Ponte Vasco da Gama » Parque das Nações
10 km
Fui convidado pela organização do Lisboa bike Tour para participar neste passeio de bicicleta e em simultâneo atingir o 100º e último dia deste projecto.
("Os amigos da Baixa", o animado grupo com o qual eu participei no Lisboa Bike tour)
A volta: Ponte Vasco da Gama (quase junto a Alcochete) até ao Parque das Nações.
(os cerca de 8500 participantes que encheram a Ponte Vasco da Gama)
Um ambiente de total diversão invadiu o espirito de quem conseguiu uma inscrição para este passeio, onde se oferece uma bicicleta a cada participante. (Eu, montado na minha "SPORTIS")
(Um a perspectiva diferente do tabuleiro suspenso da ponte)
Por questões de tempo, o regresso a casa fez-se de metro. Uma imagem inédita: a invasão de bicicletas nos cais de embarque do metropolitano. A única regra: duas bicicletas por porta, ou seja, 6 por carruagem. Mesmo neste evento, este número acabou por ser suficiente para escoar, apenas com alguns atrasos pontuais, as centenas de pessoas que participaram neste passeio e que resolveram experimentar o metro no regresso a suas casas.
É perfeitamente possível a convivência de pessoas e bicicletas no metropolitano, em horas fora de ponta, o que acontece em diversos periodos ao longo do dia.
Eu e a minha bike, no metropolitano, ao atravessar o Vale das Olaias.
Em vez de comemorar o feito inédito de atingir a marca dos 100 dias de bicicleta na cidade de Lisboa, prefiro celebrar o inicio de um outro projecto:
"+ 100 dias de bicicleta em Lisboa "
Conclusões essenciais dos primeiros 100 dias:
- A desmistificação das colinas. Lisboa é acima de tudo um grande planalto e uma zona ribeirinha. Claro que o desnível entre estas duas zonas existe, mas como dizia uma amiga alemã que convidei a participar no arranque deste projecto: a vantagem das subidas é que na volta, são a descer.
- O clima. Até hoje, deste praticamente meio ano que decorreu desde o inicio do projecto, só não andei de bicicleta por causa da chuva em cerca de 20 dias. Até mesmo neste Maio chuvoso pedalei com frequência pela cidade. E em relação ao calor: Se sair de casa pela fresca da manhã, apanho temperaturas na ordem dos 25º, mesmo nos dias mais quentes.
- O trânsito. É curiosa a afirmação feito pelo Leandro, o espanhol que convidei para subir comigo da Praça do Comércio ao Saldanha: "Paulo, la cidad de Lisboa és mui calma, comparada con Madrid o ótras de España. No tiene tantos coches assi"
- A poluição. Pedalar por ruas secundárias ao final da tarde, em plena hora de ponta, reduz imenso a exposição à poluição gerada por quem anda de automóvel. De manhã, pela fresca, com tráfego reduzido, consigo até ouvir o canto dos pássaros.
- O stress. É fabulosa a forma como reduzi o meu nível de stress no dia-a-dia. O facto de fazer percursos de 20 a 30 minutos entre trabalhos, faz com que o final de uma actividade e o começo de outra estejam separadas por uma actividade de exercício físico que ajuda a esquecer problemas e preocupações.
- A saúde. Como já afirmei, todos os meus indicadores de saúde melhoraram: 6 kg de peso a menos, em 6 meses; redução em 4% na percentagem de massa gorda, aumento do índice de massa corporal, redução em 4 cm na cintura.
- Economia. Desde o início do ano, poupei 6 meses de passe (combinado metro/carris), cerca de 180€. Um depósito no meu automóvel dura-me agora para cerca de 2 a 3 meses
- Ambiente. Nestes quase 1200km a pedalar pela cidade, em vez de queimar combustível, evitei a emissão de cerca de 200 kg de CO2 para a atmosfera.
Agradecimentos:
- à SPORTIS, empresa portuguesa organizadora do evento, pelo convite para terminar o meu projecto no mesmo dia deste passeio.
- ao Vitor Branco, pela sua paixão pela cidade de Lisboa e pelos transportes amigos do ambiente.
Paulo Santos.
10947m de altitude e 1184km percorridos em 100 dias, de bike, na cidade de Lisboa
7 comentários:
Caro Paulo
Apesar de não aparecer nas fotos deste blog,na LBT-2008,só por não ser fotogénico...eu juro que tambem lá estive.
Foi uma jornada de bikes, fantástica, eu o Paulo e os doze "magníficos" da Baixa no meio de nove mil "malucos" das biclas.
Como fomos, com o estatuto VIP, no final houve, uma ligeira refeição,
que serviu, sobretudo para um ameno convívio.
Cumpre-me, publicamente, agradecer, ao Diamantino Nunes, do conselho de admnistração da Sportis,mais esta iniciativa e a sua infinita, paciência, para me aturar.
Obrigado a todos e ao Paulo um abraço muito especial.
Boas pedaladas.
VB
Mas que bela forma de chegar aos 100 dias!!!! Parabéns!! Valeu a pena, não valeu? :)))
Amigo Paulo,
na primeira BiKe Tour - na altura para 4.000 inscrições - eu participei empenhadamente como voluntário. Imediatamente e nos tempos seguintes percebi várias coisas:
1. As bicicletas vendidas são de qualidade inferior. Aliás, nos hipermercados, por aquele preço compra-se bicicletas equivalentes e com garantia legal durante 2 anos - o que não é o caso daquelas. A malta traz para casa, aquilo avaria e vai para o lixo, pois nem compensa o reparo ou a substituição das peças. Enfim, é falar com malta que foi "comida" nos anos anteriores.
2. Apesar de eu circular milhares de Km anuais pelos locais onde era suposto ver aquelas bicicletas a circularem, a verdade é que não vejo na rua mais do que uma dezena daquelas bicicletas durante um ano inteiro.
3. A intenção apregoada de por as pessoas a andar de bicicleta não se tem concretizado. Porque as bicicletas são pesadonas, avariavéis facilmente e desmotivam por isso os principiantes.
4. O principal problema do ciclismo na cidade é o das vias cicláveis. Enquanto isso não for resolvido, os que querem ser principiantes, não arriscam pois têm medo. naturalmente.
5. A Bike Tour permite aos organizadores vender uns milhares de bicicletas de muita baixa qualidade, incentivando um consumismo que de outro modo não se verificaria - atenção á poluição que aqueles trastes causam nas lixeiras ! -, consegue uma manhã de publicidade gratuita na TV do Estado, e finge que este tipo de iniciativas produz alguma coisa para lá dos efeitos do próprio dia - que do meu ponto de vista é apenas o que aquela malta deixa de andar de carro enquanto está ali entretida.
6. Não vou dizer que você foi instrumentalizado - porque já é maior e vacinado - mas garanto-lhe que daqui a um ano, não vai ver tantas vantagens numa realização daquelas que se esgota como um fugacho de polvora. Eu já passei por isso.
7. Passei lá de manhã e vi a quantidade de carros que já estavam estacionados e que serviram para transportar os 'ciclistas' até á Expo. Eu não teria assim tantas certezas sobre as toneladas de CO2 que não foram enviadas para a atmosfera á conta desta realização falsamente ecológica...
8. Ao meio-dia, quando cheguei a casa depois da minha centena de Km vi na TV que havia pessoas no tabuleiro da Ponte com a bicicleta á mão, pois nem dava para pedalar normalmente tal a quantidade de pessoas. Ou seja, para a maioria das pessoas aquilo foi a compra de uma bicicleta rasca no meio da ponte e ainda tiveram que vir com ela á mão até ao carro na Expo para depois a levarem para casa. Desporto ? Ciclismo? Exercício físico ? talvez... se considerarmos desporto andar com a bicicleta à mão.
9. Desculpe o tom da intervenção, mas estou sarturado de ver xicos-espertos a acenar com a ecologia, a bicicleta, a saúde publica e outras causas nobres, apenas para venderem o seu produtozinho e fazer o eu negóciozinho ou garantir o seu lugarzinho num qualquer instituto do Estado. Apareceram na TV gajos a falar das bicicletas como as velhas falam de Fátima quando lá vão e julgam ter visto uma aparição. Mas andar de bicicleta...isso...
Abraço,
P.S. gostei do seu post sobre a Almirante Reis- que tem aquele problema dos primeiros 600 metros de alcatrão esburacado que inviabiliza o uso da artéria. A inclinação é média de início, suave pelo meio e agreste entre a alamedo e o Areeiro. A Alm Reis sobe-se bem, mas tem um problema: Quem não vá apenas para a almi Reis, mas para outro local, tem sempre que sair da Alm Reis a subir, pois esta está num vale. Assim, considerar a inclinação da Alm Reis como via deve incluir-se a inclinação que se tem de suportar depois de derivar da alm. Reis para o desrino respectivo. A menos que se và apenas à Portugália...Onde teremos que ir um dia destes a convite meu.
E parabéns por ter completado os seus 100 dias. Nem sempre estive de acordo com as suas análises e conclusões, mas o mérito da iniciativa ninguém lho tira.
Abraço grande
Boa tarde.
Concordo com tudo o que o "Carneiro" escreveu. Só mesmo alguns convidados VIP é que acharam gira a participação no LBT 2008, porque de certeza que não esperaram várias horas para começar a pedalar, e pedalar é uma força de expressão...
Quem se inscreveu só para conseguir uma bicicleta, fez mau negócio...muito fraca a qualidade.
Muitas delas nem conseguiram fazer o percurso, tal a qualidade das bicicletas.
Por mim só tenho pena da manhã de praia que perdi.
Abraços
O carneiro tem razão, as bicicletas não são nada de especial, são pesadonas, cria-se imenso lixo publicitário e como nestas coisas nunca há caixotes as pessoas conformam-se ou no pior dos casos já estão habituadas a deitar lixo para o chão.
Eu participei o ano passado e a bicicleta já não se encontra em minha posse, vendi-a a um preço irrisório para alguém que queria uma bicicleta rasca...
Reforço para dizer que ouvi a Isabel Angelino dizer algo do género: Em Lisboa não dá para andar de bicicleta porque causa da altitude, mas há sempre bicicletas a motor eléctrico...
Julgo que ela desconhece esta realidade, e ela estava a "apresentar" a bikeTour!!!
Durante o evento nunca se ouviu numa promoção de deslocação diária de bicicleta. Ouviu-se sim de desporto (o que já não é mau), que é como quem diz bicicletas em cima do carro e vamos lá dar um passeiono fim de semana...
Muitos parabéns por teres cumprido os teus objectivos e principalmente por continuares o projecto :)
Catarina
"Venham mais 100 duma assentada que eu pago já!", é o q mereces pela dedicação a um projecto bem feito. Nem smp concordei com o tom dalgumas das tuas provocações/críticas, mas segui e apoiei a inicitiva smp q possível. Boa sorte para o q ainda vem. Bjos. Keep on going ;)
Caríssimos, obrigado pelos vossos sempre calorosos testemunhos e pelo apoio a este projecto que agora começa: " +100 dias de bicicleta em Lisboa"
Abraço.
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