Ontem fui, pela primeira vez, prestar serviços de engenharia a uma empresa multinacional com escritório no Bairro Santos, próximo da Cidade Universitária. Sendo a primeira vez, desconhecendo a localização, a zona e o próprio edifício, decidi utilizar o autocarro e o metro. Mas logo ao fim do dia, pedi autorização à portaria para deixar a bicicleta na garagem. Autorização concedida de imediato !!!!!! :) Hoje, lá fui então de bina, pelas 07:30h.
(Rua Augusta, pela manhã)
O percurso já não era novo de todo: Santos, Baixa, Marquês, Parque Eduardo VII, Praça de Espanha e Bairro Santos. Fácil. 5 Km. 40 minutos (ainda demoro 20 minutos da baixa ao alto do Parque). E claro suor. Mas isso já não assusta. Leva-se uma camisola para trocar, depois de uma passagem pelo wc do escritório. A receptividade dos técnicos e responsáveis da empresa a este projecto é fabulosa. 100% de apoio e admiração. Ainda bem. Assim provo que, seja qual for a profissão ou cargo que se ocupa, a bicicleta é uma boa maneira de dar um bom exemplo de um modo de vida com muita iniciativa, vontade própria, auto-estima e claro, flexibilidade de espírito.
(garagem do edifício de escritórios, na Bairro Santos, junto à Cidade Universitária)
A volta para casa fez-se às 17:00h, pela Av. 5 de Outubro, Av. de Berna, El Corte Inglés, Marquês e Rato. Que bem que se desce a rua de São de Bento, à mesma velocidade dos automóveis, ou mais depressa até :)
Dificuldade do dia: o Suor, ao chegar ao alto do Parque Eduardo VII e alguma chuva, pela tarde. Cumprimentos.
7 comentários:
É bom saber que há tanto apoio e parabéns por mostrar que basta querer.
Quanto ao suor:
1. Eu costumo tirar os casacos antes de pedalar, ajuda mesmo. Mas de facto não tenho o hábito de andar de fato e gravata.
2. Eu noto (em mim) uma ânsia de andar mais depressa de bicicleta em Lisboa - talvez por contagio, ou por ter vontade de mostrar que a bicicleta é mais rápida que o carro é muitas muitas circustâncias - do que quando ando de bicicleta no estrangeiro (já vivi em várias cidades onde a bicicleta é usada no dia-a-dia). E os 2 minutos q se ganham não valem a pena...
Eu já vivi em Lisboa, e vivi 2 anos a andar de bicicleta como transporte diário. O percurso que fazia mais regularmente incluía uma subida que era a av. das forças armadas ou em alternativa a subida paralela junto á biblioteca nacional.
Várias opiniões acerca da transpiração:
- Evitar horas do dia em que as temperaturas estejam perto ou superiores a 20ºC (ir para o trabalho de manha e voltar ao fim do dia costuma ser suficiente, excepto nos meses de verão...);
- Gerir a velocidade;
- Procurar percursos alternativos para evitar as subidas mais íngremes (acho idiota subir o parque Eduardo VII, para ir até a praça de espanha, por exemplo...)
- Encontrar uma bicicleta com a postura das costas direitas, permite melhor visibilidade e exige menos esforço, pessoalmente prefiro guiadores em que as mão fazem um angulo de 45 graus com o quadro da bicicleta, ou mesmo paralelas (estilo holandês), tenho a sensaçºao de fazer mais força quando tenho as mãos perpendicularmente ao quadro...
- Quanto melhor a preparação física e a regularidade do uso da bicicleta, menos se transpirará para a mesma velocidade e esforço;
- Parar a meio do percurso e beber água. (se necessário)
- Usar roupa leve...
- Gozar as descisdas e aproveitar o vento para refrescar!
Quanto a empregos, será o excêntrico? será o pobre? será o ambientalista? ou será normal?
sempre tentei ser o mais normal mas compreendo esse seu regogizo pois no meu curriculo também apresento nos "outros interesses" o uso da bicicleta como transporte individual. (se bem que se um dia me vier a candidatar a empregos na holanda ou dinamarca será um pouco rículo fazê-lo... por ser tão comum)
Boa sorte,
António Cruz
Errata: no cometário anterior leia-se regozijo!
Abraço
força, Paulo.
Está a ir muito bem
Quando disse que ia começar a dedicar-se à engenharia a sério, pensava eu, se calhar muitos outros também, que referia ao estudo da cidade em si...
Compreendo a sua preferência pela subida do Parque Eduardo VII, apesar da forte inclinação. Assim, evita os carros e logicamente sente-se mais seguro. Quando ganhar mais confiança, provavelmente irá pela Fontes Pereira de Melo, António Augusto de Aguiar, Praça de Espanha, etc.
Há dias, dizia que a Av. do Brasil reunia todas as condições (passeios muito largos em ambos os sentidos) para ter uma ciclovia ou até mesmo duas (uma cada sentido).
Concordo consigo. Passo lá quase todos os fins de semana, em direcção ao Parque das Nações, Sta. Apolónia, Belém, etc.
Há um problema: Os prédios não têm garagem e os passeios são o parque de estacionamento dos residentes. É óbvio que os passeios são para os peões e neste caso também para as bicicletas (espero que sim), mas onde é que aquele pessoal metes os "pópos"?
Era óptimo, que se criassem ciclovias do Campo Grande até ao Parque das Nações. Há todas as condições para isso. A seguir ao relógio, poder-se-ia continuar pela Av. Cidade do Porto (aquela onde está o bar avião, que há pouco tempo foi notícia)e Av. de Berlim (lado esquerdo tem já em parte condições.)
De resto, este é o itenerário que costumo utilizar na ida. O regresso, normalmente venho pelo interior do vale do silêncio (está a necessitar de uma intervenção a sério), Olivais Sul, Mar. Gomes da Costa, relógio...
Força para o resto dos 100 dias. Provavelmente, estes serão apenas os primeiros 100 dias!
Caro Miguel, realmente já me tinha apercebido que também tenho essa ânsia de andar depressa. O que só piora as coisas. Vou tentar andar mais devagar, à velocidade a que chamo de "urbana".
Caro António, as palavras que nos escreve aqui mostram uma elevada experiência a pedalar em ambiente urbano. Todas as sugestões são válidas. Vou adoptar algumas.
Carneiro, mais uma vez obrigado pela força.
Caro Delta, em relação à Av. do Brasil, os moradores têm muitos lugares de estacionamento nos quarteirões interiores aos prédios. Muitos dos carros que vê são de gente que os leva diariamente para o trabalho. Além disso, bastava utilizar um dos passeios (o do lado dos prédios)com zona ciclável em ambos os sentidos junto ao lancil, podendo o passeio do lado oposto (Hospital e LNEC) ser remodelado de modo a criar lugares efectivos de estacionamento.
Acreditem que já estou a estudar a cidade de outra forma. Relevo, transportes publicos, etc ... e a pensar na melhor forma de a CM Lisboa começar com pequenas acções de modo a promover e facilitar o uso de bicicleta na cidade.
Os meus agradecimentos a todos pelas sugestões. Preciso mesmo delas.
São muito raros os casos em que se justifica a construção de ciclovias nas cidades.
No caso da Av. do Brasil essa construção é completamente desnecessária, pois a mesma possui inclusivamente duas vias em cada sentido de tráfego, o que permite que quem vá de bicicleta o faça perfeitamente no centro da via da direita sem preocupações (sarjetas, buracos, lixo, etc.), pois quem queira ultrapassar pode perfeitamente utilizar a segunda via!
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