O projecto dos "100 dias"

01.01.'08 - Apresentação e arranque do projecto ............ SIC
12.05.'08 - Primeiras conclusões aos 80 dias ................... SIC 02.07.'08 - Transportes amigos do ambiente .................. RTP2
18.09.'08 - Conclusões finais aos 130 dias ....................... TVI 22.09.'08 - Dia Europeu da Mobilidade 22.09.2008 ........ RTP1
02.11.'08 - Caia Quem Caia e as bicicletas ....................... TVI 30.12.'08 - Fim do Projecto dos "100 dias" ...................... RCP
01.01.'09 - Fim do projecto dos "100 dias" ...................... SIC 06.01.'09 - 100 dias na Prova Oral .......................... Antena 3


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5 Carmona Rodrigues


Tese de mestrado "Contribuição do modo BICI na gestão da mobilidade urbana" - Descarregar PDF »»

Dia 236 - 17.07.2009

De Santos a Belém
Pela zona ribeirinha, 20 km numa tarde

Tive oportunidade, na passada sexta-feira, de pedalar na - ainda em fase de obra - ciclovia até Belém, acedendo ao convite de 3 amigas Finlandesas de férias em Lisboa, que queriam visitar a Torre de Belém e ver o Rio, de uma forma que lhes é habitual no país delas: de bicicleta.

O grupo, em Belém.

Confesso que achei, ao início, desnecessário gastar-se 600 mil euros numa ciclovia de lazer, que em pouco iria beneficiar os utilizadores diários de bicicleta em Lisboa (por sinal em cada vez maior número), que pedalam pelo centro da cidade.

Pensei, mas enganei-me. A minha ignorância (ou o estranho hábito de falar daquilo que não sei ou ignoro) levou-me mais uma vez a falar sem conhecimento de causa. Depois de ter visto o projecto, e a obra no terreno, depois de ter visto que em determinados troços colocaram a ciclovia em "estrada", depois de a percorrer (mesmo ainda em obra), depois de ouvir a opinião destas 3 especialistas (que andam diariamente de bici no seu país) apercebi-me que ainda existe algo em abundância por cá: a ignorância dos que falam daquilo que não sabem.

Diariamente me convenço mais do potencial ciclável de uma cidade 70% plana ou com inclinações suaves, com um dos melhores climas da Europa, com um tráfego reduzido quando comparado com outras capitais (muitas delas cicláveis).

Percebe-se, quando se lê um post, se determinada pessoa sabe do que está a falar, ou se é um ignorante. Percebe-se se essa pessoa já utilizou ou não, com regularidade, a bicicleta como meio de transporte, seja em Lisboa, ou noutra qualquer cidade do mundo.

Este foi o maior obstáculo que tive de ultrapassar quando comecei o projecto dos "100 dias de bicicleta em Lisboa" : a ignorância de todos os que me rodeavam, desde familiares, amigos, colegas e alunos.

No início faziam afirmações inventando desculpas do tipo " ...as colinas", ou " ...o tráfego" ou ainda " ...o clima".

Agora, apercebendo-se que tinham sido invadidos pela ignorância, já não fazem afirmações, mas sim perguntas: "Afinal, Lisboa sempre são 7 colinas, ou não?"



Passagem Superior para peões, na estação de comboios de Belém. A REFER, sensível às questões de mobilidade, colocou calhas para bicicletas, nas escadas desta P.S. Parabéns à iniciativa !!!

Cumprimentos,

Paulo Guerra dos Santos
2592km de deslocação de bici em Lisboa, desde 01.01.2008

8 comentários:

Gonças disse...

Fiquei sem perceber...achas que foi dinheiro bem gasto?

Eu acho que se devia apostar numa rede de vias cicláveis de turismo/lazer, mas evitar "legalizá-las" como ciclovias (pois tem implicações para o utilizador utilitário da bicla, nomeadamente obrigação da sua utilização em preterimento da via mais próxima).

Estas deviam ser pensadas num todo, de modo a criar uma rede. Esta parece-me uma estrutura isolada, ou falaram com Oeiras?

Mas fazer esta obra e não apostar nada nos ciclistas do quotidiano, e logo em ano de eleições cheira a SHOW OFF ou não??

Abraço

guerradossantos@gmail.com disse...

Concordo contigo em vários pontos, nomeadamente quando dizes que se deveria apostar nos corredores BICI no centro da cidade (p.e., no eixo da Baixa ao Campo Grande). Contudo, há semelhança de Roma e Pavia que não se fizeram num só dia, na construção e na vida, tudo é feito por fases. E esta ciclovia iria acabar por ser faita na mesma. Assim, esta já está. Só faltam as outras. E relembro que Lisboa recebe 2 milhões de turistas por ano, muitos deles vindos de países onde se pedala diariamente, como estas minhas amigas da Finlândia. E esta ciclovia junto ao rio, um local privilegiado de lazer, vai sem dúvida deliciá-los.

Um grande abraço "Gonças".

Paulo Guerra dos Santos

Unknown disse...

para mim bastava fazerem como em londres, onde a faixa BUS tem o simbolo de Bicicleta, e passavamos a ter corredores Bici em toda a cidade, sendo que os taxistas ficariam obrigados a respeitar-nos (o que nao acontece agora...)
e era bem mais barato que todas estas ciclovias ornamentais.

guerradossantos@gmail.com disse...

As faixas BUS são excelentes para se criarem corredores BICI, desde que se alarguem dos actuais 3.0m de largura para um mínimo de 4.5m, permitindo a passagem do autocarro pelo ciclista, sem colocar este em perigo.

Durante o projecto dos 100 dias circulei com muita frequência na faixa do BUS, e nunca fui desrespeitado por nenhum taxista, mesmo tendo em conta que eles sabem que é proibido às bicicletas circularem naquele tipo de corredor.

Deixo aqui até um agradecimento especial a taxistas e motoristas da CARRIS, que mesmo sabendo que eu estou a "invadir" o seu espaço, nunca senti que me colocassem em perigo. Houve até situações em que me ajudaram a evitar situações mais complicadas.

Naturalmente que não me coloco à frente deles, a 10 km/h, impedindo-os de circular à sua velocidade normal. Nem deles, nem dos outros automobilistas.

Acima de tudo, tenho respeito por quem conduz uma "lata" com 1 tonelada de peso, com todas as vantagens, desvantagens e riscos daí decorrentes.

Paulo Guerra dos Santos

Unknown disse...

sim, alargar as faixas em pelo menos mais um metro seria bom, até para nao prendermos os autocarros que levam imensa gente.

falei dos taxistas porque muitas das vezes me fazem razias ou mandam aquelas buzinadelas irritantes

quanto à carris, regra geral os condutores sao excelentes, e apesar de conduzirem um monstro de 12 metros nunca me fazem razias nem nos apertam quando estão a voltar para a direita (depois da ultrapassagem), e acho que nunca me usaram a buzina nem nada.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Uma ciclovia em Lisboa WOW, estamos a fazer progressos :-)

Ana Cleto disse...

Boa, nunca pensei que tal coisa ja existisse... Estive na holanda a pouco tempo e vim de la bastante inspirada para o uso da bicicleta mas muito pouco convencida de que fosse exequivel em lisboa... Este blogue está mesmo quase a convencer-me... Parabens pela iniciativa! Boas viagens!

Relatos de quem já pedala pela cidade de Lisboa .............

São cada vez mais aqueles que usam a bicicleta como meio de transporte em Lisboa ( 29 testemunhos) ....................................... ver mais »

Engenharia Civil - Vias de Comunicação e Transportes

Intermodalidade de Transportes na cidade de Lisboa
Quanto lhe custa TER e USAR o seu automóvel ?
Os "100 dias" nos media

FAQs, Links, e informações de interesse para o ciclista ..........................

O código da estrada e os velocípedes ....................................
Rede de zonas cicláveis em Lisboa .....................................
Estacionamento para bicicletas, na cidade de Lisboa .............. brevemente
Rede de lojas e oficinas de bicicletas em Lisboa ............ brevemente
Transporte de bicicletas no metropolitano de Lisboa ...............
Transporte de bicicletas nos comboios da CP .....................
Transporte de bicicletas nos comboios da Fertagus ................
Transporte de bicicletas nos barcos da Transtejo e Soflusa ............
Custos comparativos com o uso do automóvel ............................ brevemente
Revistas da especialidade ......................................................... brevemente
Associações e grupos de entusiastas ........................................ brevemente
Eventos ................................................................................... brevemente

C.V. resumido


Currículo Vitae
Paulo Manuel Guerra dos Santos, Eng.º Civil.
Contacto: guerradossantos@gmail.com

Dados Pessoais
Nascido em 1973

Experiência Profissional
1995 a 2007 – Colaborador em diversas empresas de Projecto de Estradas e Consultoria (Proplano, Triede, Tecnofisil, Consulógica), onde desenvolveu competências na área do desenho e projecto de estradas, em particular com recurso às aplicações informáticas: AutoCAD, SMIGS e CIVIL 3D.

Experiência Pedagógica
1994 a 2007 – Mais de 6000h de formação ministradas em diversas escolas, centros de formação e empresas do continente e ilhas, nas áreas de Robótica Industrial, CAD, Topografia e Projecto de Estradas Assistidos por Computador.

Estágios Profissionais e Projectos Internacionais
2007 – Participação em projecto académico europeu na área da engenharia hidráulica, na Alemanha.
2007 – Estágio na Finnish Road Administration (Instituto de Estradas Finlandês), na cidade de Turku, na Finlândia.
2006 – Participação em projecto académico europeu na área da engenharia hidráulica, na Holanda.
1993/ 94 – Estágios na área da Robótica Industrial, em empresa tecnológica do sector metalomecânico, em Portugal.

Formação Académica
2007 – A preparar a tese de mestrado sob o tema “100 dias a ciclar na cidade de Lisboa”, com início previsto para 01 de Janeiro de 2008.
2007 – Conclusão da Licenciatura bi-etápica em Engenharia Civil, Ramo de Vias de Comunicação Rodoviárias, ISEL, com média de 15 valores.
1999 – Conclusão do Bacharelato em Engenharia Civil, ISEL, com média de 14 valores.

Formação Profissional em Novas Tecnologias de Informação
1995 a 2006 – Diversas acções de formação profissional nas áreas de Robótica Industrial, CAD, SIG, Topografia, Engenharia de Estradas, Design Gráfico e Criação de páginas de Internet.
1992 a 1994 – Curso de Robótica Industrial, CENFIM, com 3000h.

Formação Pedagógica
1994 a 2003 – Diversas acções de Formação Pedagógica de Formadores e Meios Audiovisuais.

Certificações Pedagógicas
Desde 2000 – Certificado pela AutoDESK, como formador autorizado em tecnologias de desenho e projecto assistidos por computador.
Desde 1998 – Certificado pelo IEFP como Formador, com CAP.

Resumo da situação actual
Actualmente exerce actividade em regime de freelancer como Técnico Especialista e Formador nas áreas de:

- Desenho Técnico Assistido por Computador (AutoCAD), para Arquitectura, Engenharia e Construção, a 2D, 3D e 4D.
- Modelação Digital de Terrenos, para Topografia (CIVIL 3D).
- Cálculo de Vias de Comunicação Rodoviárias Assistido por Computador (CIVIL 3D).

Outras informações
Disponibilidade total. Flexibilidade de horários. Habituado a viajar pelo país e pelo estrangeiro.
Muito bom nível de inglês falado e escrito. Excelentes capacidades de comunicação.
Não fumador. Dador de sangue. Praticante de desportos de combate.