ano), com o tempo ainda fresco (9 a 10º C). Mas assim que monto na bike e começo a pedalar apercebo-me de como é boa a sensação humana de realização. Aquela sensação de saber que conseguimos, dependendo única e esclusivamente de nós próprios, atingir um determinado objectivo. Refiro-me ao facto de, apenas com o meu corpo (e sem grande esforço) fazer-me deslocar, mais a minha bike, por vários quilómetros pela cidade dentro. 15 km por dia é o que tenho feito. De Santos à Cidade Universitária, passando pelas Amoreiras, e regresso a casa. Sem qualquer tipo de ajuda ao nível da motorização (excepto nas descidas, em que a gravidade actua como um verdadeiro turbo-diesel, fazendo a minha máquina atingir velocidades perto dos 50 km/h). Médias de 12 km/h nas subidas. Médias de 22 a 25 km/h nos restantes troços. Relembro que, em geral, no centro das cidades capitais Europeias (Lisboa incluída), a velocidade média de um automóvel atinge uns excepcionais 16 a 18 km/h. Isto num dia "normal".
Com a minha bicicleta, a subir, ando um pouco mais devagar, mas na horizontal e/ou a descer, ultrapasso essas médias, por vezes em mais de 50%. Vantagens: poupo tempo, e dinheiro em triplicado: menos gastos com actividades desportivas, ZERO em combustível, e melhoramentos na condição física e psíquica. Estou mesmo a pensar consultar profissionais de psicanálise, para saber se esta forma de deslocação não poderá ser também uma forma de terapia natural, de redução dos níveis de estresse e ansiedade.

Hoje, sexta-feira, excepcionalmente, um dia com pouco trabalho. Pelo que resolvi apenas andar por aí. Mesmo assim, ainda passei pelas finanças da Rua dos Correeiros, para tratar de questões fiscais, como qualquer bom cidadão. Depois, fui almoçar à Cidade Universitária (a quase 7 km de casa), passei pela biblioteca do Complexo Interdisciplinar (onde estou a actualizar este blogue) e daqui a pouco, regresso a casa.

Uma curiosidade: ao final do dia costumo passar pela biclas.com, na Praça do Município, na Baixa. E ontem apercebi-me de algo extremamente curioso: ao final da tarde estava eu e a rapaziada da Biclas na porta da loja (4 homens já feitos, como diria a minha avó), a experimentar uma série de modelos "radicais" de bicicletas, como se fossemos verdadeiras crianças, que se juntam pela primeira vez a brincar. Como é bom, com 34 anos, fazer algo que costumava fazer em criança: brincar com os amigos na rua, e experimentarmos as bicicletas uns dos outros, para ver ao despique, quem tem a melhor máquina :)

A vida pode ser vivida de várias formas: mas há uma que é de certeza melhor que as outras. Eu, estou a tentar (re)descobrir qual será.
Um abraço a todos.

Dias 033 e 034 - 12 e 13/02/2008

E finalmente ficou pronta. A minha nova beleza. Fui buscá-la na terça-feira. Em breve farei aqui uma descrição detalhada da minha nova bike. 1700m da loja da Biclas.com até casa, já de noite, mas agora com sistema de luzes, movido a dínamo.



E o primeiro dia (quarta-feira) a pedalar a sério por Lisboa com a minha nova máquina não poderia ser melhor: 15 km com bom tempo. De casa para a cantina velha da Cidade Universitária (7 km), daí para a Artilharia I, para dar aulas (4 km) e daí para casa ao final do dia (4 km, sempre a descer). Que bem se conduz uma urbana. E sem mochila do portátil às costas. Comprei um alforge, e adaptei-o para mala de portátil. Assim, reduzi o suor a quase zero. Isto está a melhorar. Nada como experimentar diversas formas de andar de bicicleta para se saber o que melhor se adapta a nós.



Alguns dados do meu novo conta-quilómetros, altímetro e medidor de ritmo cardíaco:

Distância percorrida: 15km (divididos em três troços distintos)
Tempo: 1:15H (no total dos 3 troços)
Velocidade média: 12km/h
Velocidade máxima: 40 km/h (a descer a Rua de São Bento :))
Altitudes: da cota 9m à 108m
Escalada total: 140m (soma dos vários troços a subir)


Mais informação detalhada nos próximos dias. Um abraço a todos.





(a minha "urbana", no alto do Parque Eduardo VII)

Dia 032 - 11/02/2008

Por vezes a minha actividade profissional "obriga-me" a ficar em casa, como foi o caso de hoje. De forma que a utilização da bicicleta foi muito reduzida: ida até ao ISEG, para comer na cantina. Vantagens: o ISEG tem parque de estacionamento para veículos de 2 rodas. Cerca de 1500 m, ida e volta, pela zona da Assembleia da República. Coisa pouca, enquanto aguardo pela minha nova máquina.
Deixo desde já aqui os meus agradecimentos a todos os que acompanham diariamente este projecto, e as desculpas pelo facto de não conseguir actualizá-lo diariamente. É que o tempo disponível é mesmo reduzido. Mas acreditem que vou fazer um esforço para no futuro o actualizar com maior regularidade. A vosso pedido!
Um grande abraço, e continuem por favor a dar o vosso contributo, não só em texto, mas também em pedaladas.

Dia 031 - 10/02/2008

Um domingo cheio de sol. Apetece tudo menos ficar em casa. Logo, passea-se ... de bike. E convida-se uma amiga a dar uma volta ... de bike. É isso mesmo! Cafézinho com uma amiga nos jardins do CCB, em Belém. Saída de casa pelas 14:45h, passagem pelo Jardim de Santos e percurso pela 24 de Julho, até Alcântara, onde me encontrei com a Laura, também ela utilizadora diária de bicicleta. Seguimos pela Rua da Junqueira, onde só nos tivémos de desviar um pouco para deixar passar o eléctrico :) Chegados a Belém, amarrámos as bikes no estacionamento para bicicletas mesmo em frente ao CCB, e descontraídos, tomámos um cafézinho sentados na relva dos jardins de inverno do CCB, debaixo de uma oliveira, com vista para o Tejo :) Que tarde agradável, que conversa descontraída (lembro que ultimamente tive um pico de trabalho que me tem impedido de aproveitar os domingos para descansar). Sem estresses. Sem pressas.

Regresso, pelas 17:00h, junto ao rio até às docas, onde me despedi da Laura, tendo depois seguido pelas Janelas Verdes até Santos, para experimentar aquele percurso.

Cerca de 10 km percorridos na maior das descontracções. E que belo dia de descanso. Já me fazia falta.

Só uma nota: ando agora com uma bike emprestada por um grande amigo, uma magnífica "condor" com selim de molas :), que já não andava há uns bons 3 anos. Isto, enquanto espero pela minha "urbana".

Um grande abraço a todos.

Dia 030 - 09/02/2008

Mais um sábado sem grandes estórias. Treino de futebol no Estádio Universitário, saída de casa pelas 9:30h, percurso de bina até ao Chiado, metro até à Cidade Universitária e restantes 1000m de bina. Chegada às 10:05h.



(a minha Trek encostada na contraporta do metro)

Depois, almoço na cantina da Av. das Forças Armadas e desta vez, para agradar ao Delta, resolvi regressar a casa a pedalar. Segui pela primeira vez pela Av. da República, pela lateral poente, a ritmo lento. Sem estresses, sem tráfego.



(uma bina estacionada junto ao Monumental, no Saldanha)


Depois descida até ao Marquês, Av. da Liberdade pela lateral poente, Rossio e descida pela Rua Augusta até à Rua de São Julião, para passar pela Biclas.com e despedir-me da Trek que esta rapaziada me emprestou. Durante 27 dias acompanhou-me pela cidade e permitiu-me descobrir este novo meio de viajar pelo espaço físico e pelo tempo. Fica aqui o meu adeus, com saudade, a esta excelente máquina :). Na segunda, vou buscar a minha nova paixão: uma BH urbana (erradamente chamada "de senhora"), totalmente equipada. Esta vai acompanhar-me, não só pelo resto do projecto, mas durante muitos e bons anos a pedalar pela cidade. Pelo menos assim o espero.

(a minha nova companheira de pedaladas) - veja-a na na biclas.com

Um grande abraço.

Dia 029 - 07/02/2008

E FINALMENTE ACONTECEU :) !!!!!! Ao fim de 29 dias a pedalar pela cidade de Lisboa, ía eu a subir a Avenida da Liberdade de bicicleta, pelas 07:30h, e eis que encontro, ou melhor, fui encontrado, por alguém que conheço ......... também a andar de bicicleta :D. O empresário Hugo Silva, que se dirigia na sua Órbita (modelo urbano) para o seu escritório, na Av. 5 de Outubro, com as mangas da sua camisa arregaçadas, apesar da baixa temperatura que se fazia sentir (9 ou 10 ºC). E desta vez não trazia a sua gravata ;)
Confesso que já começava a ânsiar por este dia. Pelo dia em que encontraria alguém conhecido, que também se desloca de bicicleta pela cidade. É o movimento, meus caros. É o exemplo a seguir. A cidade está mais urbana, com mais gente consciente das potencialidades da bicicleta, e do seu baixo custo comparativo.

De resto, o dia de hoje foi normalíssimo. Dar aulas na EPCG, nas Amoreiras, pelas 08:15h. Almoço na cantina da Cidade Universitária, projecto no gabinete de engenharia pela tarde, e regresso a casa pelas 18:00h. Cerca de 15 Km a acrescentar aos cerca de 250 que já fiz, em cima da bike, pela cidade de Lisboa, desde o primeiro dia desta tese de mestrado.

Um abraço a todos.

Dia 028 - 06/02/2008

De regresso a Lisboa, depois de uns dias de descanso na Serra da Estrela, o regresso ao trabalho fez-se ... a pedalar. Casa, Cidade Universitária, Rêgo, e regresso a casa, desta vez de metro, pois já regressei após as 20:30h. 8 km em cima da bina, 5 com ela no metro. Mais uma vez, um encontro casual pelo caminho: desta vez com um amigo de adolescência, o Vitor. Já não o via há uns bons 10 anos. Conversa de 10 minutos, que temos ambos de ir trabalhar, troca de números de telemóvel e a promessa de combinar um cafezinho, num futuro próximo. Depois, passei pela loja da Biclas.com, para conversar com aquela rapaziada que tem sido incansável no apoio a este projecto. Querem emprestar-me agora um outro tipo de bina, mais radical :) Vamos ver ...
Boas pedaladas a todos!

(A minha bina no átrio de entrada da cantina velha, na Cidade Universitária. Fui autorizado pelos responsáveis dos Serviços de Acção Social da Universidade de Lisboa a colocar a bina no interior, ajudando assim a promover o projecto e a utilização diária da bicicleta. Obrigado aos responsáveis dos S.A.S. pelo apoio. Já sei que também são grandes adeptos da bicicleta. Bem hajam)

Dias 026 e 027 - 01 e 02/02/2008

Esta sexta feira foi mais um dia intenso de trabalho. Voltei a ter de me ausentar de Lisboa, pelo que durante o dia não pude pedalar. Mas de regresso a casa às 17:00h, ainda pude pegar na bina pelas 17:35h e em menos de 10 minutos chegar à Baixa para dar a última aula de formação no curso da noite. De regresso a casa pelas ruas do costume, às 22:30h, ainda tive tempo de me cruzar com um amigo no Chiado e, conversa puxa conversa, lá decidi ir tomar um cerveja ao "Estádio", uma tasquinha sobrevivente no Bairro Alto. Amarrei a bina às grades das janelas da tasca e lá descontraí um bocado, antes de ir para casa, pelas 23:30h. Cerca de 3 km, ora planos, ora com algum relevo.


No sábado, dia de treino de futebol no Estádio Universitário, a já tradicional mobilidade integrada com o metropolitano. 1,5 km de bina atá à Baixa-Chiado, e 6 km de metropolitano, mais 700m da estação de metro da Cidade Universitária até aos campos de futebol 11 de relva artificial. Depois, mais 1km até à cantina da Av. das Forças Armadas e regresso de metro até ao Rato, para descer a Rua de São Bento até casa. 4,5 km de bina, 11 de metropolitano. Apenas um aspecto a melhorar: o elevador de superfície da estação de metro do Rato tem estado fechado, pelo menos ao fim de semana, o que me obriga sorrateiramente a usar as escadas rolantes para chegar à superfície. Mas também não há indicação nenhuma que me proíba de o fazer.

(mais uma bina estacionada na Cidade Universitária, amarrada a um poste, claro :))

Este fim-de-semana (carnaval) vou estar fora de Lisboa. Volto na quarta para mais pedaladas.

Um grande abraço a todos.

Dias 024 e 025 - 30 e 31/01/208

Quarta-feira. Excepcionalmente, só tinha uma reunião às 12:30h, no gabinete de engenharia no Rêgo, pelo que me levantei um pouco mais tarde, saíndo de casa por volta das 11:30h, de bina claro. O percurso já me é familiar: Rua de São Paulo (pela via do BUS, pois confesso que me sinto seguro com os taxistas e motoristas da carris), Rua do Arsenal, Baixa, Rossio, Av. da Liberdade (aqui uma paragem na confeitaria do Marquês, para refrescar um pouco. Lá já me tratam pelo "menino da bicicleta" :)), Marquês, António Augusto de Aguiar, Praça de Espanha, e Rêgo. 6600 metros, em 50 minutos, com a paragem para refrescar. É que é sempre a subir. Depois, às 13:30h, almoço na cantina da Cidade Universitária. Já fui autorizado pela reitoria a estacionar a bina no interior do átrio da recepção, junto ao porteiro. Não por questões de segurança, mas porque me apoiam incondicionalmente neste projecto, e porque assim a minha bandeirinha tem mais impacto, pois toda a gente passa por ali, promovendo assim mais o uso da bicicleta. E há sempre malta a vir ter comigo a perguntar como está a correr o projecto, e a dar sugestões, as quais eu agradeço.

(A bina estacionada no átrio de entrada da cantina)

Depois, volta até às Amoreiras, para dar aulas na EPCG, pelas 15:15h. Às 17:15h volto para a Baixa para dar aulas até às 22:00h. Depois, casa. 14 Km no total do dia.
E quero aqui agradecer a todos os que me têm chamado a atenção para o facto de andar de bina à noite sem luzes. Só demonstra duas coisas: que mê vêem a passar na rua, à noite, e que se preocupam efectivamente com a vossa e com a minha segurança. Os meus parabéns a todos por isso. É com esse tipo de consciência e atitude que levaremos este projecto a bom porto. Nunca deixem de alertar alguém para os erros que comete. Só assim se pode melhorar. E é isso mesmo que eu tenho de fazer. Comprar umas luzes :)

Quinta-feira. O dia mais duro de todos. Não só pela quantidade de trabalho(s), mas por começar o dia a pedalar ás 07:15h, e ter de "escalar" 100 metros de altitude para chegar à EPCG. Mas como diria uma finlandesa com quem pratiquei kickboxing, ao atingi-la com um directo de direita na cara: "Don't worry, it's part of the fun". Realmente, sem esforço as coisas não dão tanto gozo.



(A rapaziada da turma das quintas, na EPCG)

Depois, almoço na cantina da Cidade Universitária, trabalho durante a tarde no gabinete de engenharia no Rêgo e volta às 17:30 para a Baixa, para dar aulas até às 22:00h. Pouco mais de 20 minutos entre o Rêgo e a Rua de São Julião. E mais 15 Km a juntar a este projecto. E 25 dias a pedalar durante o mês de Janeiro. Confesso-me admirado com a minha capacidade de adaptação a este meio de deslocação. E com a rapidez com que me estou a tornar dependende dele. Nos dias em que não pedalo, o nível de estresse aumenta. Um grande abraço a todos.

Relatos de quem já pedala pela cidade de Lisboa .............

São cada vez mais aqueles que usam a bicicleta como meio de transporte em Lisboa ( 29 testemunhos) ....................................... ver mais »

Engenharia Civil - Vias de Comunicação e Transportes

Intermodalidade de Transportes na cidade de Lisboa
Quanto lhe custa TER e USAR o seu automóvel ?
Os "100 dias" nos media

FAQs, Links, e informações de interesse para o ciclista ..........................

O código da estrada e os velocípedes ....................................
Rede de zonas cicláveis em Lisboa .....................................
Estacionamento para bicicletas, na cidade de Lisboa .............. brevemente
Rede de lojas e oficinas de bicicletas em Lisboa ............ brevemente
Transporte de bicicletas no metropolitano de Lisboa ...............
Transporte de bicicletas nos comboios da CP .....................
Transporte de bicicletas nos comboios da Fertagus ................
Transporte de bicicletas nos barcos da Transtejo e Soflusa ............
Custos comparativos com o uso do automóvel ............................ brevemente
Revistas da especialidade ......................................................... brevemente
Associações e grupos de entusiastas ........................................ brevemente
Eventos ................................................................................... brevemente

C.V. resumido


Currículo Vitae
Paulo Manuel Guerra dos Santos, Eng.º Civil.
Contacto: guerradossantos@gmail.com

Dados Pessoais
Nascido em 1973

Experiência Profissional
1995 a 2007 – Colaborador em diversas empresas de Projecto de Estradas e Consultoria (Proplano, Triede, Tecnofisil, Consulógica), onde desenvolveu competências na área do desenho e projecto de estradas, em particular com recurso às aplicações informáticas: AutoCAD, SMIGS e CIVIL 3D.

Experiência Pedagógica
1994 a 2007 – Mais de 6000h de formação ministradas em diversas escolas, centros de formação e empresas do continente e ilhas, nas áreas de Robótica Industrial, CAD, Topografia e Projecto de Estradas Assistidos por Computador.

Estágios Profissionais e Projectos Internacionais
2007 – Participação em projecto académico europeu na área da engenharia hidráulica, na Alemanha.
2007 – Estágio na Finnish Road Administration (Instituto de Estradas Finlandês), na cidade de Turku, na Finlândia.
2006 – Participação em projecto académico europeu na área da engenharia hidráulica, na Holanda.
1993/ 94 – Estágios na área da Robótica Industrial, em empresa tecnológica do sector metalomecânico, em Portugal.

Formação Académica
2007 – A preparar a tese de mestrado sob o tema “100 dias a ciclar na cidade de Lisboa”, com início previsto para 01 de Janeiro de 2008.
2007 – Conclusão da Licenciatura bi-etápica em Engenharia Civil, Ramo de Vias de Comunicação Rodoviárias, ISEL, com média de 15 valores.
1999 – Conclusão do Bacharelato em Engenharia Civil, ISEL, com média de 14 valores.

Formação Profissional em Novas Tecnologias de Informação
1995 a 2006 – Diversas acções de formação profissional nas áreas de Robótica Industrial, CAD, SIG, Topografia, Engenharia de Estradas, Design Gráfico e Criação de páginas de Internet.
1992 a 1994 – Curso de Robótica Industrial, CENFIM, com 3000h.

Formação Pedagógica
1994 a 2003 – Diversas acções de Formação Pedagógica de Formadores e Meios Audiovisuais.

Certificações Pedagógicas
Desde 2000 – Certificado pela AutoDESK, como formador autorizado em tecnologias de desenho e projecto assistidos por computador.
Desde 1998 – Certificado pelo IEFP como Formador, com CAP.

Resumo da situação actual
Actualmente exerce actividade em regime de freelancer como Técnico Especialista e Formador nas áreas de:

- Desenho Técnico Assistido por Computador (AutoCAD), para Arquitectura, Engenharia e Construção, a 2D, 3D e 4D.
- Modelação Digital de Terrenos, para Topografia (CIVIL 3D).
- Cálculo de Vias de Comunicação Rodoviárias Assistido por Computador (CIVIL 3D).

Outras informações
Disponibilidade total. Flexibilidade de horários. Habituado a viajar pelo país e pelo estrangeiro.
Muito bom nível de inglês falado e escrito. Excelentes capacidades de comunicação.
Não fumador. Dador de sangue. Praticante de desportos de combate.