O projecto dos "100 dias"

01.01.'08 - Apresentação e arranque do projecto ............ SIC
12.05.'08 - Primeiras conclusões aos 80 dias ................... SIC 02.07.'08 - Transportes amigos do ambiente .................. RTP2
18.09.'08 - Conclusões finais aos 130 dias ....................... TVI 22.09.'08 - Dia Europeu da Mobilidade 22.09.2008 ........ RTP1
02.11.'08 - Caia Quem Caia e as bicicletas ....................... TVI 30.12.'08 - Fim do Projecto dos "100 dias" ...................... RCP
01.01.'09 - Fim do projecto dos "100 dias" ...................... SIC 06.01.'09 - 100 dias na Prova Oral .......................... Antena 3


1 Outra reportagem
2 Outra reportagem
3 Outra reportagem
4 Outra reportagem
5 Carmona Rodrigues


Tese de mestrado "Contribuição do modo BICI na gestão da mobilidade urbana" - Descarregar PDF »»

Dias 049 e 050 - 11 e 12/03/2008

DE SANTOS AO CAMPO GRANDE E AMOREIRAS

14 km no dia 049. 8km no dia 050

Uma marca simbólica: metade do projecto cumprido. Atingi os 50 dias a pedalar pela cidade de Lisboa, ao 72º dia do ano. Uma taxa de utilização da bicicleta de quase 70%. Dos 22 dias que não utilizei a bicicleta, 7 foi porque choveu intensamente, 10 porque me ausentei da cidade (em trabalho ou em passeio) e os restantes porque, por qualquer outra razão, não me apeteceu andar de bicicleta.

O dia-a-dia é mesmo isto: optar em função das necessidades e do estado de espírito, qual o meio de transporte mais adequado.

Resumo das dificuldades sentidas:
- Algumas vias da cidade com inclinação superior a 6-7% e com grande comprimento.
- Desnível da mais de 100 metros de altitude, entre a minha casa e alguns pontos da cidade.
- Lancis não rebaixados nos passeios junto às passadeiras.
- Inexistência de zonas próprias para ciclistas (excepto no jardim do Campo Grande).
- Falta de estacionamento seguro para bikes, por toda a cidade.
- Os tempos de alguns semáforos completamente desajustados para não-automobilistas.
- Misturar-me nas vias com os automóveis faz-me sentir inseguro (definitivamente, em cidade, o lugar da bicicleta não é misturada com o automóvel)
- Em dias de chuva torrencial (dos poucos que houve) muitas vias ficam "inundadas" nas bermas.

Resumo das facilidades sentidas:
- O esforço físico não é de maneira nenhuma elevado, mesmo nas ruas mais íngremes por onde circulo.
- Apesar de um cultura de "condução agressiva", não senti animosidade por parte dos condutores na cidade. Talvez a mentalidade esteja a mudar :)
- A paciência e simpatia dos condutores profissionais de Taxis, Autocarros, Eléctricos e Polícia quando circulo na "sua" via.
- Os peões que até hoje nunca se queixaram de me ver em alguns passeios (largos) da cidade
- As fabulosas descidas da cidade, em que todos os santos ajudam :)
- O clima fabuloso que tivemos este inverno, com temperaturas primaverís.


Desvantagens no uso da bicicleta:
- Investimento inicial, em euros (mas recuperado em poucos meses)
- Período de adaptação, a este meio de transporte. Pode ser difícil ao início.
- Desconhecimento das melhores vias para circular de bicicleta pela cidade.
- Alguma solidão sentida durante os percursos, por não ver mais bicicletas (isto tem vindo a mudar, pois começo a ver cada vez mais bikes pela cidade).
- Suor devido a algumas subidas mais íngremes e longas


Vantagens no uso da bicicleta:
- 3.5 kg de redução do peso, em 50 dias a pedalar
- Redução do nível de stress, na mente e no corpo.
- Aumento da temperatura média corporal. Não senti frio este inverno, mesmo às 07:00h da manhã.
- Redução dos tempos gastos diariamente em deslocações, mesmo comparado com o automóvel em certas situações.
- Redução dos custos com transportes públicos e privados.
- Realização pessoal pela conquista de um meio de transporte com alguma dificuldade de adaptação.
- Usufruto da cidade em pleno.
- Aumento da interacção com outras pessoas, nas ruas da cidade.

Um grande abraço a todos e coragem para continuar.

18 comentários:

Luís Marques disse...

"- Misturar-me nas vias com os automóveis faz-me sentir inseguro (definitivamente, em cidade, o lugar da bicicleta não é misturada com o automóvel)"

Semi-discordo... Admito que exige algum sangue-frio e competência a andar de bicicleta para mudar de faixa, por exemplo (e em ruas relativamente pouco concorridas... por exemplo, transversais à 5 de Outubro). Mas acho que circular de bicicleta junto aos carros estacionados, é o ideal - também por causa da boa-vontade generalizada que também observo nos condutores para com os ciclistas.
Aliás, acho que uma solução rápida e barata para a criação de ciclovias podia passar pelo desenho junto à fila de estacionamento de um corredor com um metro de largura (muitas das ciclovias em Amsterdão são assim). Acho que, com o tempo, não só poderia encorajar o uso da bicicleta às pessoas, como poderia desencorajar o estacionamento abusivo em segunda fila - ou seja, não só os ciclistas teriam uma zona "segura" para circular, como os chicos-espertos deixavam de se sentir à vontade para deixar o pópó num sítio onde passam "n" ciclistas a fazer razias... :)

Um abraço
- Luís

anabananasplit disse...

Nãããããooooooooo!...

Paulo: «definitivamente, em cidade, o lugar da bicicleta não é misturada com o automóvel».

Nada mais errado, se há lugar onde a coexistência nas mesmas vias é possível e benéfica é nas cidades!!! E a sensação de insegurança não se resolve fugindo para ciclovias e muito menos passeios. Resolve-se com educação da sociedade: peões (somos todos), motoristas (a maior parte é-o a dada altura) e ciclistas (temos que ser mais, mais vezes).

Luís: «circular de bicicleta junto aos carros estacionados, é o ideal».

Não, é perigosíssimo! É a "door zone"! Devemos sempre manter-nos afastados de carros estacionados, à distância pelo menos de uma porta aberta...

E os chicos-espertos sentem-se sempre à vontade para estacionar à idiota. Não é por aí...

Luís Marques disse...

"Não, é perigosíssimo! É a "door zone"!"

É bem verdade :) Quando circulo, estou SEMPRE com atenção a essas aberturas de porta à maluca. Aliás, quando me peguntam se não tenho medo dos carros quando vou de bina, costumo sempre dizer que não... Tenho medo é dos peões que atravessam à maluca e das portas que se abrem sem aviso!

Mas, a bem da contínua educação da sociedade, isto passa pelo civismo e bom senso dos peões, automobilistas, e ciclistas. Se contamos com o civismo de quem conduz quando vamos de bicicleta, também deveríamos contar o civismo de quem está parado. Abrir uma porta sem olhar pelo retrovisor se vem alguém, ou atravessar uma rua sem olhar é de uma falta de civismo atroz, e é perigoso para TODOS, bicicletas e automóveis! É uma situação que deve, à partida, ser combatida!

E quem é besta, claro que vai continuar a ser besta. Mas pode ser desencorajado, e acho que esta era uma das formas. É que bloquear de forma flagrante uma ciclovia é um atestado de má-educação. E, se bloquear passeios também o é, infelizmente caiu na banalidade. Quem sabe se, com a adopção mais generalizada da bicicleta, estas situações fossem progressivamente minimizadas por "peer pressure"

- Luís

carneiro disse...

A questão das ciclovias está em aberto.

Não quero estabelecer teorias gerais porque o que é bom para mim pode não ser bom para outros. De todo o modo, há zonas da cidade onde a ciclovia separada faria todo o sentido. Veja-se a 2ª circular. Com o tipo de tráfico automóvel faz todo o sentido a separação por razões ed segurança. Por outro lado, na Av. de Roma faz todo o sentido a partilha da faixa de rodagem.

Por outro lado, a utilização da bike por crianças até aos 12 anos a caminho da escola só faz sentido em ciclovia bem resguardada.

Enfim, tudo depende das características da via e do habitual trafego. Embora admita que por força do incremento da utilização da bicla essa "classificação" possa vir a ser alterada.

Aliás, fui um entusiasta da ciclovia do Guincho e actualmente quando vou para aqueles lados, prefiro circular no alcatrão por questões de segurança. è que na ciclovia circula tudo menos bicicletas e é mais perigoso a um ciclista andar na ciclovia do que na estrada a partilhar com os carros.

Veja-se a marginal de Cascais: a ciculação na faixa de rodagem abaixo de 20 Km/hora é muito perigosa, pela quebra de fluidez do transito. Mas a 25 e mais, as bicicletas integram-se perfeitamente no tipo de transito e consegue-se harmonia com os automobilistas. Quem quiser ir a Cascais a 10 à hora, por favor , vá pelo passeio, ou faça como os betetistas que conseguem pistas paralelas.
Para mim, tudo depende das características concretas, se bem que a faixa BUS a a interacção com autocarros e taxistas (em geral) sejam uma boa experiência.

Ou seja, tenho tido uma experiencia variada, sendo que o bom-senso me aconselha a não ter ideias acabadas. Ainda menos a maltratar os outros com pretensa superioridade ciclística como sistematicamente vejo por aí, já que isto do ciclismo está a ficar como o futebol: cada cabeça, cada especialista.

Para mim, está tudo em aberto, menos duas questões essenciais:

1. o compromisso físico e de saúde que a bicicleta nos exige. O que é incompatível com manifestações de ciclismo que acabem na Guinginha do Rossio; E quem acha que isto da bicicleta cansa muito, trate de arranjar um carrito em segunda mão, em vez de misturar com a causa ciclistica a sua frustração por não ter um carrito.
2. E a consciencia de que o ciclismo é perigoso para nós e para os outros o que nos obriga a evitar comportamentos de risco, como sejam as velocidades excessivas ou as diminutas. Ou seja, quem quer andar na via a 40 à hora a serpentear pelo meio dos carros, vá correr nos campeonatos de veteranos e deixa de nos chatear a cabeça, e os que acham que têm "o direito" de circular a 5 Km/ hora no meio dos carros (é a velocidade a pé) é melhor que compre um triciclo e treine primeiro no corredor do seu apartamento, pois o seu ciclismo está ainda a esse nível elementar.

É que esta coisa de se dizer que a culpa é sempre dos automobilistas, sendo que nós temos que ser tratados nas palminhas porque temos os direitos todos, somos a parte fraca, etc., é pura conversa de xaxa votada ao inevitável desprezo intelectual.

Força Paulo.

guerradossantos@gmail.com disse...

Obrigado a todos pelos vossos testemunhos. Um grande abraço.

DS disse...

Boa noite.
Desde que tomei conhecimento deste bolgue que o acompanho sempre que posso, pois é por demais evidente que a bicicleta necessita urgentemente de ser adoptada como meio de transporte alternativo. Já nem digo principal...
Enfim, depois de ler o seu último artigo, não posso deixar de expressar a minha opinião. Essa opinião geral de que a bicicleta não convive com o carro está errada, porque parecendo que não, é mais seguro andar na estrada do que no passeio, visto que no passeio há sempre o risco de colidir com as pessoas que nele transitem, e na estrada segue-se o sentido do trânsito, sendo mais fácil antecipar qualquer situação de perigo, além de que a estrada é mais larga para uma pessoa de bicicleta se poder desviar em segurança de algum obstáculo imprevisto, e o passeio é estreito para esta situação.
Aliás, sendo considerada um veículo, deve transitar no local destinado ao trânsito de TODOS os veículos, que é a estrada.
Quanto à criação de ciclovias e de locais de estacionamento apropriados, penso que é mais prioritário investir-se nos estacionamentos, visto que a renitência em se utilizar a bicicleta não é tanto pela falta de ciclovias, uma vez que se anda na estrada perfeitamente, mas é mais pela inexistência de locais seguros onde a bicicleta possa ser estacionada, sem correr o risco de ser roubada, ou com riscos muito mais reduzidos do que se for deixada presa a um poste ou outra coisa qualquer.
Não me interprete mal, foi apenas a minha humilde opinião.
Abraços, e boa sorte.

Luís Marques disse...

@Carneiro: "tudo depende das características da via e do habitual trafego"

100% de acordo.

"ciclovia do Guincho (...) circula tudo menos bicicletas"
Não conheço, por isso estou curioso: circulam peões? É que eu reparo na ciclovia do jardim do Campo Grande. É certo que a circulação de bicicletas é bastante reduzida, mas os peões INSISTEM em andar na ciclovia, com um passeio ainda mais largo 20 cm ao lado! E com as costas voltadas ao sentido do trânsito! Aquela faixa vermelha é absolutamente apaixonante!! Acho que tenho de arranjar uma campaínha.

"o compromisso físico e de saúde (...)incompatível com manifestações de ciclismo que acabem na Guinginha do Rossio"
Se estou a entender bem o que quer dizer, aqui é que não concordo. Ir ao Rossio beber uma ginginha com amigos é dos actos sociais mais agradáveis que conheço, e, com a devida moderação, não vejo como é que pode por em causa o físico ou a saúde. E digo isto fazendo desporto 5 dias por semana, 3 no ginásio e 2 praticando karate, fora os quilómetros na bicicleta.

@aristides:
"é mais seguro andar na estrada do que no passeio"
Concordo, e pelas razões que citou. Só ando no passeio quando este é manifestamente largo, sem pessoas, e me é conveniente. O que costumo usar é o da Marquês de Fronteira, junto à Penitenciária. Fora isso, sempre na via.

Um abraco
- Luís

delta disse...

Onde é mais seguro andar de bicicleta, passeio ou rua?
Há quem diga que é no passeio e também há quem diga o contrário!
Em minha opinião, não se pode dar uma resposta taxativa.
Se falarmos de um passeio com 4 metros de largura, sem peões ou muito poucos como por exemplo: Av. do Brasil, Av. Cidade do Porto (entre rotunda do relógio e Av. Berlim, etc., é evidente que é francamente mais seguro ir pelo passeio. Se falarmos de passeio de metro e meio, com movimento de peões e a ainda com fortes possibilidades de a qualquer momento poderem sair pessoas "disparadas" de um qualquer prédio..., será lógico que nestas situações, será recomendado ir pela rua, mas em linha recta, sem ziguezagues,porque às vezes (ou quase sempre) nem é uma questão de espaço livre para os popós passarem. Há meninos que gostam de fazer tangentes. E aqui é que está o cerne da questão, ou seja, é uma questão de mentalidade de quem vai ao volante. Ao fim de semana, vê-se muitos carros com bicicletas no tejadilho, a caminho ou de Belém ou Parque das Nações, e porquê? Porque têm medo de andar nas ruas da cidade, mesmo ao fim de semana.
Entretanto, as coisas estão a mudar e já se vê muita gente a andar de bicicleta. Talvez a subida vertiginosa dos combustíveis esteja a dar uma ajudinha...:-)
Força Paulo

carneiro disse...

Luis,

"ciclovia do Guincho (...) circula tudo menos bicicletas"
Não conheço, por isso estou curioso: circulam peões?"

Gordas em marcha, magras em corrida, jovens e meio jovens quadros em jogging, casais com cadeirinha de bébé, adolescente com pastor alemão e senhor obeso com obeso buldogue - uma vez dei com um cão a largar a poia no meio da ciclovia...ciclistas a 8 à hora em grupos de 4 e 5 a tapar toda a via, iniciados em ziguezague ou conduzindo á esquerda e dando a direita para serem ultrapassados, patinistas em linha, ou brasileiras a exibir o vuluptuoso sobe e desce das proteses mamárias em equilíbrio sobre o piercing do umbigo...etc. Nem queira saber...

Involuntariamente uma vez causei um acidente: toquei a campainha a 30 metros para avisar uma ciclista com uma bicla daqueles da aluguer. A fulana assustou-se e caiu para a estrada. Não vinha carro algum e não aconteceu nada de especial. O lancil naquele local tinha mais de 20 cm de altura...

Já passou por Oeiras numa daquelas manhãs sem carros na Marginal ? As pessoas invadem a estrada em passeio matinal, lado-a-lado a toda a largura de 5, 5 ou 7 pessoas, crinaças me patins e bicicleta num sentido e noutro, caes a atravessar. Enfim, tudo menos para as bicicletas.

Quanto à ginginha: Uma coisa é a liberdade individual e, nisso, nem me meto.Era o que faltava.

Coisa diferente é um grupo de pessoas que não estão apenas a exercitar a sua liberdade individual e colectiva, mas estão a publicitar uma certa actividade. Se essa manifestação de actividade acaba em arraial á porta da Ginginha do Rossio, essa situação é transposta para a mensagem que antes se queria publicitar. Do meu ponto de vista está errado, apenas nessa medida. Em manifestações de ciclismo, faço questão de cumprir todas as regras, pois o meu exemplo é uno e integral. Posso ir á Ginginha, mas primeiro vou pôr a bicicleta em casa, para que as pessoas não me associem como ciclista e consumidor de alcoól. Se com o carro não bebo ginginhas, porque é que as poderei beber se estiver de bicicleta ?


Mas se faz - e eu acredito, obviamente - desporto 5 dias por semana, 3 no ginásio e 2 praticando karate, fora os quilómetros na bicicleta, pelos vistos também faz esse tremendo treino do bicipe. Mas se aceitar um conselho e um convite, eu dou-lhe a provar uma ginja feita pelo meu pai. Depois disso nada mais será igual para si e nunca mais voltará á Ginja do Rossio...Mas a pé. Deixamos a bicicleta para o outro dia.

Boas pedaladas.

Luís Marques disse...

Realmente, a falta de educação das pessoas é lamentável... Para se resolver essa situação seria mesmo necessário que o trânsito das bicicletas aumentasse e que os ciclistas se fizessem respeitar! Nas ciclovias de Amsterdão, sempre concorridas, os peões têm noção do que é passeio e do que é ciclovia, e quem se distrai leva logo com buzina...

Quanto à ginginha... :) Embora não não concorde a 100%, percebo o que quer dizer, e as condições em que o diz.

E já agora, os meus parabéns pela ginginha do seu pai! :)

Um abc
- Luís

António C. disse...

Esse passeio (que não é uma manifestação mas um encontro - os automobilistas também não marcam encontro todos os dias nas ruas de Lisboa pois não?) poderia antes acabar na Casa da Sorte a jogar uma raspadinha. Será que ficariam associados ao vício do jogo?

Eu nem bebo porque sou diabético, mas duvido que uma ginginha faça alguém ultrapassar o limite legal de àlcool no sangue...

A Ginginha é um símbolo de Lisboa, e o seu local é conveniente para se estar um pouco à conversa no final de um passeio por Lisboa... (poderíamos tentar o elevador de Santa Justa, mas de facto não é fácil subir com 20 bicicletas...)

Já agora, caro Paulo... Já participou na massa crítica? tem link no seu blog... gostaria de saber a sua opinião sobre esse movimento.

Já agora, no sítio onde resido actualmente, a bicicleta prima pela versatibilidade. Em zonas sem muitos peões é comum verem-se ciclistas pelos passeios... no entanto há também quem opte pela estrada... está na nossa percepção de perigo/segurança e risco de ser multado, a verdadeira decisão de qual o melhor caminho.

Abraços e continuação de bom trabalho.

guerradossantos@gmail.com disse...

Caríssimos, obrigado a todos pelos vossos comentários, todos eles de uma enorme utilidade para o projecto. Em breve irei colocar um texto onde explico por onde circulava de bicicleta, diariamente, quando estive na Holanda, na Finlandia e na Alemanha. Talvez fiquei surpreendidos. Como devem imaginar, como técnico especialista em Vias de Comunicação Rodoviárias e Transportes, os parâmetros relativos à segurança estão sempre em primeiro lugar.
Já agora, viram o Destak de sexta-feira? Eles publicaram um texto sobre o meu projecto.

http://www.destak.pt/docs/424/lisboa.pdf

Um grande abraço a todos

carneiro disse...

A relação entre a ingestão do alcoól e a condução de um veículo na via pública, qualquer que seja o veículo, é tão óbvia para quem raciocione em termos de segurança viária, que não vale a pena...

António C. disse...

Carneiro:

de facto é realmente muito óbvio...

não sei é porque sendo óbvio, o limite legal não é 0.00

Estando dentro da lei, não recrimino ninguém...

carneiro disse...

Antonio C.

Depois daquela de "os ciclistas terem, direito a andar na via publica a 5 Km/hora", depois "de não se poder andar no passeio que é proibido a ciclistas", depois da desculpabilização e justificação que você faz ao consumo de alcool enquanto se pratica ciclismo, compreenderá que não perca mais tempo com opiniões tão profundas e esclarecidas. è nestas caixas de comentários que cada um faz as figuras que entenda fazer. Já agora, e o tabaquinho ? Também é um direito constitucional fumar, não é ? Vai-me dizer que não fuma, mas acha perfeitamente normal que se fume um cigarrito de tabaco, á falta de melhor, enquanto se curte uma viagem de bicla, não é ?

O tempo é precioso e só o devemos gastar com coisas importantes, como por exemplo andar de bicicleta que é coisa que você - a acreditar em tudo o que diz - não tem a mínima noção do que seja.

Mais, é por haver iluminados como você a defender teses tão esclarecidas e fundadas que o movimento da massa crítica - que poderia ser uma mais valia para o movimento ciclístico como é noutros países - será cada vez mais um gueto de intelectuais como você.

Quando se vê uma concentração de cicloturistas que consegue reunir mais de mil ciclistas e que com frequencia atinge em cada domingo 300, 400 ou mais unidades e se compara com uma manifestação que, pelos seus números conforme um seu coment neste post, atinge "20 bicicletas", qualquer pessoa pára para pensar porque será. Ou nem pára, por ser tão óbvio.

E como tenho fundadas suspeitas que você não é mais do que um A.C. que noutro local me adjectivou, perceberá que a forma mais simpática de mantermos a compostura é ignorar as suas interpelações.

Ande mais de bicicleta. Vai ver que lhe faz bem até á cabeça.

António C. disse...

Oh homem, não se enerve, que não vale a pena… mas deixe-me ripostar.

Seguirei a ordem do seu comentário para facilitar.

Não me lembro de ter afirmado categoricamente que os ciclistas têm direito a andar a 5km/h no meio do trânsito.
Percebo o seu ponto de vista, e admito que nos dias em que me apetece andar a essa velocidade vou pelo passeio, porque também não sinto que a segurança dos peões esteja em perigo, nem que nenhum policia (em Portugal) me vá multar…

Também não me lembro de ter dito que o passeio é proibido a ciclistas… já afirmei que a bicicleta é versátil e como já foi afirmado neste blog permite “atalhar caminhos”.

Tabaco: Acho pior fumar dentro de um carro, em que viaje mais de um passageiro, é um cubículo fechado… não concordo que se fume, de forma geral, mas tolero a liberdade individual de cada um, desde que não invada a de terceiros.

Andar de bicicleta: faço-o entre outras coisas, para poupar tempo, chego ao trabalho em 10 minutos, regresso a casa em 25. (moro no topo de uma pequena colina, e porque normalmente vou carregado nos alforges com compras, acabo por subir a pé, pelo passeio carregando a bicicleta)

A massa crítica: participei durante 12 meses, senti-me bem, adorei conhecer as pessoas, ajudar a criar debates, criei amizades, fiquei a conhecer os outros que como eu também se deslocavam em Lisboa de bicicleta. Por não residir neste momento em Lisboa (cidade que adoro), deixei de participar, mas a Massa Crítica é um movimento mutável e aberto a toda a gente. Se acha que nos outros países é que é bom, vá até lá e faça-a à sua maneira! Ficar de fora a mandar bitaites sobre o que acha que é ou devia ser, parece-me pouco construtivo… (falei em 20 pessoas, mas gostava que pudesse falar em mais… apareça e traga os seus amigos, encontrará pessoas para o debate)


Intelectual: não sou, mas gostava de ser… ou pelo menos não sou tanto quanto gostaria.

(do Lat. intellectuale
adj. 2 gén.,
relativo ao intelecto, ao entendimento;
mental;
s. 2 gén.,
pessoa dada ao estudo;
pessoa de grande cultura.)

Cicloturistas: Parabéns! Gosto do sentido colectivista das pessoas que participam, é de salutar o bem que fazem pela saúde e pelo desporto. Já participei em concentrações, nada a apontar, excepto um indivíduo que numa dessas concentrações disse para a televisão em alto e bom som, que andar de bicicleta em Lisboa no dia a dia “ERA IMPOSSÍVEL”. Como se vê neste blog e pela experiência de mais uns quantos “intelectuais”, afinal até é possível.

Se chegou até aqui na leitura deste comentário, é porque afinal não me ignorou…

Finalizando… para ser um ciclista, não é preciso ser um Lance Amstrong, nem para ser automobilista é preciso ser um dos irmãos Shumacher. Eu faço uma utilização económica da bicicleta, para pequenos percursos, de preferência sem me esforçar ao ponto de transpirar. Prefiro dias frios para o fazer, e penso que essa é a grande vantagem dos países nórdicos. No entanto, em Lisboa, dependendo da hora do dia e da gestão que se faz do esforço, é perfeitamente possível utilizar a bicicleta como meio de transporte.

Canso-me menos do que ao andar a pé… se me quiser chamar preguiçoso, chame… mas o que gostava que entendesse é que existem pessoas que não pretendem melhorar a sua performance física com a utilização da bicicleta. Apenas utilizá-la quando é mais vantajosa que, por exemplo, andar a pé, ou de carro… (mesmo que, por vezes, seja preciso subir umas colinas com a bicicleta à mão e não montado…)

Você alimentou um ódio de estimação por pessoas que não conhece (aparentemente já tem conhecido algumas), pessoas que interpretam a bicicleta de modo diferente, que vêm neste veículo, outra coisa que não o desporto. Você quer matar à nascença um movimento que nem deu os primeiros passos… quer que os outros treinem no ginásio antes de vir para a rua, quer separar, os tipos de ciclistas e demarcar-se dos excêntricos… você é quadrado (fig,. diz-se da pessoa de mentalidade conservadora, muito ligada a padrões de pensamento e conduta tradicionais.)

… e este é o único adjectivo que me oferece dizer.

carneiro disse...

"quadrado"

Seria inevitável que a "profundeza" dos argumentos descambasse rapidamente para o insulto. Nada que não se esperasse, vindo donde vem.

e como a "casa" não é minha, nem tenho já idade para aturar adolescentes em fase afirmativa, ficamos por aqui em prol da urbanidade.

António C. disse...

É pena que aquilo que considero uma provocação seja encaixado como um insulto… ao contrário de você, gosto de uma boa discussão, trocar argumentos, e espicaçar de forma aguerrida…

Em “prol da urbanidade” devo pedir desculpa se me dirigi com pouca delicadeza… Quanto ao seu blog, também o sigo regularmente e apesar da maioria das coisas não me interessar, lá vou achando piada a um ou outro post e tiro o meu chapéu para congratulá-lo por isso.

Quanto aos adjectivos de que me acusa, não os posso confirmar nem desmentir uma vez que infelizmente não consigo reler o que escrevi nos comentários que enviei para o seu “bem filtrado” blog… de qualquer modo não acho que tenha usado calão ou ofensas gratuitas nos 2 comentários não publicados que lá fiz.

É pena ter de vir para casa alheia para trocar argumentos consigo, de qualquer modo ao fim de 17 comentários, já ninguém nos ouve, pelo que não me importo de explicar, porque o considero quadrado, ou se preferir, tradicionalista na forma de pensar… o dogma, por si defendido, de que a idade é um posto e exige respeito é disso exemplo…

Ouvissem os mais velhos os adolescentes em fase afirmativa e viveríamos talvez num mundo mais alegre e menos enfadonho…

A resistência cultural a qualquer mudança, na forma de agir ou de pensar é uma das grandes dificuldades que a causa da bicicleta enfrenta… e apesar da minha tardia juventude ainda me permitir estes devaneios por blogs perdidos no mundo da informação, penso que não tenho mais que lamentar, que mesmo dentro dos que querem mais bicicletas a andar pelas ruas, se encontrem mentalidades tacanhas e redutoras daquilo que são as verdadeiras oportunidades para o ciclismo como modo alternativo, mas possível, de locomoção urbana…

Relatos de quem já pedala pela cidade de Lisboa .............

São cada vez mais aqueles que usam a bicicleta como meio de transporte em Lisboa ( 29 testemunhos) ....................................... ver mais »

Engenharia Civil - Vias de Comunicação e Transportes

Intermodalidade de Transportes na cidade de Lisboa
Quanto lhe custa TER e USAR o seu automóvel ?
Os "100 dias" nos media

FAQs, Links, e informações de interesse para o ciclista ..........................

O código da estrada e os velocípedes ....................................
Rede de zonas cicláveis em Lisboa .....................................
Estacionamento para bicicletas, na cidade de Lisboa .............. brevemente
Rede de lojas e oficinas de bicicletas em Lisboa ............ brevemente
Transporte de bicicletas no metropolitano de Lisboa ...............
Transporte de bicicletas nos comboios da CP .....................
Transporte de bicicletas nos comboios da Fertagus ................
Transporte de bicicletas nos barcos da Transtejo e Soflusa ............
Custos comparativos com o uso do automóvel ............................ brevemente
Revistas da especialidade ......................................................... brevemente
Associações e grupos de entusiastas ........................................ brevemente
Eventos ................................................................................... brevemente

C.V. resumido


Currículo Vitae
Paulo Manuel Guerra dos Santos, Eng.º Civil.
Contacto: guerradossantos@gmail.com

Dados Pessoais
Nascido em 1973

Experiência Profissional
1995 a 2007 – Colaborador em diversas empresas de Projecto de Estradas e Consultoria (Proplano, Triede, Tecnofisil, Consulógica), onde desenvolveu competências na área do desenho e projecto de estradas, em particular com recurso às aplicações informáticas: AutoCAD, SMIGS e CIVIL 3D.

Experiência Pedagógica
1994 a 2007 – Mais de 6000h de formação ministradas em diversas escolas, centros de formação e empresas do continente e ilhas, nas áreas de Robótica Industrial, CAD, Topografia e Projecto de Estradas Assistidos por Computador.

Estágios Profissionais e Projectos Internacionais
2007 – Participação em projecto académico europeu na área da engenharia hidráulica, na Alemanha.
2007 – Estágio na Finnish Road Administration (Instituto de Estradas Finlandês), na cidade de Turku, na Finlândia.
2006 – Participação em projecto académico europeu na área da engenharia hidráulica, na Holanda.
1993/ 94 – Estágios na área da Robótica Industrial, em empresa tecnológica do sector metalomecânico, em Portugal.

Formação Académica
2007 – A preparar a tese de mestrado sob o tema “100 dias a ciclar na cidade de Lisboa”, com início previsto para 01 de Janeiro de 2008.
2007 – Conclusão da Licenciatura bi-etápica em Engenharia Civil, Ramo de Vias de Comunicação Rodoviárias, ISEL, com média de 15 valores.
1999 – Conclusão do Bacharelato em Engenharia Civil, ISEL, com média de 14 valores.

Formação Profissional em Novas Tecnologias de Informação
1995 a 2006 – Diversas acções de formação profissional nas áreas de Robótica Industrial, CAD, SIG, Topografia, Engenharia de Estradas, Design Gráfico e Criação de páginas de Internet.
1992 a 1994 – Curso de Robótica Industrial, CENFIM, com 3000h.

Formação Pedagógica
1994 a 2003 – Diversas acções de Formação Pedagógica de Formadores e Meios Audiovisuais.

Certificações Pedagógicas
Desde 2000 – Certificado pela AutoDESK, como formador autorizado em tecnologias de desenho e projecto assistidos por computador.
Desde 1998 – Certificado pelo IEFP como Formador, com CAP.

Resumo da situação actual
Actualmente exerce actividade em regime de freelancer como Técnico Especialista e Formador nas áreas de:

- Desenho Técnico Assistido por Computador (AutoCAD), para Arquitectura, Engenharia e Construção, a 2D, 3D e 4D.
- Modelação Digital de Terrenos, para Topografia (CIVIL 3D).
- Cálculo de Vias de Comunicação Rodoviárias Assistido por Computador (CIVIL 3D).

Outras informações
Disponibilidade total. Flexibilidade de horários. Habituado a viajar pelo país e pelo estrangeiro.
Muito bom nível de inglês falado e escrito. Excelentes capacidades de comunicação.
Não fumador. Dador de sangue. Praticante de desportos de combate.