Quinta-feira. Dia de levar o carro à inspecção (matrícula de Fevereiro). Mais uma chatice, despesa e tempo perdido por causa do automóvel. Mas é um mal necessário, para garantir que a máquina não seja nenhum perigo para a via pública. Depois deste stress, pelas 16:00h decidi ir pedalar pela Baixa. Em boa hora o fiz. Lisboa está realmente cada vez mais bonita. Só pode, que estes milhares de turistas que nos invadem diariamente. A Rua Augusta com tanta gente que mal dá para me movimentar de bicla. Mas estes turistas estão habituadíssimos a ver ciclistas nos seus países. Até estranham é em ver tão poucos. Lisboa só peca por aí.
(Arco da Rua Augusta, junto ao Terreiro do Paço)
Páro para apreciar uns quadros feitos por pintores de rua. Converso com um deles. É do Paquistão. Tiro uma foto a um casal de turistas da Hungria. Conheço um casal de lésbicas da Austrália e tomo um café numa das muitas pastelarias da rua. Rua esta que não há muitos anos tinha trânsito automóvel. Lembram-se da polémica que foi fechá-la aos carros? Hoje, não passaria pela cabeça de ninguém voltar a ver carros por lá. Por isso, não façam grande alarido quando a Câmara resolver cortar mais umas ruas e torná-las pedonais ou ..... cicláveis. É para belprazer de todos !!! Portugueses e estrangeiros. E 8 Km percorridos para cima e para baixo, nesta Baixa Pombalina.
Sexta-feira, depois de almoço, dia para tratar de questões fiscais. Passagem pelas finanças da Rua dos Correeiros, saltinho à loja do cidadão dos Restauradores e passagem pelo Banco para um depósito de cheques. Depois aproveitei o tempo para mais um passeio pela Baixa, e passar pelo supermercado para comprar alguns haveres. Sem stresses, sem correrias, sem trânsito, sem pára-arranca, sem CO2 emitido para a atmosfera, sem custos directos. Só eu, a minha bike e a cidade. E mais 9 km percorridos pela capital da West Coast of Europe (adoro este slogan, a sério !!!!!).
(a minha bike amarrada a um semáro, bem visível, junto da loja do cidadão dos Resturadores)
Cumprimentos a todos.
5 comentários:
Lisboa é uma mistura. Uma mistura boa. Rica. Ao longo dos séculos fomos, somos e seremos palco de uma grande diversidade. E nesta abertura, a bicicleta será de certo mais um elemento que dá vida à cidade, que humaniza as relações, que facilita as interacções e que permite uma maior qualidade de vida. Não adianta esperar por ciclovias, vias cicláveis , parqueamentos para começar a andar de bicicleta na cidade. O momento é agora. Com as condições que temos. Adaptamos-nos ao que temos. Pouco a pouco elas melhoram, com a nossa participação claro.
Encontrei este blog há pouco tempo, e desde então tenho sido um fiel leitor!
Sinceramente, tomei conhecimento dele desde que voltei a ir almoçar à cantina velha da UL, vi lá a bicicleta, e pensei... "Olha, mais um compatriota?" :)
A verdade é que desde o ano passado que, sempre que possível, me desloco de bicicleta desde a minha casa em Campolide, ao pé das Amoreiras, até à Faculdade de Ciências no Campo Grande, onde trabalho. E como estou arrependido de não ter feito o mesmo enquanto estava a tirar o curso!...
A ideia surgiu-me quando um dia me lembrei de usar uma ferramenta da internet de mapas (não me lembro qual...) só para ver a distância da minha casa até à faculdade. Como sempre fui muito adepto de andar de bicicleta, mas só de Verão ou ao fim de semana do outro lado do rio, já me tinha ocorrido usar a bicicleta em Lisboa. Nunca o tinha era concretizado porque achava que os percursos que teria de fazer ou eram muito longos, ou pejados de subidas, ou francamente PERIGOSOS por causa dos carros. Além disso, fiz o estágio de licenciatura durante 9 meses na Holanda, e, embora tenha vindo de lá com o "bichinho" da bina enquanto meio de transporte, achava isso impraticável em Lisboa.
Enfim, lá meti o "start" e o "finish", e fiquei parvo quando vi que a distância mais curta eram cerca de 4 (míseros) quilómetros! Ainda por cima, por um caminho que nunca utilizaria de carro (por causa do trânsito), mas que de bicicleta faria todo o sentido!
E pronto, lá experimentei. Resultados? Se for com calminha, fazendo o percurso Campolide > Marquês de Fronteira > Corte Inglés > 5 de Outubro > Entrecampos > Ciclovia > FCUL, nunca demoro mais do que 25 minutos. Se for de carro e apanhar o trânsito habitual demoro entre 10 e 20 minutos (para 4 km!). Se for de transportes públicos, demoro invariavelmente cerca de 45 minutos, contando com tempos de espera e/ou trânsito (PARA QUATRO MÍSEROS QUILÓMETROS!!). Ah, e como circulo na via mas cumpro escrupulosamente o código de estrada (respeito todos os sinais, faço "pisca", etc. Afinal, também sou condutor), nunca tive qualquer razão de queixa por parte dos automobilistas.
Custos? Carro: ~€60 por mês em gasóleo. Passe: €28,10 por mês. Bicicleta: €0.
Não tenho dúvidas nenhumas que a bicicleta oferece uma série de vantagens em relação ao carro e até, em algumas circunstâncias, à rede de transportes públicos. Infelizmente, tenho de admitir que ultimamente tenho utilizado um pouco mais o carro, mais por preguiça e stress relacionado com o fim do meu mestrado... Se tivesse desopilado um bocadinho de bicicleta, nas idas e vindas para o trabalho, provavelmente tinha stressado menos!
Próximo passo para mim: adoptar a bina de forma integral nas minhas deslocações à FCUL e ao ginásio (em Telheiras - já vou com o aquecimento feito :)), e utilizar o carro apenas quando necessitar de ir ao Instituto Gulbenkian de Ciência em Oeiras, onde também trabalho. Para facilitar o uso no dia a dia, acho que duas coisas são essenciais... Um porta-bagagens + mochila adaptada ao mesmo e um corta-vento/chuva, para os dias mais "cinzentos".
E pronto! Só queria deixar o meu testemunho e desejar-te as maiores felicidades para a tua tese, e, claro, a tua experiência! Ainda havemos de ser muitos, há cada vez mais bicicletas "estacionadas" na Faculdade de Ciências, vai lá espreitar!! :)
Um abraço
Luís Marques, 28 anos, Biólogo
Caro Hugo, sem dúvida que o segredo está em nós próprios, e não só nas condições que nos rodeiam.
Luís, o seu testemunho é fantástico. Tomei a liberdade de o colocar em "Relatos ..."
Abraço a todos.
Foi um prazer contribuir :)
Um abraço
- Luís
Excelente o testemunho do Luís!
Andar de bicicleta por Lisboa é uma prazer e um estilo de vida.
é complicado claro, há muitos carros e poucos nos vêem.
Já ando há ano e meio várias vezes por semana e só tive duas chatíces até ao momento: por duas vezes aconteceu um condutor estacionar o carro e abrir a porta sem ver quem vem e levar com a porta em cima no justo momento em que vou a passar. Na 2ª vez não fiquei em muito bom estado e ia a 30 Km/h...
Depois houve uma queda numa zona de passei molhado em dia de Sol em que a curvar espalhei-me: parecia um "puto" todo esfolado nos cotovelos e joelhos.
Mas é um prazer andar por esta cidade e extremamente saudável!
A bicicleta é muitas vezes mais rápida que transportes públicos, só ela me permite ir desde o Areeiro ao Rato em 13 minutos quando de transportes públicos demoraria quase o triplo!
Emissões zero! Saúde a 100%!
Cumprimentos, e continuação de um bom trabalho!
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