Quarta-feira. Excepcionalmente, só tinha uma reunião às 12:30h, no gabinete de engenharia no Rêgo, pelo que me levantei um pouco mais tarde, saíndo de casa por volta das 11:30h, de bina claro. O percurso já me é familiar: Rua de São Paulo (pela via do BUS, pois confesso que me sinto seguro com os taxistas e motoristas da carris), Rua do Arsenal, Baixa, Rossio, Av. da Liberdade (aqui uma paragem na confeitaria do Marquês, para refrescar um pouco. Lá já me tratam pelo "menino da bicicleta" :)), Marquês, António Augusto de Aguiar, Praça de Espanha, e Rêgo. 6600 metros, em 50 minutos, com a paragem para refrescar. É que é sempre a subir. Depois, às 13:30h, almoço na cantina da Cidade Universitária. Já fui autorizado pela reitoria a estacionar a bina no interior do átrio da recepção, junto ao porteiro. Não por questões de segurança, mas porque me apoiam incondicionalmente neste projecto, e porque assim a minha bandeirinha tem mais impacto, pois toda a gente passa por ali, promovendo assim mais o uso da bicicleta. E há sempre malta a vir ter comigo a perguntar como está a correr o projecto, e a dar sugestões, as quais eu agradeço.
(A bina estacionada no átrio de entrada da cantina)
Depois, volta até às Amoreiras, para dar aulas na EPCG, pelas 15:15h. Às 17:15h volto para a Baixa para dar aulas até às 22:00h. Depois, casa. 14 Km no total do dia.
E quero aqui agradecer a todos os que me têm chamado a atenção para o facto de andar de bina à noite sem luzes. Só demonstra duas coisas: que mê vêem a passar na rua, à noite, e que se preocupam efectivamente com a vossa e com a minha segurança. Os meus parabéns a todos por isso. É com esse tipo de consciência e atitude que levaremos este projecto a bom porto. Nunca deixem de alertar alguém para os erros que comete. Só assim se pode melhorar. E é isso mesmo que eu tenho de fazer. Comprar umas luzes :)
Quinta-feira. O dia mais duro de todos. Não só pela quantidade de trabalho(s), mas por começar o dia a pedalar ás 07:15h, e ter de "escalar" 100 metros de altitude para chegar à EPCG. Mas como diria uma finlandesa com quem pratiquei kickboxing, ao atingi-la com um directo de direita na cara: "Don't worry, it's part of the fun". Realmente, sem esforço as coisas não dão tanto gozo.
(A rapaziada da turma das quintas, na EPCG)
Depois, almoço na cantina da Cidade Universitária, trabalho durante a tarde no gabinete de engenharia no Rêgo e volta às 17:30 para a Baixa, para dar aulas até às 22:00h. Pouco mais de 20 minutos entre o Rêgo e a Rua de São Julião. E mais 15 Km a juntar a este projecto. E 25 dias a pedalar durante o mês de Janeiro. Confesso-me admirado com a minha capacidade de adaptação a este meio de deslocação. E com a rapidez com que me estou a tornar dependende dele. Nos dias em que não pedalo, o nível de estresse aumenta. Um grande abraço a todos.
2 comentários:
Caro Eng.º Paulo Santos.
O meu nome é Francisco Dias e estou actualmente a residir na cidade de Portimão. Sou utilizador diário de bicicleta como meio de transporte e com a qual me desloco para qualquer lugar sem ter que me aborrecer com os atrasos a que é sujeito o trânsito automóvel.
Vi a reportagem que passou sobre a sua iniciativa, a qual acho louvável, já li algumas coisas sobre as suas "aventuras" diárias, com as quais me identifico, apesar de Portimão não ser Lisboa (mas vêem cá muitos Lisboetas).
Talvez a minha experiencia o possa ajudar na sua tese, eu passo a explicar: - tenho 38 anos e já faço uso da bicicleta como meio de transporte desde 1998, ano em que deixei de trabalhar em Lisboa e vim para o Algarve onde constitui familia, entretanto e apesar de possuir automóvel, sempre coloquei a Bicicleta como veiculo prioritário, chegando a fazer cerca de 50km diários sob as mais diversas condições atmosféricas. Em 2005 a familia cresceu 3+1 e tive necessidade de adquirir um veiculo automóvel familiar, ficando assim com dois automóveis em casa, sendo que o antigo não tinha quase uso e quando tinha uso só dava despesas. Resolvi o problema e dei o meu automóvel antigo, ficando apenas com o veiculo familiar, que às vezes dá jeito. Actualmente tenho os dois filhos em Estabelecimentos de Ensino localizados nos extremos da cidade de Portimão e uso o automóvel para os ir levar/trazer. De vez em quando (com bom tempo) levo o meu filho mais velho de bicicleta até à Escola, mas como as estradas em Portimão não têem bermas, a viagem torna-se um pouco assustadora. Comprei um reboque para poder levar o meu outro filho mais pequeno até ao infantário, mas cedo desisti, pois não existe forma segura de colocar uma bicicleta com reboque a circular com um minimo de segurança em Portimão, a não ser nas zonas Turisticas. Conclusão, tenho material e vontade para poder encostar o automóvel na garagem por tempo indeterminado, mas não tenho condições fisicas nesta cidade para o poder fazer e acho que em Lisboa também não, a não ser nas zonas Turisticas.
E ainda querem baixar os niveis de CO2? Só se for o CO2 da Lua.
Caro Eng.º, desejo muita força e boas conclusões para o seu projecto, e não perca a paixão.
Qualquer coisa, disponha.
Tenho seguido com atenção as suas peripécias diárias pela cidade de Lisboa. Sinceramente achava que em Lisboa era muito complicado utilizar a bicicleta como meio de transporte de eleição, mas ainda bem que está a demonstrar que é possível fazer varias coisas ao mesmo tempo:
- Exercício físico;
- Conhecer a cidade pois de carro não se tem a mesma noção das coisas;
- Deixar o carro em casa;
- Reduzir nas despesas com o veiculo automóvel;
e
talvez a mais importante contribuir para um ambiente mais limpo.
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