Ora mais um dia a pedalar, que já começa a ser normal. Quase 20 Km percorridos, em 4 troços.
Às 07:15 da manhã, lá fui eu de casa outra vez, à semelhança de ontem, até à Escola Profissional de Ciências Geográficas, onde, já vos disse, sou professor (a aula das quintas começa às 08:15). Mas desta vez fui preparado. Levei um camisola interior na mochila. A voltinha desta vez foi: Santos, dirijo-me à Baixa pela Rua de São Paulo, Rua do Arsenal, Rua Augusta (já disse que gosto de passar por esta rua), Rossio, Restauradoures, Av. da Liberdade (pelas vias laterais, que tem perfeitamente largura para um autocarro e um ciclista), e resolvi desta vez pedalar pela alameda do Parque Eduardo VII. E ainda bem que o fiz. O esforço da subida é compensado pelo prazer de não ter ruído automóvel à volta. E que segurança. E claro, chegado lá acima, o prazer de olhar para trás, e ver bem do alto, conquistado com esforço, uma das mais belas perspectivas da capital da The West Coast of Europe (já agora, acho este slogan fantástico. A sério que sim. Não só é totalmente verdade, como quebra com aquele preconceito que os outros Europeus como nós têm, acerca dos países do sul). Daí até à escola, na Rua de Artilharia I, sem stress. Mas claro, cheguei lá suado. Solução: dar um saltinho ao wc, despir a camisola suada, lavar o sovaco bem lavadinho no lavatório, secar-me com toalhetes de papel (desculpem-me os ecologistas e o ambiente. Para a próxima, levo uma toalhita) e voilá, ninguém se queixou com o cheiro a suor. Parece-me uma boa alternativa, esta.
Apesar de a aula terminar às 10:15, normalmente há sempre alguma rapaziada que gosta de ficar a conversar comigo. Um pouco sobre tudo. E como acho que um professor tem o dever de formar, não só tecnicamente, mas também moral e socialmente, tento ser, apesar de tudo, um bom exemplo do tipo de vida que eles podem seguir. Por isso mesmo, acabo por sair da escola por volta das 11. Daí, sigo até à cidade universitária, descendo até ao El Corte Inglés, sigo pela 5 de Outubro, Entrecampos, e desta vez decidi subir a Av. das Forças Armadas. 25 minutos, sem pressas claro. De carro costumava demorar cerca de 15, dependendo do trânsito e do tempo que demorava a arranjar lugar para estacionar. Mais uns 4 Km feitos.
(Cantina "Velha" da Cidade Universitária)
Nota para mais uma bicicleta estacionada junto à cantina. Acho que um dia destes vou combinar com esta malta irmos todos almoçar no mesmo dia, à mesma hora, para trocarmos impressões e para se verem muitas bicicletas lá estacionadas. Que bonito que seria. Contactem-me rapazes (e raparigas) para combinarmos um almoço todos juntos, com as nossas binas a fazer vista à entrada da cantina, a dar o bom exemplo aos outros.
Depois do almoço, lá segui por um percurso que já me é familiar: a Av. do Brasil. Confesso que o tenho feito sempre pelo passeio. Mas com um propósito: testar a reacção das pessoas, enquanto peões, a mim, ciclista. Como vou extremamente devagar, por vezes atrás de um grupo de pessoas que ocupam a largura disponível do passeio (ocupado em 80% por automóveis mal estacionados) e à mesma velocidades delas, e porque nunca faço "razias" às mesmas, e muitas vezes faço um sorriso de agradecimento quando se desviam para me deixar passar, ainda não obtive nenhuma reacção de animosidade. Talvez tenham todos visto a reportagem da SIC, talvez estejam mais atentos a este meio de transporte, ou talvez estejam mesmo mais preocupados com o estacionamento caótico na zona. Parece-me que, para eles, peões, um ciclista não é uma ameaça directa à sua segurança.
Relógio, Av. Marechal Gomes da Costa, Chelas (ou Cabo Ruivo, como alguns lhe chamam), ISEL.
Mais 30 minutos percorridos em cima da bina.
(Junto à sala de estudo, no ISEL)
Pelas 17 horas, pirei-me do ISEL, ainda fui cumprimentar uma amiga que trabalha em Xabregas, depois marginal, Baixa, Cais do Sodré, Av 24 de Julho, pela lateral (pouco tráfego, baixa velocidade, largura suficiente para todos), IADE e casa. Cerca de 9 ou 10 km. Na maioria plano. 35 minutos. Mais um dia de experiência com a bicicleta. Para a semana, vou começar com a engenharia a sério. A Sério !!! Até agora estive em fase de adaptação e transição. Como começo a sentir-me cada vez mais confortável com a bicicleta, as coisas agora vão tornar-se mais sérias.
Um grande abraço a todos os que apoiam e comentam este projecto, quer no blogue, quer nas dezenas de e-mails que recebo de congratulações.