O projecto dos "100 dias"

01.01.'08 - Apresentação e arranque do projecto ............ SIC
12.05.'08 - Primeiras conclusões aos 80 dias ................... SIC 02.07.'08 - Transportes amigos do ambiente .................. RTP2
18.09.'08 - Conclusões finais aos 130 dias ....................... TVI 22.09.'08 - Dia Europeu da Mobilidade 22.09.2008 ........ RTP1
02.11.'08 - Caia Quem Caia e as bicicletas ....................... TVI 30.12.'08 - Fim do Projecto dos "100 dias" ...................... RCP
01.01.'09 - Fim do projecto dos "100 dias" ...................... SIC 06.01.'09 - 100 dias na Prova Oral .......................... Antena 3


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5 Carmona Rodrigues


Tese de mestrado "Contribuição do modo BICI na gestão da mobilidade urbana" - Descarregar PDF »»

Dia 094 - 12/06/2008

SANTOS » AMOREIRAS » Av. JOÃO CRISÓSTOMO » SANTOS
Da cota 05m à cota 110m, 11.2 km, 35ºC e 70 minutos de deslocações no total do dia.

Hoje, pela primeira vez, saí de casa pelas 13:00h. Em plena hora de calor, com 35º C.

Um dos mitos que oiço com frequência da boca dos ignorantes (entenda-se: aqueles que falam do que não sabem) acerca das bicicletas e da cidade de Lisboa é o calor do verão. Sem dúvida que as temperaturas de verão em Lisboa são muito boas para ir à praia. Contudo, quero tecer aqui algumas considerações:

1º) A maior hora de calor é sempre da parte da tarde, entre as 12:00h e as 17:00h. E neste período, quem trabalha, está precisamente .... a trabalhar. As horas mais vulgares para a generalidade das pessoas se deslocarem de casa-trabalho-casa é entre as 08:00h-10:00h e entre as 17:00h-19:00h, periodos mais frescos. Já o fiz por diversas vezes nestes períodos, este verão. O esforço e o suor são os mesmos que noutras alturas do ano.

2º) Hoje, propositadamente, saí de Santos às 12:45h, em plena hora do calor, em direcção às Amoreiras, para ir dar aulas. Tracei várias estratégias, para "lutar" contra o calor:

- Levar água fresca e parar com frequência para a beber. Parei na Baixa, no Rossio e no Marquês.

- Pela Av. da Liberdade segui pela lateral, na sua maioria à sombra, graças às árvores dos passeios centrais, e a velocidade mais reduzida que o habitual: 6 km/h.

- No Marquês, pela primeira vez, experimentei apear da bicicleta, e levá-la à mão, também por baixo das árvores, até à Rua Castilho, precisamente o troço mais inclinado que encontro pelo caminho.

Conclusões: Hoje suei menos que em muitos outros dias, com temperaturas mais baixas. Demorei apenas mais 10 minutos do que os usuais 35, para fazer este percurso.

Em situaçãos pontuais na cidade, é perfeitamente viável transportar a bicicleta à mão, seja devido ao suor ou ao esforço físico, com a vantagem de podermos ir (legalmente) no passeio.

Hoje tive a prova de que, mesmo numa das situações mais desfavoráveis para se andar de bicicleta na cidade de Lisboa (subir 105m de altitude com 35ºC), há sempre alternativas para se combater seja o que for que nos possa intimidar na decisão de utilizar a bicicleta como meio de transporte. Só não há, quando é cérebro é de tal forma mediocre, em que é mais fácil inventar desculpas do que pô-lo a trabalhar em nosso proveito.


A Av. da Liberdade hoje estava fantástica, com os preparativos para as marchas populares de logo à noite. Aquilo que vi fez-me ter a certeza de que pode ser fácil, rápido e barato, criar condições de segurança para utilizadores de bicicleta. Ora vejam:

(criação de um corredor protegido por gradeamento e fitas da PSP, para possibilitar a circulação dos técnicos que montavam as estruturas para as marchas populares)

(idem)

(num troço, junto da tenda dos VIP's, foram inclusivé colocados elementos paisagisticos para "proteger" quem circula nesse corredor)

É perfeitamente possível, numa primeira fase em que se estejam a fazer as marcações para os corredores cicláveis nas principais avenidas da cidade, utilizar temporariamente estes gradeamentos, espaçados, de forma a criar condições (volto a dizer: temporárias) para que os utilizadores de bicicleta circulem em maior segurança.

Eu circulei, hoje, durante alguns metros num destes espaços e senti-me como se estivesse na minha própria via, em segurança, sentindo que podia circular à "minha" velocidade, por não ser pressionado pelos automóveis.

A ver vamos o que dá (mais) esta promessa da câmara de lançar o concurso público para a rede de bicicletas partilhadas até ao próximo mês de setembro.

Cumprimentos a todos.

Paulo Santos.
10560m de altitude e 1149 km percorridos de bicicleta em Lisboa desde 01/Jan/2008

6 comentários:

Miguel Carvalho disse...

como eu escrevi em http://menos1carro.blogs.sapo.pt/100153.html

Na linha da argumentação comodista do "qualquer cidade do mundo é excelente para nos deslocarmos de bicicleta, desde que não seja a minha", há outro argumento curioso, o do calor. Aparentemente as nossas cidades estão embebidas num clima de 40º graus à sombra durante todos os dias do ano.
...
A foto é de Pádua, norte de Itália, cidade onde a bicicleta é rainha e onde em Junho a temperatura máxima média é de 26º (25º em Lisboa), em Julho 28º (27º), em Agosto 28º (27º) e em Setembro 25º (26º). Mas o mesmo poderia dizer da vizinha Bolonha com 27º, 30º, 29º e 25º, e de tantas outras cidades.

guerradossantos@gmail.com disse...

Sem dúvida, Miguel, que a todos os níveis, temos a melhor cidade Europeia no que diz respeito às condições climatéricas para andar de bicicleta. Seja para o frio (10ºC de inverno, para um Finlandês, é quase verão), para o calor (muitas outras cidades têm temperaturas superiores), para a chuva (menos de 40 dias de chuva intensa por ano) e já agora para o nevoeiro (acho que ainda ninguém se lembrou desta desculpa). Venham daí as zonas cicláveis, que nós utilizadores, tratamos do resto, ou seja, de usá-las !!!!
Relembro que já podem levar a vossa bike e estacioná-la no Picoas Plaza, bem no interior do pátio das esplanadas.

Paulo Santos

delta disse...

Caro Paulo,
Tenho verificado pelas suas crónicas, que ao subir a Av. da Liberdade, utiliza sempre a lateral, tendo inclusivé já referido que há espaço suficiente para a bicicleta e para o carro que o ultrapassa.
Não concordo consigo. Em minha opinião, o espaço é apenas o suficiente para um carro circular no eixo da via, já que em ambos os lados há marcações para estacionamento de carros. A juntar a isto, há ainda o péssimo estado do piso.
Pergunto: porque não utiliza o passeio central, que é larguíssimo e o piso é francamente melhor! Não se trata de um passeio de reduzidas dimensões, bem pelo contrário.Pode ser utilizado por ciclistas e peões simultaneamente, com algum cuidado, claro. E em dias de calor, tem a vantagem da sombra :-)))
Um abraço

guerradossantos@gmail.com disse...

Concordo, caríssimo Delta. Os passeios centrais da Avenida de Liberdade são excepcionais. Aliás, foi por lá que circulei com os estrangeiros que convidei para pedalarem comigo até ao Saldanha. A desvantagem é o elevado número de cruzamentos, que obriga a desviarmo-nos do passeio e voltar à estrada para continuarmos o nosso trajecto em segurança.
Não acho que o piso esteja em mau estado, no sentido ascendente. Com as velocidades que pratico na subida (10 a 15 km/h) nem chego a notar as irrugularidades. No lado descendente, aí sim, é preciso um pouco mais de cuidado, até devido à tentativa de se taparem os carris de eléctrico. Contudo, há uma grande vantagem em o estado do pavimento estar degradado e as vias serem mais estreitas em alguns pontos: os automobilistas, mesmo que não gostem e não queiram, têm de circular a velocidades mais reduzidas. E isto significa atenção redobrada, o que tem como consequência uma maior segurança para todos os outros utilizadores da via, nomeadamente os utilizadores de bicicleta como nós.
Cumprimentos.

YellowPuzz disse...

Não tenho a certeza mas acho que suaste menos a fazer o percurso na hora de calor, do que, qualquer automobilista sua se fizer o mesmo percurso à mesma hora num carro sem ar condicionado... ")

Abílio Vieira disse...

Eu passei de bicicleta em direcção ao Marques pela lateral da Av. da Libedade ao fim do dia quando as faixas centrais da avenida estavam fechadas e o transito foi desviado para as laterais. Deu-me um grande gozo passar normalmente pelos carros (a maioria só com uma pessoa) parados devido ao transito.

Relatos de quem já pedala pela cidade de Lisboa .............

São cada vez mais aqueles que usam a bicicleta como meio de transporte em Lisboa ( 29 testemunhos) ....................................... ver mais »

Engenharia Civil - Vias de Comunicação e Transportes

Intermodalidade de Transportes na cidade de Lisboa
Quanto lhe custa TER e USAR o seu automóvel ?
Os "100 dias" nos media

FAQs, Links, e informações de interesse para o ciclista ..........................

O código da estrada e os velocípedes ....................................
Rede de zonas cicláveis em Lisboa .....................................
Estacionamento para bicicletas, na cidade de Lisboa .............. brevemente
Rede de lojas e oficinas de bicicletas em Lisboa ............ brevemente
Transporte de bicicletas no metropolitano de Lisboa ...............
Transporte de bicicletas nos comboios da CP .....................
Transporte de bicicletas nos comboios da Fertagus ................
Transporte de bicicletas nos barcos da Transtejo e Soflusa ............
Custos comparativos com o uso do automóvel ............................ brevemente
Revistas da especialidade ......................................................... brevemente
Associações e grupos de entusiastas ........................................ brevemente
Eventos ................................................................................... brevemente

C.V. resumido


Currículo Vitae
Paulo Manuel Guerra dos Santos, Eng.º Civil.
Contacto: guerradossantos@gmail.com

Dados Pessoais
Nascido em 1973

Experiência Profissional
1995 a 2007 – Colaborador em diversas empresas de Projecto de Estradas e Consultoria (Proplano, Triede, Tecnofisil, Consulógica), onde desenvolveu competências na área do desenho e projecto de estradas, em particular com recurso às aplicações informáticas: AutoCAD, SMIGS e CIVIL 3D.

Experiência Pedagógica
1994 a 2007 – Mais de 6000h de formação ministradas em diversas escolas, centros de formação e empresas do continente e ilhas, nas áreas de Robótica Industrial, CAD, Topografia e Projecto de Estradas Assistidos por Computador.

Estágios Profissionais e Projectos Internacionais
2007 – Participação em projecto académico europeu na área da engenharia hidráulica, na Alemanha.
2007 – Estágio na Finnish Road Administration (Instituto de Estradas Finlandês), na cidade de Turku, na Finlândia.
2006 – Participação em projecto académico europeu na área da engenharia hidráulica, na Holanda.
1993/ 94 – Estágios na área da Robótica Industrial, em empresa tecnológica do sector metalomecânico, em Portugal.

Formação Académica
2007 – A preparar a tese de mestrado sob o tema “100 dias a ciclar na cidade de Lisboa”, com início previsto para 01 de Janeiro de 2008.
2007 – Conclusão da Licenciatura bi-etápica em Engenharia Civil, Ramo de Vias de Comunicação Rodoviárias, ISEL, com média de 15 valores.
1999 – Conclusão do Bacharelato em Engenharia Civil, ISEL, com média de 14 valores.

Formação Profissional em Novas Tecnologias de Informação
1995 a 2006 – Diversas acções de formação profissional nas áreas de Robótica Industrial, CAD, SIG, Topografia, Engenharia de Estradas, Design Gráfico e Criação de páginas de Internet.
1992 a 1994 – Curso de Robótica Industrial, CENFIM, com 3000h.

Formação Pedagógica
1994 a 2003 – Diversas acções de Formação Pedagógica de Formadores e Meios Audiovisuais.

Certificações Pedagógicas
Desde 2000 – Certificado pela AutoDESK, como formador autorizado em tecnologias de desenho e projecto assistidos por computador.
Desde 1998 – Certificado pelo IEFP como Formador, com CAP.

Resumo da situação actual
Actualmente exerce actividade em regime de freelancer como Técnico Especialista e Formador nas áreas de:

- Desenho Técnico Assistido por Computador (AutoCAD), para Arquitectura, Engenharia e Construção, a 2D, 3D e 4D.
- Modelação Digital de Terrenos, para Topografia (CIVIL 3D).
- Cálculo de Vias de Comunicação Rodoviárias Assistido por Computador (CIVIL 3D).

Outras informações
Disponibilidade total. Flexibilidade de horários. Habituado a viajar pelo país e pelo estrangeiro.
Muito bom nível de inglês falado e escrito. Excelentes capacidades de comunicação.
Não fumador. Dador de sangue. Praticante de desportos de combate.