E eis mais um dia, em que a cidade teve mais um cidadão a andar de bicicleta. Confesso que já me levantei tarde, pelo que decidi ir almoçar à Cantina Velha da Cid. Universitária. Subi a Rua de São Bento, do Largo do Rato segui para a Rua Castilho, subi-a até ao alto do Parque Eduardo VII, Av. A.A. Aguiar (a do El Corte Inglés), Praça de Espanha, virei pelo Bairro de Santos (ao Rego) e subi até ao alto da Av. das Forças Armadas, sendo daí 2 minutos até à Cantina. 30 minutos de percurso. 5 km. 10 km/h. Desta vez, para teste, decidi circular unicamente pelas vias de circulação automóvel. Só num troço me senti um pouco apertado, por circular numa via que não é decididamente para ciclistas: nas obras do metro junto à estação de São Sebastião. Devido àqueles desvios temporários, a estrada estrangula, e as vias reduzem em largura. Mas pelo menos tem um impacto positivo: reduz a velocidade dos veículos automóveis.
Lá tranquei a bina na porta principal da cantina e pedi ao porteiro para ir dando uma vista de olhos. Assim sinto-me mais seguro em deixar a máquina por uns 30 minutos, enquanto almoço descansado, na companhia de excelentes amigos. Curiosidade: não era o único a ter ido almoçar à cantina de bicicleta. Outros 2 estudantes universitários tiveram a mesma ideia. Pena que não haja estacionamento próprio para as binas. Talvez junto à escadaria principal da cantina fosse um excelente sítio. Visível, acessível e próximo da entrada.
Depois de almoço segui, tal como ontem, para o ISEL, em Chelas (junto à RTP), pela Av. do Brasil, claro. E desta vez tirei fotos. Fotos a uma rua com um passeio que tenho a certeza, será num futuro próximo, uma zona ciclável. Tem 6 ou 7 metros de largura, uma inclinação bastante suave mas um senão para já: não há regras no estacionamento. E que simples que era, com uns pinos, impedir a utilização abusiva do passeio pelos utilizadores de automóveis. Beneficiávamos todos: peões, ciclistas, cidadãos de mobilidade reduzida, senhoras com carrinho de bebé, moradores, etc... Pelo menos de um dos lados da Avenida, era possível isolar o passeio de forma a este poder ser utilizado, sem aqueles obstáculos de 4 rodas.
Desta vez, depois de contornar a Rotunda do Relógio, entrei na Av. Marechal Gomes da Costa pela via de circulação automóvel. E nem usei a mudança mais leve. Acelerei por ali acima para testar a minha resistência fisica. Cheguei ao topo (cerca de 400m), naturalmente cansado, e desta vez, claro, suei :). Dali ao ISEL é um percurso bastante fácil, seguindo pela antiga rua onde se realizava a semanal Feira do Relógio.
Hoje, como só tenho de estar às 21:00h em casa, aproveito para ficar um pouco mais aqui pelo ISEL, janto cá, e pelas 20:30 regresso a casa ... de metro. Apartir desta hora posso andar com a bina no metro, nos dias úteis. Que pena não a poder usar a outras horas do dia. Nem que fosse só das 10:00 às 12:00 e depois das 14:00 às 16:00. A estas horas, geralmente, pela experiência que tenho a andar de metro, há sempre um espaço onde levar a bina, sem incomodar os restantes passageiros. Quem sabe se num futuro próximo, o horário de utilização de bicicletas no metro não é alargado. Esperemos que sim.
Até amanhã
13 comentários:
Quanto à utilização dos passeios pelos ciclistas, uma tema que já foi por aqui discutido, não gosto de ser extremista. Pedalar é na estrada, mas não vem mal ao mundo se, volta e meia, o ciclista ciclar (passe o pleonasmo) nos passeios, acho... Ora, a mim choca-me mais que os automobilistas estacionem em cima dos passeios, pois isso incomoda, com certeza, muito mais. Eu sei que a mim me incomoda enquanto pedestre. Isto sim, é NÃO saber conviver...
Em breve vou aqui colocar no blogue informação detalhada de como e onde se anda de bicicleta noutros países Europeus, dentro das cidades. Talvez fiquem surpreendidos com os resultados. Na maioria dessas cidades, NÃO existem ciclovias. Por onde se anda de bicicleta então? :)
Um grande abraço.
Olá
Posso, hoje que choveu canivetes no Porto, dar também testemunho da minha experiência. Saí de casa às 7.40h para estar no emprego às 8.00h. Nada mau, para quem passou por filas quilométricas sem parar para chegar perto do Hospital de S.João... De carro não chegariam 40 minutos para andar 6.5 Km. Continuando, troquei de roupa, calcei outros sapatos, vesti a bata e toca a trabalhar. Saí às 17.30 para estar às 17.50 na baixa, seco, pelo meio de um trânsito infernal e debaixo de chuva miudinha. Tive a reunião do conselho de administração da empresa, tornei a vestir o impermeável, luvas, capacete, e fui para casa, onde cheguei seco e bem disposto. Passeios ocupados encontrei alguns, mas de bicicleta, e sem ciclovias, passamos por onde podemos... Claro que são precisas luzes e roupa apropriada. Deixar a bicicleta presa durante várias horas é uma questão de hábito, escolher um bom sítio, abrigado e concorrido. E esperar que ninguém adivinhe quanto ela custa...
Continuação de boa sorte...
Força Paulo. Com que então já se atreve a fazer 400 metros "a fundo"...
Ainda o hei-de ver a fazer "estrada" comigo...ehehe
E que gira está ali a minha bicicleta e a do meu amigo. A minha é a que tem 2 abelhas penduradas nos cabos dos travoes:) Normalmente tento estacionar longe de passagem de pessoas nos passeios. O problema da visibilidade/insegurança resolve-se comprando cadeados a sério. Já tive uma bicicleta roubada e tinha um cadeado parecido com o seu. Claro que não foi num espaço de 30 minutos que aconteceu, mas sim durante uma noite. Agora comprei 2 cadeados "U-lock" que juntos valem mais do que a bicicleta (100 euros, a bicicleta custou 70):D
Não tenho acompanhado com muita atenção a sua experiência, mas pelo que percebi (corrija-me se estiver errado) ainda não se arrisca a andar simplesmente na estrada. É normal, é um pouco assustador andar na estrada no meio dos carros, mas a mim foi uma questão de escolha. De um dia para o outro decidi que tinha de andar na estrada e agora não quero outra coisa. Até porque andar no passeio é uma pasmaceira. Com a sinalização correcta, condução hiper-defensiva, (não confiar nos sinais de mãos e sim nas "miradas" constantes para trás de um lado e do outro, evitar cruzar caminho com os carros) e muito bom senso e falta de actos heróicos, é seguro andar na cidade. Li num site de conselhos para bicicletar na cidade, que o melhor a fazer não é só avisar os carros do que se vai fazer, é fazer as coisas sem que os carros tenham muito que fazer, no entanto não sendo submisso e claro fazê-los parar se for caso disso e impôr o seu espaço na estrada. Eu penso sempre, eles vão sentados, no quentinho... eles podem esperar:x
Desejo-lhe sorte e que o seu trabalho continue sem problemas e que lhe dê muito gozo.
Olá Paulo. Tive conhecimento do seu trabalho através dos media e desde então tenho acompanhado o seu blog. Tenho uma paixão especial pela bicicleta e já vivi algumas experiências inesquecíveis na sua companhia. A questão do respeito que os automobilistas têm pelos ciclistas, ou a falta dele, recorda-me uma viagem que fiz de bicicleta entre Castro Daire e a Vagueira (próximo de Aveiro), na companhia de 4 amigos. De mochilas às costas e cheios de adrenalina pedalámos durante dias, com muitas aventuras para contar e recordar. No entanto, não me posso esquecer de alguns momentos mais em que nos sentimos mais "apertadinhos" na estrada... quando nos faziam tangentes nada agradáveis a quem não tem muita lata à volta como protecção. Mas, apesar da eterna falta de civismo de alguns, o gosto pela aventura e pela bicicleta é mais forte!!! Boas pedaladas e bom trabalho!
Episódio matinal, junto a uma certa esquadra de polícia na Praça do Comércio, onde me cruzei com um senhor engravatado e de ar distinto que acabava de sair dum carro (sim, porque só quem usa gravata é que tem ar distinto...):
Diz o polícia: "Ó menina, os passeios são para os peões!!!"
Passo por ali todos os dias, uso o passeio apenas durante uns escassos metros, pois para pedalar à vontade uso sempre a estrada/rua e nunca tive nenhuma queixa, até hoje. Talvez o senhor polícia tenha pensado que eu era uma ameaça para a segurança do senhor engravatado. Talvez tenha acordado com os pés de fora. Talvez ainda não tivesse bebido café. Mas da próxima vez que por lá passar e vir os agentes da autoridade montados nos seus "Segway", como vi há dias, não vou resistir: "Ó sôres polícias, os passeios são para os peões!!"
Laura, talvez o que o senhor agente de autoridade queria mesmo era meter conversa contigo. Não é todos os dias que se pode ver uma menina bonita e destemida, a andar de bicicleta pela cidade de Lisboa. Tenho passado por lá e ainda nenhum(a) agente da polícia me abordou. Até ao dia .... :)
Rui Caldeira, espero que continues a dar o bom exemplo e a pedalar pela cidade fora. Se me vires na Cantina da Cidade Universitária, diz qualquer coisa. Um grande abraço
Caro Rolone, 6.5 Km em 20 minutos dá uma média de 19.5 km/h. Espero conseguir atingir esse nível físico, eu, que nunca me tinha metida nestas andanças. Os meus parabéns pelo seu excelente exemplo para a comunidade. Vejo que tem uma profissão de responsabilidade. O exemplo tem de vir de todos, mesmo de cima.
Boas pedaladas
Caro Carneiro, fica desde já lançado o desafio, para pedalar consigo em estrada algumas desenas de quilómetros a bom ritmo. Mas sinceramente, acho que pedalar na cidade é bem mais fácil e menos extenuante. Um grande abraço amigo.
Caro Cacau, votos de um boa continuação de aventuras de bicicleta. Eu para já, não me arrisco a sair de Lisboa. Sinto-me mais seguro por aqui. Quem sabe se este verão estarei preparado para outro tipo de aventuras. Cumprimentos.
Bonita e destemida? LOL
Hoje voltei a passar por lá e ninguém me disse nada. Por isso, foi mesmo por causa do senhor engravatado. ;))
Nota: Na rua do arsenal, mesmo a chegar ao Cais do Sodré, há uma autêntica cratera no chão. As ruas que outrora eram de pedra e que, entretanto, levaram com alcatrão em cima, deixam muito a desejar... Este aviso também é válido para quem anda de carro,pois aquilo é bem capaz de dar cabo duma jante...
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