Hoje voltei a utilizar a bicicleta nas minhas deslocações diárias. Casa - Gabinete de Engenharia (manhã) - Cantina (almoço) - Escola Profissional (tarde) - Casa. Cerca de 11 Km divididos em 4 percursos. Já me apercebi que sou, dos utilizadores diários de bicicleta, daqueles que mais sofre: vivo a 9 metros acima do nível do mar, e vá para onde for, tenho de começar o dia a subir. A escola profissional fica mesmo num dos pontos mais altos da cidade: 109 metros. Sempre que estou a subir para estas cotas, vêm-me à ideia uma série de soluções que existem noutras cidades do mundo, desde elevadores a teleféricos, para apoiar as subidas de peões e ciclistas. Que pena a cidade de Lisboa não ter um teleférico como o que há em Guimarães (com suporte para bicicletas), a ligar os Restauradores ao alto do Parque Eduardo VII. Unia um dos pontos mais baixos a um dos pontos mais altos da cidade. Com uma vantagem: é que dali do alto, consigo ir para praticamente qualquer ponto da cidade, com declives muitíssimo mais suaves. Logo, sem suar :) Até mesmo para zonas como a Graça. Ou Bairro Alto. Digam-me a vossa opinião sobre este assunto, e dêem sugestões, por muito excêntricas que até possam parecer.
(A minha bina amarrada a uma grade, na Escola Profissional de Ciências Geográficas, onde dou aulas)
(Mais dois ciclistas que foram almoçar à cantina, de bina, na Cidade Universitária)
(Bicicleta estacionada na Av. 5 de Outubro. Curiosamente, com um design bastante urbano. Fez-me lembrar uma que usei na Alemanha, no passado mês de Novembro)
Um grande abraço a todos.
8 comentários:
Amigo Pirata, sabes que nós tamos contigo! força nesses pedais!
Victor e Sara
Um teleférico parece-me ter um impacto visual demasiado negativo.
Porque não um elevador como este existente em trondheim - Noruega:
http://www.trampe.no/english/index.php
Existem fotos e videos no site, mas também pode procurar mais no youtube.
Já agora, começa o dia a subir mas por outro lado também acaba a descer o que sabe sempre bem.
Quanto ao comentário do dia de ontem, sim tenho alguma experiência de utilizar a bicicleta, mas apenas e só em meio urbano. Não faço BTT, detesto ciclismo,e uso a bicicleta como forma de chegar do ponto A ao ponto B em meio urbano. Também tenho carta, mas não tenho, nem quero ter automóvel. Já agora, não quero ciclovias... que tal cidades sem sinais, sem linhas, sem semáforos? não seria a incerteza o melhor para a redução da velocidade de trafego?
Estarei atento ao blog.
António C.
A cidade de Lisboa é muito complicada para andar de bicicleta
Mas eu também costumo andar, as só para fazer desporto
Olá! Desde o primeiro dia que acompanho este blogue com muito interesse.
Eu próprio sou um adepto da bicicleta, mas moro fora de Lisboa, a distância torna quase impraticável o transporte da mesma.
É por isso que vejo com muito entusiasmo a autorização, de transporte das bicicletas, nos transportes públicos. Acho por isso que seria de interesse para todos, melhorar as condições já existentes, antes de começar a pensar em novas soluções.
No caso do metro, o transporte, durante a semana, de bicicletas só é permitido a partir das 20h30. Por isso seria muito interessante ver esta autorização alargada para fora das horas de ponta. Uma mais valia para todos.
obrigado,
100% apoio à causa!
A bicicleta da 5 de Outubro é de um assíduo leitor do seu blog!
E é de produção nacional, uma Cruiser da Orbita.
Eu fui contagiado por um amigo françês que já à vários anos se desloca por Lisboa de bicicleta. Eu Já o vou fazendo à cerca de 4 meses. O meu percurso é relativamente fácil, Sete-rios - Av. 5 outubro - IST.
Eu consegui contagiar metada das pessoas na minha empresa, a andarem de bicicleta. Somos 7 e três são ciclistas diários!
Obrigado pelo ânimo que diáriamente vai trazendo a esta comunidade.
Hugo Gamboa
Amigos Vitor e Sara, obrigado pelo vosso apoio.
Caro António C., sem dúvida que este sistema de elevação para ciclistas é muito interessante. Quem sabe um dia Lisboa terá um, ou algo parecido.
Caro Troca Letras, a cidade de Lisboa na actualidade não são 7 colinas, mas sim um grande planalto que ocupará cerca de 60% ou mais da área total de cidade.
Caro Filipe, estou convencido que o metropolitano tem condições para alargar a outras horas do dia útil a abertura a bicicletas, desde que fora dos picos de utilização.
Caro Hugo, continue assim, a dar o exemplo.
Um abraço a todos.
Olá.
Essa ideia do teleférico parece-me a considerar, claro. Mas implica certamente algum planeamento e custos.
Mais fácil seria a instalação de umas plataformas de transporte de bicicletas nos elevadores que já existem, nomeadamente no da Glória, Lavra e Bica. Meia dúzia de euros e muita utilidade.
Os da Bica e Glória facilitariam o acesso ao Bairo Alto e assim. O do Lavra poderia por exemplo ser utilizado para acesso da Baixa às Av. Novas: fica-se rapidamente à cota do Saldanha.
Luís Mota
Boas,
A questão dos teleféricos é um bocado cara, com efeitos visuais e não poderia ser aplicada em toda a cidade. A solução óbvia, já existente e sustentavel é o Metro.
Ideias exoticas... os eléctricos sem cavalos iniciais em São Francisco não erão de facto eléctricos, mas sim "cable cars". Existia um cabo que deslizava no carril do centro e que passava por toda a cidade. Era accionado por um motor (ou mais) motores em local estratégico da rede. Sempre que o "cable car" pretendia por-se em marcha, ligava-se ao cabo e começava a andar. A colocação de uma calha/cabo deste tipo numa faixa especifica para bicicletas e dotar as bicicletas de um suporte/encaixe de fixação/desfixação rápida e fácil poderia ser uma forma de facilitar as subidas. A calha poderia ser instalada de forma despercebida, sem impacto para os automóveis ou peões um pouco por toda a cidade.
Independentemente disso, o facto é que a subida com apoio mecânico tem de ser pago. Pois necessita de uma infra-estrutura que tem de ser alimentada e mantida. Talvez a primeira pergunta seja, quanto dinheiro estarão os ciclistas prontos a para pagar por este serviço. Se for próximo do preço do passe, (quase) não existe motivação para ir de bicicleta em alternativa aos transportes públicos. Se for gratuito, mais cedo ou mais tarde vai deixar de funcionar. Se pensarmos que um bilhete da carris, pré-comprado, é cerca de 0.71€ (vi no site da Carris), e existirem 4 percursos que fazemos por dia, mas apenas um deles é incómodo (subir de 9m a 109m já é alguma coisa) qual deverá ser o preço justo? Sem bicicleta fariamos, pelo menos 2 percursos. (Os outros 2 poderão ser, eventualmente feitos a pé.) [0.71*2*22 ~= 31.24]
Penso que só será vantajoso se a subida for na ordem dos 0.35€ a 0.55€. Mais do que isso mais vale por a bicicleta no autocarro/metro (isto vai ter de acontecer) [0.71*22 ~= 15.62]. A partir desse valor, o passe mensal é mais barato e até poderemos fazer os tais 4 percursos por dia.
Imaginemos que cada subida é de 0.4€ [0.4x22 dias ~= 10€]. Para este valor existe um diferencial de 5€ por mês! Suar para poupar 5€? Não me parece...
Mas se os 10€ forem equivalentes a um passe numa rede de "apoios mecânicos" que eu possa utilizar, então já me parece interessate. Caso contrário, parece-me caro.
[ Passe Carris: 22.60€ ]
Manter uma estrutura destas a estes preços será, no entanto, impensável para o número de ciclistas em Lisboa. Teriam de existir (digo eu) uns 10000 ciclistas para manter esta infra-estrutura. Já só faltam os outros 99.5%... :-)
Penso que daqui se pode concluir que qualquer infra-estrutura que se construa/realize para apoiar os ciclistas terá sempre de ter um público mais alargado (peões, turismo, ...). Voltamos novamente aos eléctricos, autocarros, metro.
Parabens pela iniciativa.
Rui
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